RADIS: Comunicação e Saúde, número 178, julho
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Data de Publicação: | 2017 |
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Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20377 |
Resumo: | A prefeitura de São Paulo, com o apoio do governo do estado, abriu mão da perspectiva do cuidado e da redução de danos à saúde das pessoas que há décadas se agrupam no centro da capital para o consumo de crack e optou por uma violenta ação policial para dispersá-las e impor internações compulsórias — ilegais e sem comprovação de eficácia. O prefeito João Doria desapropriou e mandou desocupar e demolir imóveis, o que foi apontado por uma associação de juízes como a razão maior para a intervenção, satisfazendo interesses de construtoras e seguradoras. A cobertura da mídia foi amplamente favorável e pesquisas apontaram que o “fim da cracolândia” teve apoio de 59% dos paulistanos, embora 53% considerem que houve violência. O repórter Bruno Dominguez e o fotógrafo Eduardo de Oliveira foram ao local ouvir pessoas atingidas e entidades e profissionais de saúde, assistência social, direito e especializados na questão do uso, dependência e política de drogas. A ação “higienista” de varrer pessoas para a invisibilidade urbana foi criticada pelas Nações Unidas e pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Integrantes da própria prefeitura se demitiram em função da destruição do trabalho que vinha sendo feito, com significativos resultados de melhoria de qualidade de vida e adesão voluntária a tratamentos por parte daquela população. Temos mais notícias ruins nesta edição. Nas cadeias do país seguem a superlotação, a falta de tratamento digno e a negação de direitos, denunciam instituições da sociedade civil. As violações atingem também as prisioneiras grávidas, atesta estudo da Fiocruz. Piores serviços e práticas abusivas de planos de saúde fizeram dobrar o número de ações contra as operadoras na Justiça, entre 2014 e 2015. E a Câmara dos Deputados liberou medicamentos para emagrecimento, questionados em todo o mundo, atropelando proibição da Anvisa, órgão que tem a responsabilidade pela regulação e vigilância sanitária no país. Mas nem tudo é desesperança. O SUS passa a oferecer uma combinação de dois antirretrovirais como forma complementar de prevenção ao HIV/aids para populações mais expostas ao vírus. Três milhões de pessoas saíram às ruas de São Paulo, na Parada LGBT, para defender mais respeito e a laicidade do Estado brasileiro. Profissionais essenciais à atenção básica, agentes comunitários de saúde buscam mais formação e lutam por reconhecimento e direitos. Promissora jornalista, a estagiária Ludmila Silva se despede de nossa redação registrando, com muita sensibilidade, as dores e alegrias de pais e cuidadores de crianças que vivem com autismo. Em passagem pelo Brasil, o respeitado pensador português Boaventura de Souza Santos lembrou que o excesso de informação na contemporaneidade traz, como efeito colateral, a desinformação. Na imprensa, enunciar clara e honestamente de que perspectiva se fala, sem a falaciosa neutralidade, contribui para o entendimento do interlocutor. Ao completar 35 anos em defesa da saúde e da democracia, ideal da Reforma Sanitária, o Programa Radis celebra os 15 anos da revista Radis, que conta com a leitura crítica de mais de 100 mil pessoas e instituições e uma demanda de mais de mil pedidos de novas assinaturas, a cada mês, referendando a linha editorial voltada para o pleno exercício da cidadania e o fortalecimento do SUS público, de qualidade, gratuito e sob o controle da sociedade. Agora, parte de 60 mil fotografias que resultaram de reportagens do Radis, desde a década de 1980, poderá ser consultada na plataforma flickr e baixada para uso não comercial, em sintonia com as políticas de comunicação e de acesso aberto da Fiocruz. |
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O repórter Bruno Dominguez e o fotógrafo Eduardo de Oliveira foram ao local ouvir pessoas atingidas e entidades e profissionais de saúde, assistência social, direito e especializados na questão do uso, dependência e política de drogas. A ação “higienista” de varrer pessoas para a invisibilidade urbana foi criticada pelas Nações Unidas e pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Integrantes da própria prefeitura se demitiram em função da destruição do trabalho que vinha sendo feito, com significativos resultados de melhoria de qualidade de vida e adesão voluntária a tratamentos por parte daquela população. Temos mais notícias ruins nesta edição. Nas cadeias do país seguem a superlotação, a falta de tratamento digno e a negação de direitos, denunciam instituições da sociedade civil. As violações atingem também as prisioneiras grávidas, atesta estudo da Fiocruz. 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Em passagem pelo Brasil, o respeitado pensador português Boaventura de Souza Santos lembrou que o excesso de informação na contemporaneidade traz, como efeito colateral, a desinformação. Na imprensa, enunciar clara e honestamente de que perspectiva se fala, sem a falaciosa neutralidade, contribui para o entendimento do interlocutor. Ao completar 35 anos em defesa da saúde e da democracia, ideal da Reforma Sanitária, o Programa Radis celebra os 15 anos da revista Radis, que conta com a leitura crítica de mais de 100 mil pessoas e instituições e uma demanda de mais de mil pedidos de novas assinaturas, a cada mês, referendando a linha editorial voltada para o pleno exercício da cidadania e o fortalecimento do SUS público, de qualidade, gratuito e sob o controle da sociedade. Agora, parte de 60 mil fotografias que resultaram de reportagens do Radis, desde a década de 1980, poderá ser consultada na plataforma flickr e baixada para uso não comercial, em sintonia com as políticas de comunicação e de acesso aberto da Fiocruz.porFundação Oswaldo Cruz/ENSPUsuários de CrackViolação de DireitosPenitenciáriasSuperlotaçãoAntirretroviraisHIV/AIDSCocaína CrackUsuários de DrogasViolações dos Direitos HumanosPrisõesAntirretroviraisHIVRADIS: Comunicação e Saúde, número 178, julhoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleFundação Oswaldo Cruz. 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