Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27417 |
Resumo: | A neoplasia maligna de colo de útero (NMCU) é a segunda neoplasia feminina mais frequente entre as mulheres e, após o câncer de mama, é a quarta causa de morte por câncer entre as brasileiras. O tratamento é indicado de acordo com o estadiamento, podendo variar entre procedimentos conservadores como a retirada de lesões pré-neoplásicas, até tratamentos complexos como cirurgias, radioterapia, quimioterapia e associações destas modalidades. Pacientes com câncer enfrentam dificuldades para atendimento na rede pública que vão desde a realização do diagnóstico até o acesso ao tratamento, ocasionando diagnósticos tardios. O NMCU tem linha de cuidado bem estabelecida pelo Ministério da Saúde. Há no Estado do Rio de Janeiro estabelecimentos para atenção primária, secundária e terciária equipadas para viabilizar este atendimento. Porém existem limitações que impedem o primeiro atendimento por oncoginecologista ocorra em pacientes com doença em fase inicial. O problema se agrava quando o primeiro atendimento ocorre em estádio considerado avançado. No intento de resolução de questões relacionadas ao fluxo, efetividade e qualidade do acesso ao atendimento ambulatorial e hospitalar, o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, determinaram a realização da regulação entre os componentes da rede de atenção à saúde, com definição de fluxos. No entanto, apesar desta regulação, algumas fragilidades são observadas pelos seus usuários na sua operacionalização como disponibilidade de vagas e resolutividade. O objetivo do estudo foi analisar o acesso ao tratamento de mulheres com CCU na rede SUS no Rio de Janeiro. Foi realizado um estudo de caso multicêntrico envolvendo os municípios mais populosos do estado do Rio de Janeiro \2013 Rio de Janeiro, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Niterói. Foram entrevistadas mulheres com CCU residentes em cada um dos cinco municípios citados, que tiveram primeiro atendimento por oncoginecologista no SUS no Cacon/Inca; gestores das Secretarias de Saúde e atenção primária dos municípios de origem das pacientes; bem como oncoginecologistas que efetuaram primeiro atendimento com as pacientes entrevistadas. Foram coletados dados de prontuário. Das entrevistas com oncologistas, gestores e pacientes constaram questões relacionadas ao processo investigativo de CCU, acesso a linha de cuidado do CCU, dificuldades, causas e necessidades de modificações nesse processo. A entrevista foi realizada face a face para pacientes e oncoginecologistas, ambos em consultório disponibilizado pelo setor de ginecologia do Inca. Gestores de Atenção Básica a Saúde responderam questionário face a face e por e-mail quando a agenda estava indisponível para entrevista presencial. O projeto cumpriu as exigências da resolução 466/12, recebeu aprovação dos Comitês de Ética e Pesquisa Comitê de Ética do Instituto Nacional da saúde da Mulher, Criança e Adolescente Fernandes Figueira, Comitê de Ética do Instituto Nacional do Câncer José Gomes de Alencar da Silva e Comitê de Ética da Prefeitura do Rio de Janeiro. Concluiu-se que o sistema efetivamente não contempla as demandas para iniciar o cuidado precocemente. O acesso aos serviços para muitas se configura em \201Cperegrinação\201D, caracterizada por idas e vindas, que atrasam o diagnóstico e consequentemente o início do tratamento. De acordo com os resultados, existe fragilidade que é pontuada pelas participantes do estudo em todos os níveis do sistema. Em seus princípios o SUS aponta a universalidade, integralidade e equidade direcionando a política e reafirmando que a Saúde é direito de todos e dever do Estado. Os nós críticos do acesso em ordem de importância para que o acesso ao tratamento de NMCU ocorra em estadiamento inicial foram \201CBaixa qualidade do processo diagnóstico\201D, \201CDesorganização par cial do fluxo de acesso\201D e \201CBaixa adesão ao preventivo\201D. Os resultados deste estudo mostram que ainda há muito a se fazer para garantir o direito ao atendimento em toda a linha de cuidado e de forma adequada e em tempo hábil para evitar as formas graves do CCU. |
id |
CRUZ_b919965fab97b3021e8abc9450a4717f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.arca.fiocruz.br:icict/27417 |
network_acronym_str |
CRUZ |
network_name_str |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
repository_id_str |
2135 |
spelling |
Vidal, Maria Luiza BernardoArtmann, Elizabeth2018-07-10T15:41:12Z2018-07-10T15:41:12Z2017VIDAL, Maria Luiza Bernardo. Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS. 2017. 190 f. Tese (Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27417A neoplasia maligna de colo de útero (NMCU) é a segunda neoplasia feminina mais frequente entre as mulheres e, após o câncer de mama, é a quarta causa de morte por câncer entre as brasileiras. O tratamento é indicado de acordo com o estadiamento, podendo variar entre procedimentos conservadores como a retirada de lesões pré-neoplásicas, até tratamentos complexos como cirurgias, radioterapia, quimioterapia e associações destas modalidades. Pacientes com câncer enfrentam dificuldades para atendimento na rede pública que vão desde a realização do diagnóstico até o acesso ao tratamento, ocasionando diagnósticos tardios. O NMCU tem linha de cuidado bem estabelecida pelo Ministério da Saúde. Há no Estado do Rio de Janeiro estabelecimentos para atenção primária, secundária e terciária equipadas para viabilizar este atendimento. Porém existem limitações que impedem o