Vulnerabilidades e racismo: barreiras individuais das mulheres em busca do primeiro atendimento pós-aborto
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38503 |
Resumo: | As desigualdades no Brasil se refletem na busca por atenção pelas mulheres em situação de abortamento, as quais percorrem caminhos afetados por barreiras individuais, sociais e estruturais, expondo-as a situações de vulnerabilidades. São as negras mais expostas a barreiras individuais e institucionais na busca de cuidados, desde a iniciativa de procura pelo serviço até o momento do atendimento. Analisar os fatores relacionados às barreiras individuais na busca do primeiro atendimento no pós-aborto segundo raça/cor. Trata-se de um estudo multicêntrico realizado em três capitais do Nordeste brasileiro: Salvador, Recife e São Luís com 2.640 usuárias internadas em hospitais públicos. Analisou-se diferenças das co-variáveis segundo raça/cor (branca, parda e preta), sendo testadas quanto à significância estatística por meio do teste χ2 de Pearson (p-valor 0,05). Na análise de regressão logística se considerou “não teve barreiras individuais na busca do primeiro atendimento” como categoria de referência da variável dependente. As variáveis foram inseridas no modelo simultaneamente, segundo o método Backward, retiradas aquelas com p-valor > 0,05. Das entrevistadas 35,7% eram pretas, 53,3% pardas e 11,0% brancas. Mulheres pretas tinham menor escolaridade, menos filhos e declararam mais o aborto como provocado (31,1%), tendo ocorrido com mais de 12 semanas de gestação (15,4%). Elas também relataram mais barreiras individuais na busca do primeiro atendimento, (32,0% vs 28,0% entre pardas e 20,3% entre brancas), tais como o medo de ser maltratada e não ter dinheiro para transporte. Na regressão confirmou-a associação entre ser de raça/cor preta e parda e barreiras individuais na busca de cuidados pós-aborto, mesmo após controle por idade e ajuste por todas as variáveis selecionadas por critérios estatísticos. Os resultados apresentados evidenciam como as mulheres pretas e pardas estão em situação de vulnerabilidade na busca pelo primeiro atendimento pós-aborto. O racismo nos serviços de saúde e o estigma em relação ao aborto podem atuar simultaneamente, retardando a ida das mulheres na busca pelo serviço, o que pode configurar uma situação limite de maior agravamento do quadro pós-abortamento. |
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Analisar os fatores relacionados às barreiras individuais na busca do primeiro atendimento no pós-aborto segundo raça/cor. Trata-se de um estudo multicêntrico realizado em três capitais do Nordeste brasileiro: Salvador, Recife e São Luís com 2.640 usuárias internadas em hospitais públicos. Analisou-se diferenças das co-variáveis segundo raça/cor (branca, parda e preta), sendo testadas quanto à significância estatística por meio do teste χ2 de Pearson (p-valor 0,05). Na análise de regressão logística se considerou “não teve barreiras individuais na busca do primeiro atendimento” como categoria de referência da variável dependente. As variáveis foram inseridas no modelo simultaneamente, segundo o método Backward, retiradas aquelas com p-valor > 0,05. Das entrevistadas 35,7% eram pretas, 53,3% pardas e 11,0% brancas. Mulheres pretas tinham menor escolaridade, menos filhos e declararam mais o aborto como provocado (31,1%), tendo ocorrido com mais de 12 semanas de gestação (15,4%). Elas também relataram mais barreiras individuais na busca do primeiro atendimento, (32,0% vs 28,0% entre pardas e 20,3% entre brancas), tais como o medo de ser maltratada e não ter dinheiro para transporte. Na regressão confirmou-a associação entre ser de raça/cor preta e parda e barreiras individuais na busca de cuidados pós-aborto, mesmo após controle por idade e ajuste por todas as variáveis selecionadas por critérios estatísticos. Os resultados apresentados evidenciam como as mulheres pretas e pardas estão em situação de vulnerabilidade na busca pelo primeiro atendimento pós-aborto. O racismo nos serviços de saúde e o estigma em relação ao aborto podem atuar simultaneamente, retardando a ida das mulheres na busca pelo serviço, o que pode configurar uma situação limite de maior agravamento do quadro pós-abortamento.Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva. Salvador, BA, Brasil.Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva. 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