Intoxicação Experimental em ovinos por “mio-mio” Baccharis coridifolia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tokarnia, Carlos Hubinger
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Döbereiner, Jürgen
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pesquisa Agropecuária Brasileira (Online)
Texto Completo: https://seer.sct.embrapa.br/index.php/pab/article/view/16993
Resumo: Apesar de haver na literatura relatos de numerosos experimentos com "mio-mio", Baccharis coridifolia DC. (fam. Compositae), em ovinos, faltam diversos dados básicos sobre a intoxicação por esta planta nessa espécie animal, razão porque foi desenvolvido o presente estudo. As partes aéreas frescas recém-coletadas de B. coridifolia foram administradas, por via oral, a 16 ovinos adultos, em diversas quantidades, em diferentes épocas do ano, a animais de região em que ocorre a planta e a outros de lugares onde não ocorre. A planta procedia dos municípios de Itaqui e Uruguaiana, Rio Grande do Sul Verificou-se que em outubro/ novembro, com a planta em brotação, a dose letal foi de 3 a 4 g/kg, enquanto que em março, época de floração e formação de sementes, ela foi de 1 a 2 g/kg. Desta maneira, na época de floração e formação de sementes a planta foi 2 a 4 vezes mais tóxica para ovinos do que na época de brotação. Os experimentos ainda indicam que não há diferença na susceptibilidade a planta entre os ovinos criados em região de "mio-mio" e os de região onde não existe a planta. Os sintomas de Intoxicação observados foram anorexia, ficando o animal separado do rebanho, em pé ou deitado em decúbito esternal, e, à medida que o tempo passava, permanecia por mais longos períodos nesta última posição, apatia, andar duro, instabilidade, tremores musculares, respiração ofegante, postura em decúbito lateral, movimentos de pedalagem, morte. Os primeiros sintomas, nos casos que terminavam com a morte do ovino, apareceram entre 3 e 24 horas após a administração da planta. A duração dos sintomas nesses casos foi de 2 a 42 horas e o total do período entre a ingestão da planta e a morte foi de 23 a 50 horas. Os principais achados de necropsia foram alterações do rúmen e do retículo, cujos epitélios podiam ser raspados com facilidade com a faca, edema e congestão de sua mucosa, congestão da mucosa do coagulador e do intestino em grau variável. As principais alterações histopatológicas foram também as do rúmen e retículo, e consistiram em necrose, edema e desprendimento das camadas superiores do epitélio com infiltrados por polimorfonucleares, e infiltrados polimorfonucleares na própria, e submucosa.
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A planta procedia dos municípios de Itaqui e Uruguaiana, Rio Grande do Sul Verificou-se que em outubro/ novembro, com a planta em brotação, a dose letal foi de 3 a 4 g/kg, enquanto que em março, época de floração e formação de sementes, ela foi de 1 a 2 g/kg. Desta maneira, na época de floração e formação de sementes a planta foi 2 a 4 vezes mais tóxica para ovinos do que na época de brotação. Os experimentos ainda indicam que não há diferença na susceptibilidade a planta entre os ovinos criados em região de "mio-mio" e os de região onde não existe a planta. Os sintomas de Intoxicação observados foram anorexia, ficando o animal separado do rebanho, em pé ou deitado em decúbito esternal, e, à medida que o tempo passava, permanecia por mais longos períodos nesta última posição, apatia, andar duro, instabilidade, tremores musculares, respiração ofegante, postura em decúbito lateral, movimentos de pedalagem, morte. Os primeiros sintomas, nos casos que terminavam com a morte do ovino, apareceram entre 3 e 24 horas após a administração da planta. A duração dos sintomas nesses casos foi de 2 a 42 horas e o total do período entre a ingestão da planta e a morte foi de 23 a 50 horas. Os principais achados de necropsia foram alterações do rúmen e do retículo, cujos epitélios podiam ser raspados com facilidade com a faca, edema e congestão de sua mucosa, congestão da mucosa do coagulador e do intestino em grau variável. As principais alterações histopatológicas foram também as do rúmen e retículo, e consistiram em necrose, edema e desprendimento das camadas superiores do epitélio com infiltrados por polimorfonucleares, e infiltrados polimorfonucleares na própria, e submucosa. The literature contains much information on Baccharis coridifolia DC. (fam. Compositae) in relation to sheep, but there is a lack of basic information concerning poisoning of this animal species by the plant. The reason of this study was to shed more light on this issue. The upper aerial parts of fresh green B. coridifolia were administered orally to 16 adult sheep, in different amounts and at different times of the year. Animals from regions where the plant does and does not occur were tested. The plant used in the experiments was collected in the counties of Itaqui and Uruguaiana, in the State of Rio Grande do Sul. in October/November, when the plant sprouts, 3 to 4 g/kg caused death In sheep, however in March, when the plant flowers and bears seed, 1 to 2 g/kg were sufficient. This means that the plant is 2 to 4 times more toxic during its flowering and seeding stage than during its sprouting stage. The clinical signs were anorexia, isolation from the herd, standing still or lying down, and (with time) remaining in the lying position, apathy, stiff gait, instability, muscular tremors, laborious respiration, lateral decubitus, walking movements of the legs and death. In the experiments where the sheep died, the first signs of poisoning appeared between 3 and 24 hours after administration of the plant. The symptoms lasted between 2 and 42 hours, and the animals died between 23 and 50 hours after having eaten the plant. The major post-mortem findings were lesions of the rumen and reticulum, the epithelium of which could be detached easily with a knife, oedema and congestion of its mucosa, and congestion of the mucosa of the abomasum and the intestine in variable degree. The main histopathological findings were also lesions of rumen and reticulum, necrosis, oedema and detachment of the upper layers of the epithelium, which was infiltrated by neutrophiles, and neutrophilic infiltration in its propria and submucosa.Pesquisa Agropecuaria BrasileiraPesquisa Agropecuária BrasileiraTokarnia, Carlos HubingerDöbereiner, Jürgen2014-04-15info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://seer.sct.embrapa.br/index.php/pab/article/view/16993Pesquisa Agropecuaria Brasileira; v.11, n.9, 1976: Série Veterinária; 19-26Pesquisa Agropecuária Brasileira; v.11, n.9, 1976: Série Veterinária; 19-261678-39210100-104xreponame:Pesquisa Agropecuária Brasileira (Online)instname:Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)instacron:EMBRAPAporhttps://seer.sct.embrapa.br/index.php/pab/article/view/16993/11314info:eu-repo/semantics/openAccess2014-04-15T19:07:49Zoai:ojs.seer.sct.embrapa.br:article/16993Revistahttp://seer.sct.embrapa.br/index.php/pabPRIhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phppab@sct.embrapa.br || sct.pab@embrapa.br1678-39210100-204Xopendoar:2014-04-15T19:07:49Pesquisa Agropecuária Brasileira (Online) - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)false
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