A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hachem, Daniel Wunder
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional
Texto Completo: https://revistaaec.com/index.php/revistaaec/article/view/518
Resumo: A Administração Pública brasileira, por força dos mandamentos constitucionais definidos na Constituição Federal de 1988, encontra-se obrigada a satisfazer os direitos fundamentais mediante a prestação de serviços públicos e à implementação de políticas públicas, de modo a proteger e promover a dignidade da pessoa humana, garantindo ao cidadão condições mínimas de existência digna. Todavia, não são raros no contexto brasileiro os casos de omissão do Poder Público, em que a Administração furta-se a implementar um serviço público inexorável à garantia do mínimo existencial, ensejando a violação da dignidade da pessoa humana do cidadão. Em tais situações, é comum a apresentação da justificativa de que não havia lei específica, no plano infraconstitucional, que impusesse a prestação de determinados direitos sociais. Contudo, levando em conta a força jurídico-normativa do princípio da dignidade da pessoa humana, bem como do direito fundamental ao serviço público adequado (art. 175, IV, CF), os quais permitem ao cidadão exigir da Administração as prestações positivas consideradas imprescindíveis para a pessoa e para a coletividade, não há dúvidas de que o dever da Administração Pública de garantir o mínimo existencial através da prestação de serviços públicos decorre diretamente da Constituição Federal, independendo da norma infraconstitucional que lhe imponha a obrigação de prestá-los. Consequentemente, se compete à Administração prestar os serviços essenciais à promoção da dignidade da pessoa humana, em especial aqueles que atendam ao mínimo existencial, sempre que a sua omissão ocasionar dano ao cidadão, ver-se-à o Estado obrigado a repará-lo. Desta sorte, a omissão da Administração frente à garantia dos direitos que compõem o mínimo existencial constitui descumprimento de um dever constitucional de agir, ensejando a obrigação estatal de indenizar o cidadão que sofrer danos decorrentes da omissão administrativa.
id ED-FO-1_a160ddb4bb1d0c52cd02c7390b7f7c0b
oai_identifier_str oai:ojs.revistaaec.com:article/518
network_acronym_str ED-FO-1
network_name_str A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional
repository_id_str
spelling A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humanaResponsabilidade civil do Estadoomissões estataisdignidade humanadireitos fundamentaismínimo existencialDireito ConstitucionalDireito AdministrativoA Administração Pública brasileira, por força dos mandamentos constitucionais definidos na Constituição Federal de 1988, encontra-se obrigada a satisfazer os direitos fundamentais mediante a prestação de serviços públicos e à implementação de políticas públicas, de modo a proteger e promover a dignidade da pessoa humana, garantindo ao cidadão condições mínimas de existência digna. Todavia, não são raros no contexto brasileiro os casos de omissão do Poder Público, em que a Administração furta-se a implementar um serviço público inexorável à garantia do mínimo existencial, ensejando a violação da dignidade da pessoa humana do cidadão. Em tais situações, é comum a apresentação da justificativa de que não havia lei específica, no plano infraconstitucional, que impusesse a prestação de determinados direitos sociais. Contudo, levando em conta a força jurídico-normativa do princípio da dignidade da pessoa humana, bem como do direito fundamental ao serviço público adequado (art. 175, IV, CF), os quais permitem ao cidadão exigir da Administração as prestações positivas consideradas imprescindíveis para a pessoa e para a coletividade, não há dúvidas de que o dever da Administração Pública de garantir o mínimo existencial através da prestação de serviços públicos decorre diretamente da Constituição Federal, independendo da norma infraconstitucional que lhe imponha a obrigação de prestá-los. Consequentemente, se compete à Administração prestar os serviços essenciais à promoção da dignidade da pessoa humana, em especial aqueles que atendam ao mínimo existencial, sempre que a sua omissão ocasionar dano ao cidadão, ver-se-à o Estado obrigado a repará-lo. Desta sorte, a omissão da Administração frente à garantia dos direitos que compõem o mínimo existencial constitui descumprimento de um dever constitucional de agir, ensejando a obrigação estatal de indenizar o cidadão que sofrer danos decorrentes da omissão administrativa.Instituto de Direito Romeu Felipe Bacellar2008-10-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistaaec.com/index.php/revistaaec/article/view/51810.21056/aec.v8i34.518A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional; ano 8, n. 34 (2008); 59-71A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional; ano 8, n. 34 (2008); 59-71A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional; ano 8, n. 34 (2008); 59-711516-321010.21056/aec.v8i34reponame:A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucionalinstname:Editora Fóruminstacron:ED-FOporhttps://revistaaec.com/index.php/revistaaec/article/view/518/473Copyright (c) 2017 Daniel Wunder Hacheminfo:eu-repo/semantics/openAccessHachem, Daniel Wunder2017-06-10T21:04:44Zoai:ojs.revistaaec.com:article/518Revistahttp://www.revistaaec.com/index.php/revistaaec/indexPRIhttp://www.revistaaec.com/index.php/revistaaec/oaiaec.revista@gmail.com1516-32101984-4182opendoar:2017-06-10T21:04:44A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional - Editora Fórumfalse
