Desregulação endócrina tireoidiana por agrotóxicos
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39720 |
Resumo: | Muitas substâncias presentes no meio ambiente e no ambiente de trabalho podem interferir no sistema endócrino de seres humanos e de outros animais. Estes produtos que, muitas vezes, são bioacumulados e altamente tóxicos, ao desregular o sistema endócrino são denominados de Desreguladores Endócrinos. A glândula tireoide é uma das mais importantes deste sistema. Possui função principalmente na homeostasia e na regulação do consumo de energia por todo o organismo e em todas as fases de desenvolvimento. A alteração hormonal tireoidiana relacionada aos desreguladores endócrinos é uma das mais relatadas na literatura, podendo tender ao hipotireoidismo ou ao hipertireoidismo, e o seu eixo fisiológico hormonal pode ser afetado pelos mais variados mecanismos de interferência. Os agrotóxicos representam o principal grupo químico de desregulador endócrino, devido à (ao): uso indiscriminado e por décadas, características estruturais semelhantes aos hormônios, persistência ambiental, bioacumulação no tecido adiposo, efeito transgeracional etc., apresentando impactos irreversíveis e mesmo após anos de exposição. Este trabalho irá dissertar, através de uma revisão bibliográfica narrativa em um período de 20 anos, quais os agrotóxicos podem desregular os hormônios tireoidianos nos seres humanos, seus efeitos tóxicos em potencial e quais os mecanismos de ação propostos. Foram avaliadas 73 publicações científicas específicas ao tema e outros estudos através das referências não obtidas na busca preliminar. A dissertação foi categorizada para os três principais grupos de exposição (gestantes e recém-nascidos, populacional e ocupacional). Os resultados foram muito heterogêneos entre os achados hormonais tireoidianos e os grupos químicos estudados, principalmente, devido à metodologia de análise hormonal e do agrotóxico e às características da amostra avaliada. Entretanto, um padrão hormonal sugestivo de hipotireoidismo foi principalmente encontrado nos estudos que envolviam agrotóxicos organoclorados, os quais foram os mais estudados nos três grupos de exposição, o que condiz com os mecanismos de ação propostos na literatura para este grupo químico. Os agrotóxicos anticolinesterásicos (organofosforados e carbamatos) foram expressivamente estudados principalmente nos grupos populacional e ocupacional. Apresentaram tanto alterações hormonais condizentes com hipotireoidismo e com hipertireoidismo, com uma maior tendência para esta última no grupo ocupacional, o que também foi relacionado com o mecanismo de ação mais proposto na literatura para esta categoria. Outros agrotóxicos, como fungicidas e herbicidas, estudados em menor número e às vezes como única publicação, apresentaram diversos resultados para as alterações hormonais tireoidianas e com mecanismos de ação ainda muito pouco elucidativos. O tema abordado é atual e de grande importância devido aos impactos para a saúde pública. Entretanto, ainda há muito que se conhecer sobre a desregulação endócrina tireoidiana nos seres humanos causada pelos agrotóxicos. |
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Fonseca, Izabela Fernandes Alves daWaissmann, William2020-02-04T16:01:20Z2020-02-04T16:01:20Z2019FONSECA, Izabela Fernandes Alves da. Desregulação endócrina tireoidiana por agrotóxicos. 2019. 141 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39720Muitas substâncias presentes no meio ambiente e no ambiente de trabalho podem interferir no sistema endócrino de seres humanos e de outros animais. Estes produtos que, muitas vezes, são bioacumulados e altamente tóxicos, ao desregular o sistema endócrino são denominados de Desreguladores Endócrinos. A glândula tireoide é uma das mais importantes deste sistema. Possui função principalmente na homeostasia e na regulação do consumo de energia por todo o organismo e em todas as fases de desenvolvimento. A alteração hormonal tireoidiana relacionada aos desreguladores endócrinos é uma das mais relatadas na literatura, podendo tender ao hipotireoidismo ou ao hipertireoidismo, e o seu eixo fisiológico hormonal pode ser afetado pelos mais variados mecanismos de interferência. Os agrotóxicos representam o principal grupo químico de desregulador endócrino, devido à (ao): uso indiscriminado e por décadas, características estruturais semelhantes aos hormônios, persistência ambiental, bioacumulação no tecido adiposo, efeito transgeracional etc., apresentando impactos irreversíveis e mesmo após anos de exposição. Este trabalho irá dissertar, através de uma revisão bibliográfica narrativa em um período de 20 anos, quais os agrotóxicos podem desregular os hormônios tireoidianos nos seres humanos, seus efeitos tóxicos em potencial e quais os mecanismos de ação propostos. Foram avaliadas 73 publicações científicas específicas ao tema e outros estudos através das referências não obtidas na busca preliminar. A dissertação foi categorizada para os três principais grupos de exposição (gestantes e recém-nascidos, populacional e ocupacional). Os resultados foram muito heterogêneos entre os achados hormonais tireoidianos e os grupos químicos estudados, principalmente, devido à metodologia de análise hormonal e do agrotóxico e às