Ocorrência de anticorpos anti-Brucella canis em cães naturalmente infectados por Leishmania infantum e alterações histológicas associadas no trato genital

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Boechat, Viviane Cardoso
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48564
Resumo: No estado do Rio de Janeiro a brucelose canina causada pela bactéria Brucella canis assume crescente importância, sendo um risco potencial para os criadores nos canis e proprietários dos cães. Recentemente, em estudo piloto, cães domiciliados do município de Barra Mansa foram soropositivos para infecção por B. canis bem como eram coinfectados por Leishmania infantum, protozoário causador da leishmaniose visceral canina (LVC). A infecção por L. infantum é responsável pelo surto recente de LVC em Barra Mansa com casos humanos e caninos. Entretanto, há uma carência de estudos sobre a coinfecção desses dois agentes em cães. Portanto, os objetivos desse estudo foram avaliar a ocorrência de B. canis e L. infantum em órgãos do trato genital masculino e feminino de cães e comparar os sinais clínicos, as alterações histológicas e a carga parasitária no trato genital de cães monoinfectados por L. infantum com os coinfectados por L. infantum e B. canis. Com essa finalidade, 70 cães sorologicamente positivos para L. infantum (45 machos e 25 fêmeas), provenientes do município de Barra Mansa, foram submetidos à exame clínico, coleta de sangue, seguida da eutanásia e necropsia. Na necropsia, foram coletadas amostras teciduais de epidídimo, testículo, próstata, vulva, vagina e útero, sendo submetidas à cultura parasitológica seguida da técnica de eletroforese multilocus para a identificação de L. infantum, qPCR para detecção de DNA de Brucella e L. infantum e técnicas de histopatologia e imuno-histoquímica para o diagnóstico de Leishmania spp. e identificação das alterações histológicas associadas. Amostras dos soros foram submetidas à técnica de imunodifusão em gel de ágar para detecção de anticorpos anti-B. canis. No trato genital, 25 (100%) fêmeas e 44 (98%) machos foram positivos para L. infantum, com frequência de positividade de 98% nos epidídimos, 92% nas vulvas, 92% nas vaginas, 91 % nos testículos, 84% nos úteros e 66% nas próstatas. A viabilidade desse parasito no trato genital foi confirmada em 69% dos machos e 64% das fêmeas pelas técnicas parasitológicas. As cargas parasitárias mais intensas foram observadas no testículo, seguida pela vulva, epidídimo e vagina, porém sem diferença estatisticamente significativa entre esses tecidos. A carga de L. infantum na próstata foi significativamente inferior à dos demais órgãos do trato genital masculino e feminino. Apenas a carga parasitária na vagina foi significativamente associada ao número de sinais clínicos. A frequência do infiltrado inflamatório foi muito superior nos tecidos nos quais houve detecção de formas viáveis do parasito. Apenas nos testículos e epidídimo a reação inflamatória foi significativamente mais intensa nos cães com maior carga parasitária nesses tecidos. Nos testículos, além da orquite foi observada degeneração testicular, atrofia, ausência de espermatogênese, fibrose e necrose. As altas ocorrência e viabilidade, além da semelhança de carga nos cães machos e fêmeas sugerem a possibilidade de transmissão bidirecional de L. infantum. Anticorpos anti-B. canis foram detectados em três cães polissintomáticos, de ambos os sexos. Um desses cães apresentou carga de L. infantum na próstata superior à carga detectada em outras amostras de próstata de cães monoinfectados por L. infantum. Esses achados alertam para o potencial epidemiológico de coinfecção de L. infantum com B. canis associado à possibilidade de transmissão bidirecional de L. infantum.