dc.title.none.fl_str_mv A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humana
title A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humana
spellingShingle A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humana
Hachem, Daniel Wunder
Responsabilidade civil do Estado
omissões estatais
dignidade humana
direitos fundamentais
mínimo existencial
Direito Constitucional
Direito Administrativo
title_short A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humana
title_full A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humana
title_fullStr A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humana
title_full_unstemmed A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humana
title_sort A responsabilidade civil do Estado frente às omissões estatais que ensejam violação à dignidade da pessoa humana
author Hachem, Daniel Wunder
author_facet Hachem, Daniel Wunder
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Hachem, Daniel Wunder
dc.subject.por.fl_str_mv Responsabilidade civil do Estado
omissões estatais
dignidade humana
direitos fundamentais
mínimo existencial
Direito Constitucional
Direito Administrativo
topic Responsabilidade civil do Estado
omissões estatais
dignidade humana
direitos fundamentais
mínimo existencial
Direito Constitucional
Direito Administrativo
description A Administração Pública brasileira, por força dos mandamentos constitucionais definidos na Constituição Federal de 1988, encontra-se obrigada a satisfazer os direitos fundamentais mediante a prestação de serviços públicos e à implementação de políticas públicas, de modo a proteger e promover a dignidade da pessoa humana, garantindo ao cidadão condições mínimas de existência digna. Todavia, não são raros no contexto brasileiro os casos de omissão do Poder Público, em que a Administração furta-se a implementar um serviço público inexorável à garantia do mínimo existencial, ensejando a violação da dignidade da pessoa humana do cidadão. Em tais situações, é comum a apresentação da justificativa de que não havia lei específica, no plano infraconstitucional, que impusesse a prestação de determinados direitos sociais. Contudo, levando em conta a força jurídico-normativa do princípio da dignidade da pessoa humana, bem como do direito fundamental ao serviço público adequado (art. 175, IV, CF), os quais permitem ao cidadão exigir da Administração as prestações positivas consideradas imprescindíveis para a pessoa e para a coletividade, não há dúvidas de que o dever da Administração Pública de garantir o mínimo existencial através da prestação de serviços públicos decorre diretamente da Constituição Federal, independendo da norma infraconstitucional que lhe imponha a obrigação de prestá-los. Consequentemente, se compete à Administração prestar os serviços essenciais à promoção da dignidade da pessoa humana, em especial aqueles que atendam ao mínimo existencial, sempre que a sua omissão ocasionar dano ao cidadão, ver-se-à o Estado obrigado a repará-lo. Desta sorte, a omissão da Administração frente à garantia dos direitos que compõem o mínimo existencial constitui descumprimento de um dever constitucional de agir, ensejando a obrigação estatal de indenizar o cidadão que sofrer danos decorrentes da omissão administrativa.
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008-10-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistaaec.com/index.php/revistaaec/article/view/518
10.21056/aec.v8i34.518
url https://revistaaec.com/index.php/revistaaec/article/view/518
identifier_str_mv 10.21056/aec.v8i34.518
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistaaec.com/index.php/revistaaec/article/view/518/473
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Daniel Wunder Hachem
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Daniel Wunder Hachem
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto de Direito Romeu Felipe Bacellar
publisher.none.fl_str_mv Instituto de Direito Romeu Felipe Bacellar
dc.source.none.fl_str_mv A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional; ano 8, n. 34 (2008); 59-71
A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional; ano 8, n. 34 (2008); 59-71
A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional; ano 8, n. 34 (2008); 59-71
1516-3210
10.21056/aec.v8i34
reponame:A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional
instname:Editora Fórum
instacron:ED-FO
instname_str Editora Fórum
instacron_str ED-FO
institution ED-FO
reponame_str A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional
collection A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional
repository.name.fl_str_mv A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional - Editora Fórum
repository.mail.fl_str_mv aec.revista@gmail.com
_version_ 1798313432891523072