A moralidade das diretrizes antecipadas em cuidados paliativos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alencastro, Ignez Magalhães de
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23512
Resumo: Os debates sobre o direito de morrer, a morte digna e a suspensão de suporte de vida em situações de enfermidades terminais ou de estado vegetativos persistentes e irreversíveis, assim como a discussão a respeito de quem decide acerca da tomada de decisão em tratamentos médicos quando o paciente encontra-se incapacitado de verbalizar suas preferências foram decisivos para a formulação e implantação das “diretrizes antecipadas”. Fundamentadas na dignidade do ser humano e na autodeterminação como expressão da autonomia da vontade e da liberdade de escolha, a concepção da “decisão antecipada de tratamento médico” emergiu não somente como resposta ao medo de ficar prisioneiro num corpo sem cura, que perdeu a habilidade de exprimir seus desejos, mas fundamentalmente como forma de reconhecimento e de garantia da autonomia do paciente como condição primordial. O presente estudo buscou – por meio de pesquisa bibliográfica em fontes primárias e secundárias e em periódicos publicados nas bases de dados PubMed, Medline, LILACS – analisar o contexto e a aplicabilidade das “diretrizes antecipadas” em cuidados paliativos, assim como refletir sobre os conflitos e desafios que a inviabilizam, e discutir sua a aplicabilidade no Brasil. Limitações importantes dificultam a implementação das “diretrizes antecipadas”. A literatura cita como principais limitações: o processo de comunicação dos profissionais com o paciente, a adesão do paciente, as atitudes e práticas dos profissionais de saúde e a diversidade cultural, e as destaca como fatores que criam barreiras no processo decisório do paciente sobre cuidados ao fim da vida e no preenchimento dos documentos das “diretrizes antecipadas”. A reflexão a respeito dos conflitos e dificuldades na aplicabilidade das “diretrizes antecipadas” viabilizam discussões acerca da comunicação de prognóstico, da relação profissional de saúde-paciente e da educação, no que se refere a conflitos éticos ao final da vida, o que propicia a discussão do respeito à autonomia e à liberdade do indivíduo nas suas escolhas frente à finitude da vida.
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Fundamentadas na dignidade do ser humano e na autodeterminação como expressão da autonomia da vontade e da liberdade de escolha, a concepção da “decisão antecipada de tratamento médico” emergiu não somente como resposta ao medo de ficar prisioneiro num corpo sem cura, que perdeu a habilidade de exprimir seus desejos, mas fundamentalmente como forma de reconhecimento e de garantia da autonomia do paciente como condição primordial. O presente estudo buscou – por meio de pesquisa bibliográfica em fontes primárias e secundárias e em periódicos publicados nas bases de dados PubMed, Medline, LILACS – analisar o contexto e a aplicabilidade das “diretrizes antecipadas” em cuidados paliativos, assim como refletir sobre os conflitos e desafios que a inviabilizam, e discutir sua a aplicabilidade no Brasil. Limitações importantes dificultam a implementação das “diretrizes antecipadas”. A literatura cita como principais limitações: o processo de comunicação dos profissionais com o paciente, a adesão do paciente, as atitudes e práticas dos profissionais de saúde e a diversidade cultural, e as destaca como fatores que criam barreiras no processo decisório do paciente sobre cuidados ao fim da vida e no preenchimento dos documentos das “diretrizes antecipadas”. A reflexão a respeito dos conflitos e dificuldades na aplicabilidade das “diretrizes antecipadas” viabilizam discussões acerca da comunicação de prognóstico, da relação profissional de saúde-paciente e da educação, no que se refere a conflitos éticos ao final da vida, o que propicia a discussão do respeito à autonomia e à liberdade do indivíduo nas suas escolhas frente à finitude da vida.The debate over the right to die, death with dignity and withdrawal of life support in cases of terminal illness or long-term, irreversible vegetative states, along with the question of who can make decisions about medical treatment when a patient is unable to communicate his/her preferences, was influential in the creation and use of “advance directives”. The concept of making decisions about end-of-life medical treatment ahead of time is based on respect for the dignity of life and self-determination as an expression of free will and freedom of choice. Advanced directives are not simply a response to fear of suffering from a terminal illness; a prisoner in one’s own body, without the ability to communicate one’s own wishes, but rather a recognition and guarantee of patients’ basic rights. Through research of primary and secondary sources as well as periodicals published in PubMed, Medline, LILACS databases, this study aimed to analyze the context and applicability of “advanced directives” as a form of palliative care as well as explore the conflicts and challenges in implementing “advanced directives”. The study also discusses the applicability of “advanced directives” in Brazil. There are significant obstacles to implementation of “advanced directives”. The main difficulties cited are the health professional-patient communication process, patient compliance, attitudes and practices of health professionals and cultural diversity. These factors hinder the patient’s decision making process about end-of-life care and creation of “advance directives”. The conflicts and challenges in applying “advance directives” are directly related to communication of prognosis, the patient-health professional relationship and education about end-of-life ethical conflicts to promote respect for autonomy and the right of the individual to make choices about how to face the end of life.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porTestamento VitalDiretrizes AntecipadasTomada de Decisão ao Fim da VidaCuidados PaliativosBioéticaAdvance DirectivesLiving WillsPalliative CareBioethicsDiretivas AntecipadasTestamentos Quanto à VidaBioéticaCuidados PaliativosA moralidade das diretrizes antecipadas em cuidados paliativosThe morality of advance directives in palliative careinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaMestreRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletivainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALignez_alencastro_ensp_mest_2012.pdfapplication/pdf754525https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23512/1/ignez_alencastro_ensp_mest_2012.pdfabb1b8174ed00eb60bf0623b0fd43adfMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23512/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT28.pdf.txt28.pdf.txtExtracted texttext/plain146062https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23512/3/28.pdf.txt923cd34f51df330fe8f8b66842f0df3dMD53ignez_alencastro_ensp_mest_2012.pdf.txtignez_alencastro_ensp_mest_2012.pdf.txtExtracted texttext/plain146062https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23512/4/ignez_alencastro_ensp_mest_2012.pdf.txt923cd34f51df330fe8f8b66842f0df3dMD54icict/235122023-01-17 11:05:22.493oai:www.arca.fiocruz.br:icict/23512Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T14:05:22Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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