primeiro atendimento por oncoginecologista ocorra em pacientes com doença em fase inicial. O problema se agrava quando o primeiro atendimento ocorre em estádio considerado avançado. No intento de resolução de questões relacionadas ao fluxo, efetividade e qualidade do acesso ao atendimento ambulatorial e hospitalar, o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, determinaram a realização da regulação entre os componentes da rede de atenção à saúde, com definição de fluxos. No entanto, apesar desta regulação, algumas fragilidades são observadas pelos seus usuários na sua operacionalização como disponibilidade de vagas e resolutividade. O objetivo do estudo foi analisar o acesso ao tratamento de mulheres com CCU na rede SUS no Rio de Janeiro. Foi realizado um estudo de caso multicêntrico envolvendo os municípios mais populosos do estado do Rio de Janeiro \2013 Rio de Janeiro, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Niterói. Foram entrevistadas mulheres com CCU residentes em cada um dos cinco municípios citados, que tiveram primeiro atendimento por oncoginecologista no SUS no Cacon/Inca; gestores das Secretarias de Saúde e atenção primária dos municípios de origem das pacientes; bem como oncoginecologistas que efetuaram primeiro atendimento com as pacientes entrevistadas. Foram coletados dados de prontuário. Das entrevistas com oncologistas, gestores e pacientes constaram questões relacionadas ao processo investigativo de CCU, acesso a linha de cuidado do CCU, dificuldades, causas e necessidades de modificações nesse processo. A entrevista foi realizada face a face para pacientes e oncoginecologistas, ambos em consultório disponibilizado pelo setor de ginecologia do Inca. Gestores de Atenção Básica a Saúde responderam questionário face a face e por e-mail quando a agenda estava indisponível para entrevista presencial. O projeto cumpriu as exigências da resolução 466/12, recebeu aprovação dos Comitês de Ética e Pesquisa Comitê de Ética do Instituto Nacional da saúde da Mulher, Criança e Adolescente Fernandes Figueira, Comitê de Ética do Instituto Nacional do Câncer José Gomes de Alencar da Silva e Comitê de Ética da Prefeitura do Rio de Janeiro. Concluiu-se que o sistema efetivamente não contempla as demandas para iniciar o cuidado precocemente. O acesso aos serviços para muitas se configura em \201Cperegrinação\201D, caracterizada por idas e vindas, que atrasam o diagnóstico e consequentemente o início do tratamento. De acordo com os resultados, existe fragilidade que é pontuada pelas participantes do estudo em todos os níveis do sistema. Em seus princípios o SUS aponta a universalidade, integralidade e equidade direcionando a política e reafirmando que a Saúde é direito de todos e dever do Estado. Os nós críticos do acesso em ordem de importância para que o acesso ao tratamento de NMCU ocorra em estadiamento inicial foram \201CBaixa qualidade do processo diagnóstico\201D, \201CDesorganização par cial do fluxo de acesso\201D e \201CBaixa adesão ao preventivo\201D. Os resultados deste estudo mostram que ainda há muito a se fazer para garantir o direito ao atendimento em toda a linha de cuidado e de forma adequada e em tempo hábil para evitar as formas graves do CCU.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porNeoplasia do Colo do ÚteroAcesso aos Serviços de SaúdeSistema Único de SaúdePlanejamento EstratégicoAcesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2017Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes FigueiraFundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulherinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27417/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALmaria_vidal_iff_dout_2017.pdfapplication/pdf3077917https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27417/2/maria_vidal_iff_dout_2017.pdf4b5c5f4011e65c9ee0c7b9833cf0250eMD52TEXTmaria_vidal_iff_dout_2017.pdf.txtmaria_vidal_iff_dout_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain310093https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27417/3/maria_vidal_iff_dout_2017.pdf.txt36ac91f9282e680047c60baf8653d6a4MD53icict/274172019-01-08 10:26:57.211oai:www.arca.fiocruz.br:icict/27417Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352019-01-08T12:26:57Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS |
title |
Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS |
spellingShingle |
Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS Vidal, Maria Luiza Bernardo Neoplasia do Colo do Útero Acesso aos Serviços de Saúde Sistema Único de Saúde Planejamento Estratégico |
title_short |
Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS |
title_full |
Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS |
title_fullStr |
Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS |
title_full_unstemmed |
Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS |
title_sort |
Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS |
author |
Vidal, Maria Luiza Bernardo |
author_facet |
Vidal, Maria Luiza Bernardo |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Vidal, Maria Luiza Bernardo |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Artmann, Elizabeth |
contributor_str_mv |
Artmann, Elizabeth |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Neoplasia do Colo do Útero Acesso aos Serviços de Saúde Sistema Único de Saúde Planejamento Estratégico |
topic |
Neoplasia do Colo do Útero Acesso aos Serviços de Saúde Sistema Único de Saúde Planejamento Estratégico |
description |