características da amostra avaliada. Entretanto, um padrão hormonal sugestivo de hipotireoidismo foi principalmente encontrado nos estudos que envolviam agrotóxicos organoclorados, os quais foram os mais estudados nos três grupos de exposição, o que condiz com os mecanismos de ação propostos na literatura para este grupo químico. Os agrotóxicos anticolinesterásicos (organofosforados e carbamatos) foram expressivamente estudados principalmente nos grupos populacional e ocupacional. Apresentaram tanto alterações hormonais condizentes com hipotireoidismo e com hipertireoidismo, com uma maior tendência para esta última no grupo ocupacional, o que também foi relacionado com o mecanismo de ação mais proposto na literatura para esta categoria. Outros agrotóxicos, como fungicidas e herbicidas, estudados em menor número e às vezes como única publicação, apresentaram diversos resultados para as alterações hormonais tireoidianas e com mecanismos de ação ainda muito pouco elucidativos. O tema abordado é atual e de grande importância devido aos impactos para a saúde pública. Entretanto, ainda há muito que se conhecer sobre a desregulação endócrina tireoidiana nos seres humanos causada pelos agrotóxicos.Many substances present in the environment and in the work environment may interfere with the endocrine system of humans and other animals. These products, which are often bioaccumulated and highly toxic, to deregulate the endocrine system are called Endocrine Disrupters. The thyroid gland is one of the most important of this system. It has a function mainly in homeostasis and regulation of energy consumption throughout the organism and in all stages of development. The thyroid hormone alteration related to endocrine disrupters is one of the most reported in the literature, and may tend to hypothyroidism or hyperthyroidism, and its hormonal physiological axis can be affected by the most varied mechanisms of interference. The agrochemicals represent the main chemical group of endocrine disrupters, due to the: indiscriminate use and for decades, structural characteristics similar to hormones, environmental persistence, bioaccumulation in the adipose tissue, transgenerational effect etc., presenting irreversible impacts and even after years of exposure. This work will, through a narrative bibliographical review over a period of 20 years, discuss which pesticides can deregulate thyroid hormones in humans, their potential toxic effects and which mechanisms of action are proposed. We evaluated 73 scientific publications specific to the topic and other studies through references not obtained in the preliminary search. The dissertation was categorized for the three main exposure groups (pregnant and newborn, population and occupational). The results were very heterogeneous between the thyroid hormonal findings and the chemical groups studied, mainly due to the methodology of hormonal analysis and of the pesticide and the characteristics of the sample evaluated. However, a hormonal pattern suggestive of hypothyroidism was mainly found in studies involving organochlorine pesticides, which were the most studied in the three exposure groups, which is consistent with the mechanisms of action proposed in the literature for this chemical group. The anticholinesterase pesticides (organophosphates and carbamates) were expressively studied mainly in the population and occupational groups. They presented both hormonal changes consistent with hypothyroidism and hyperthyroidism, with a higher tendency for the latter in the occupational group, which was also related to the mechanism of action most proposed in the literature for this category. Other pesticides, such as fungicides and herbicides, studied in less number and sometimes as only publication, presented several results for the thyroid hormonal changes and with mechanisms of action still very little elucidative. The issue addressed is current and of great importance due to the impacts on public health. However, there is still much to know about the thyroid endocrine dysregulation in humans caused by pesticides.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porDesreguladores EndócrinosAgrotóxicosToxicidadeGlândula TireoideHormônios TireoidianosEndocrine DisruptersPesticidesToxicityThyroid GlandThyroid HormonesDisruptores EndócrinosAgroquímicosGlândula TireoideHormônios TireóideosDesregulação endócrina tireoidiana por agrotóxicosThyroid endocrine dysregulation by pesticidesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2019Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39720/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Izabela_Fernandes_ENSP_2019application/pdf1821494https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39720/2/ve_Izabela_Fernandes_ENSP_20195b1f0f328c5934ce892359addcf4cfbeMD52TEXTve_Izabela_Fernandes_ENSP_2019.txtve_Izabela_Fernandes_ENSP_2019.txtExtracted texttext/plain325687https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39720/3/ve_Izabela_Fernandes_ENSP_2019.txt35c8587d38dfe4479df206393a3c534eMD53icict/397202021-06-14 18:35:08.532oai:www.arca.fiocruz.br:icict/39720Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-06-14T21:35:08Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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