Estado nutricional de crianças de zero a dez anos de idade de áreas rurais nas macrorregiões do Brasil entre 2009 e 2019: uma revisão de escopo.

• Autor(a) principal: França, Stephany Martins de Almeida
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52370
• topic: Nutrição;; Avaliação nutricional infantil;; População rural.; Nutrition; Child nutritional assessment;; rural population.; Avaliação Nutricional.; População rural.; Nutrição da Criança.

Introdução: Na infância a alimentação saudável e a nutrição adequada são fundamentais para o crescimento e o desenvolvimento. Entretanto, na população infantil rural os riscos nutricionais são acentuados. Avaliar os estudos sobre o estado nutricional dessa população traz um importante retrato e subsídios para compreensão das condições da saúde nutricional das crianças de áreas rurais do Brasil. Objetivo: Descrever o estado nutricional de crianças não indígenas de zero a dez anos de idade (incompletos) residentes em áreas rurais do Brasil, por meio de uma revisão de Escopo contemplando o período de publicação de 2009 a 2019. Metodologia: Realizou-se uma Revisão de Escopo (pelo método do Instituto Joanna Briggs), sobre estado nutricional de crianças não indígenas de zero a dez anos de idade (incompletos) de áreas rurais das cinco grandes regiões do país aqui também chamadas de macrorregiões e fatores associados. Foram selecionados estudos publicados entre os anos de 2009 e 2019, nos idiomas português, inglês e espanhol e nas bases de dados da BVS, PubMed, Scopus e CAPES. Os termos de busca utilizados foram: Avaliação nutricional; Criança; Rural e Brasil. Os estudos foram identificados e passaram pelas etapas de triagem, elegibilidade e inclusão. Resultados: Foram identificados 1.605 estudos dos quais 1.410 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão e/ou por duplicação. Foram incluídos 22 estudos para a síntese narrativa. Observou-se que há escassa produção brasileira a respeito do tema. A maior quantidade de estudos foi oriunda da região Nordeste, seguida da região Sudeste. Não foram identificados estudos na região Centro-oeste. Os estudos selecionados eram de desenho em grande maioria transversal, de fonte primária e secundária. As maiores prevalências do déficit estatural foram encontradas na região Norte, assim como o baixo peso. As maiores prevalências do excesso de peso foram observadas na região Sudeste, seguida da região Sul. Com exceção do Norte, os estudos indicaram que ao decorrer dos anos, as publicações mostraram que houve declínio do déficit estatural e baixo peso. Contudo, houve aumento do excesso de peso em todas as regiões analisadas. O baixo peso e déficit estatural foram relacionados significativamente com a baixa renda familiar, benefício de programas de transferência de renda, baixa escolaridade materna, insegurança alimentar e precárias condições de moradia. O excesso de peso foi relacionado com a falta de aleitamento materno, a baixa escolaridade materna, o benefício de programas de transferência de renda e a maior renda familiar. Conclusão: Observa-se que a produção científica sobre avaliação do estado nutricional da população infantil rural é escassa. Os resultados encontrados evidenciam pouca exploração dos dados rurais, mas estes demonstram que as condições de vida e a invisibilidade rural propiciam vulnerabilidade na saúde nutricional das crianças de áreas rurais. A avaliação do estado nutricional de crianças que residem em áreas rurais constitui-se um importante indicador da situação nutricional, que subsidia novas investigações epidemiológicas sobre as condições de vida e saúde infantil. Esta revisão reitera o grande desafio de reduzir as diferenças regionais, assim como a compreensão da complexidade da invisibilidade rural, quanto à assistência à saúde nutricional na infância.