A neoplasia maligna de colo de útero (NMCU) é a segunda neoplasia feminina mais frequente entre as mulheres e, após o câncer de mama, é a quarta causa de morte por câncer entre as brasileiras. O tratamento é indicado de acordo com o estadiamento, podendo variar entre procedimentos conservadores como a retirada de lesões pré-neoplásicas, até tratamentos complexos como cirurgias, radioterapia, quimioterapia e associações destas modalidades. Pacientes com câncer enfrentam dificuldades para atendimento na rede pública que vão desde a realização do diagnóstico até o acesso ao tratamento, ocasionando diagnósticos tardios. O NMCU tem linha de cuidado bem estabelecida pelo Ministério da Saúde. Há no Estado do Rio de Janeiro estabelecimentos para atenção primária, secundária e terciária equipadas para viabilizar este atendimento. Porém existem limitações que impedem o primeiro atendimento por oncoginecologista ocorra em pacientes com doença em fase inicial. O problema se agrava quando o primeiro atendimento ocorre em estádio considerado avançado. No intento de resolução de questões relacionadas ao fluxo, efetividade e qualidade do acesso ao atendimento ambulatorial e hospitalar, o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, determinaram a realização da regulação entre os componentes da rede de atenção à saúde, com definição de fluxos. No entanto, apesar desta regulação, algumas fragilidades são observadas pelos seus usuários na sua operacionalização como disponibilidade de vagas e resolutividade. O objetivo do estudo foi analisar o acesso ao tratamento de mulheres com CCU na rede SUS no Rio de Janeiro. Foi realizado um estudo de caso multicêntrico envolvendo os municípios mais populosos do estado do Rio de Janeiro \2013 Rio de Janeiro, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Niterói. Foram entrevistadas mulheres com CCU residentes em cada um dos cinco municípios citados, que tiveram primeiro atendimento por oncoginecologista no SUS no Cacon/Inca; gestores das Secretarias de Saúde e atenção primária dos municípios de origem das pacientes; bem como oncoginecologistas que efetuaram primeiro atendimento com as pacientes entrevistadas. Foram coletados dados de prontuário. Das entrevistas com oncologistas, gestores e pacientes constaram questões relacionadas ao processo investigativo de CCU, acesso a linha de cuidado do CCU, dificuldades, causas e necessidades de modificações nesse processo. A entrevista foi realizada face a face para pacientes e oncoginecologistas, ambos em consultório disponibilizado pelo setor de ginecologia do Inca. Gestores de Atenção Básica a Saúde responderam questionário face a face e por e-mail quando a agenda estava indisponível para entrevista presencial. O projeto cumpriu as exigências da resolução 466/12, recebeu aprovação dos Comitês de Ética e Pesquisa Comitê de Ética do Instituto Nacional da saúde da Mulher, Criança e Adolescente Fernandes Figueira, Comitê de Ética do Instituto Nacional do Câncer José Gomes de Alencar da Silva e Comitê de Ética da Prefeitura do Rio de Janeiro. Concluiu-se que o sistema efetivamente não contempla as demandas para iniciar o cuidado precocemente. O acesso aos serviços para muitas se configura em \201Cperegrinação\201D, caracterizada por idas e vindas, que atrasam o diagnóstico e consequentemente o início do tratamento. De acordo com os resultados, existe fragilidade que é pontuada pelas participantes do estudo em todos os níveis do sistema. Em seus princípios o SUS aponta a universalidade, integralidade e equidade direcionando a política e reafirmando que a Saúde é direito de todos e dever do Estado. Os nós críticos do acesso em ordem de importância para que o acesso ao tratamento de NMCU ocorra em estadiamento inicial foram \201CBaixa qualidade do processo diagnóstico\201D, \201CDesorganização par cial do fluxo de acesso\201D e \201CBaixa adesão ao preventivo\201D. Os resultados deste estudo mostram que ainda há muito a se fazer para garantir o direito ao atendimento em toda a linha de cuidado e de forma adequada e em tempo hábil para evitar as formas graves do CCU. |
publishDate |
2017 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2017 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2018-07-10T15:41:12Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2018-07-10T15:41:12Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
VIDAL, Maria Luiza Bernardo. Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS. 2017. 190 f. Tese (Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27417 |
identifier_str_mv |
VIDAL, Maria Luiza Bernardo. Acesso ao tratamento de neoplasia maligna do colo do útero no SUS. 2017. 190 f. Tese (Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017. |
url |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27417 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) instacron:FIOCRUZ |
instname_str |
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) |
instacron_str |
FIOCRUZ |
institution |
FIOCRUZ |
reponame_str |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
collection |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27417/1/license.txt https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27417/2/maria_vidal_iff_dout_2017.pdf https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27417/3/maria_vidal_iff_dout_2017.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 4b5c5f4011e65c9ee0c7b9833cf0250e 36ac91f9282e680047c60baf8653d6a4 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) |
repository.mail.fl_str_mv |
repositorio.arca@fiocruz.br |
_version_ |
1798324646583468032 |