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A infecção por L. infantum é responsável pelo surto recente de LVC em Barra Mansa com casos humanos e caninos. Entretanto, há uma carência de estudos sobre a coinfecção desses dois agentes em cães. Portanto, os objetivos desse estudo foram avaliar a ocorrência de B. canis e L. infantum em órgãos do trato genital masculino e feminino de cães e comparar os sinais clínicos, as alterações histológicas e a carga parasitária no trato genital de cães monoinfectados por L. infantum com os coinfectados por L. infantum e B. canis. Com essa finalidade, 70 cães sorologicamente positivos para L. infantum (45 machos e 25 fêmeas), provenientes do município de Barra Mansa, foram submetidos à exame clínico, coleta de sangue, seguida da eutanásia e necropsia. 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As cargas parasitárias mais intensas foram observadas no testículo, seguida pela vulva, epidídimo e vagina, porém sem diferença estatisticamente significativa entre esses tecidos. A carga de L. infantum na próstata foi significativamente inferior à dos demais órgãos do trato genital masculino e feminino. Apenas a carga parasitária na vagina foi significativamente associada ao número de sinais clínicos. A frequência do infiltrado inflamatório foi muito superior nos tecidos nos quais houve detecção de formas viáveis do parasito. Apenas nos testículos e epidídimo a reação inflamatória foi significativamente mais intensa nos cães com maior carga parasitária nesses tecidos. Nos testículos, além da orquite foi observada degeneração testicular, atrofia, ausência de espermatogênese, fibrose e necrose. As altas ocorrência e viabilidade, além da semelhança de carga nos cães machos e fêmeas sugerem a possibilidade de transmissão bidirecional de L. infantum. Anticorpos anti-B. canis foram detectados em três cães polissintomáticos, de ambos os sexos. Um desses cães apresentou carga de L. infantum na próstata superior à carga detectada em outras amostras de próstata de cães monoinfectados por L. infantum. Esses achados alertam para o potencial epidemiológico de coinfecção de L. infantum com B. canis associado à possibilidade de transmissão bidirecional de L. infantum.In the State of Rio de Janeiro, canine brucellosis caused by the bacteria Brucella canis assumes increasing importance, being a potential risk for breeders and owners of dogs. Recently, in a pilot study, domiciled dogs from the municipality of Barra Mansa were seropositive for B. canis infection as well as were coinfected with the protozoan Leishmania infantum, which causes canine visceral leishmaniasis (CVL). The infection by L. infantum is responsible for the recent outbreak of CVL in Barra Mansa with human and canine cases. However, there is a lack of studies on the co-infection of these two agents in dogs. Therefore, the objectives of this study were to evaluate the occurrence of B. canis and L. infantum in male and female genital tract organs of dogs, and to compare clinical signs, histological changes, and parasitic load of L. infantum in the genital tract of dogs monoinfected by L. infantum with that coinfected with B. canis and L. infantum. For this purpose, 70 dogs (45 males and 25 females) serologically positive for L. infantum and from the city of Barra Mansa were submitted to clinical examination, blood collection, followed by euthanasia and necropsy. At necropsy, tissue samples of the epididymis, testis, prostate, vulva, vagina and uterus were collected and submitted to parasitological culture followed by multilocus electrophoresis for identification of L. infantum, qPCR for detection of Brucella and L. infantum DNA and histopathology and immunohistochemistry techniques for the diagnosis of Leishmania spp. and identification of associated histological alterations. Serum samples were submitted to the agar gel immunodiffusion technique for the detection of anti-B. canis antibodies. In the genital tract, 25 (100%) females and 44 (98%) males were positive for L. infantum, with a 98% positivity in the epididymis, 92% in the vulvae, 92% in the vagina, 91% in the testes, 84 % in the uterus and 66% in the prostate. The viability of this parasite in the genital tract was confirmed in 69% of males and 64% of females by parasitological techniques. The most intense parasitic loads were observed in the testis, followed by the vulva, epididymis and vagina, but with no statistically significant difference between these tissues. The load of L. infantum on the prostate was significantly lower than that of the other organs of the male and female genital tract. Only the parasitic load in the vagina was significantly associated with the number of clinical signs. The frequency of inflammatory infiltrate was much higher in tissues in which detection of viable forms of the parasite was detected. Only in the testes and epididymis, the intensity of the inflammatory reaction was significantly higher in dogs with higher parasite load in these tissues. Testicular degeneration, atrophy, absence of spermatogenesis, fibrosis and necrosis were observed in the testes. The high occurrence, viability as well as the similarity of L. infantum loads in the genital tract of males and females dogs suggest the possibility of bidirectional transmission of L. infantum. Anti-B. canis antibodies were detected in three polysymptomatic dogs of both sexes. One of these dogs had higher L. infantum load in the prostate than that ones detected in other prostate samples of dogs monoinfected by L. infantum. These findings point to the epidemiological potential of B. canis and L. infantum coinfection associated with the possibility of bidirectional transmission of L. infantum.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porBrucella canisLeishmania infantumCoinfecçãoInfecções do Sistema GenitalBrucella canisLeishmania infantumCoinfecçãoInfecções do Sistema GenitalOcorrência de anticorpos anti-Brucella canis em cães naturalmente infectados por Leishmania infantum e alterações histológicas associadas no trato genitalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2019Instituto Nacional de Infectologia Evandro ChagasFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48564/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINAL000247360.pdfapplication/pdf1582924https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48564/2/000247360.pdf427a7a3e25f5b94ce268041189b82adbMD52TEXT000247360.pdf.txt000247360.pdf.txtExtracted texttext/plain231173https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48564/3/000247360.pdf.txt43ff1cc9458484e8fc47d86d0b34d11eMD53icict/485642021-08-12 02:00:49.152oai:www.arca.fiocruz.br:icict/48564Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-08-12T05:00:49Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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