Estudo de intervenção em educação em saúde: uma estratégia para a redução do abandono de tratamento na esporotricose felina

• Autor(a) principal: Nascimento, Juliana Maria Viana do
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48573
• topic: Educação em Saúde; Esporotricose; Gatos; Suspensão de Tratamento; Educação em Saúde; Esporotricose; Gatos; Suspensão de Tratamento

Em áreas endêmicas de esporotricose humana e animal, são necessárias estratégias para educação da população no que diz respeito à guarda responsável, aos cuidados com os gatos, às formas de transmissão, à importância do tratamento regular, castração do animal e prevenção de abandono de animais doentes, entre outros. Apesar do tratamento de gatos com esporotricose ser uma medida de controle fundamental, a frequência de abandono de tratamento é alta. Este estudo teve como objetivo avaliar o uso de uma intervenção em educação em saúde para redução do abandono de tratamento na esporotricose felina no Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos (Lapclin-Dermzoo)/Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI)/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A população do estudo foi constituída por gatos com esporotricose atendidos no Lapclin-Dermzoo e seus tutores. Foi realizado um estudo de intervenção, no qual os gatos eram incluídos aleatoriamente em dois grupos. Para o grupo intervenção, na consulta inicial do animal, foi disponibilizado um folder educativo com informações sobre esporotricose aos tutores de gatos incluídos. O acompanhamento dos gatos foi realizado por aplicações de instrumentos de avaliação ao tutor desses animais no início e no decorrer do tratamento, além de revisão do prontuário médico, para extração de informações referentes aos animais e ao tratamento. Os tutores foram entrevistados a cada consulta mensal de acompanhamento do gato, até o desfecho do tratamento, no período de janeiro a novembro de 2018. Os tutores do grupo controle participaram das entrevistas, porém não receberam o folder educativo. Foram incluídos no estudo 80 animais, sendo 40 em cada grupo. A maioria dos gatos era macho, adulto, castrado, não vacinado, não vermifugado, tinha acesso à rua e apresentava lesões cutâneas em três ou mais locais não contíguos, além de sinais respiratórios. Os tutores de animais com esporotricose apresentavam mediana de idade de 45 anos, eram predominantemente do sexo feminino, envolvidos em atividades domésticas, provenientes do município do Rio de Janeiro e tinham o ensino médio completo. Não houve diferença significativa entre utilizar ou não a intervenção educativa em relação ao abandono de tratamento. Foram considerados fatores para o abandono de tratamento: gatos com acesso à rua e não castrados, cujos tutores levavam mais de 1h e 30 min para chegar ao local de atendimento. O percentual de abandono de tratamento de gatos com esporotricose nesse estudo foi de 23,8%, menor que o descrito em estudos anteriores na mesma instituição, e ocorreu principalmente no momento em que o tutor teve a percepção de cicatrização total das lesões.