As palavras “cor” e “raça” (não) ecoam na linguagem dos documentos governamentais sobre educação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bohn, Hilário I.
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Trindade, Cibele
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Identidade!
Texto Completo: http://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/view/1812
Resumo: Os sentidos de palavras como raça, etnia, gênero, sexualidade, inclusão, exclusão ecoam diariamente nos nossos ouvidos e nos lembram a necessidade de rehistoricizar as nossas histórias pessoais e coletivas, assim introduzir rupturas nas identidades. No entanto, as rupturas necessárias somente podem ser realizadas à medida que lembramos, porque somente podemos perdoar se não esquecemos. Por isso, parece tão importante que as políticas de inclusão, inclusive de inclusão racial do negro, do índio, por exemplo, sejam discursadas pela sociedade brasileira. Lembrar parece ser o primeiro passo para a ação política. Lembramos por imagens, por objetos, por palavras e pelos sons ritmados da música. As imagens e os objetos podem ser expostos à visitação pública em museus e praças, mas as palavras precisam ser proferidas, seja na estética da poesia, do romance, no som ritmado da música ou nas palavras oficiais do governo em que se delineia a ação política de uma nação. Sendo o Brasil um país multirracial e multicultural, o objetivo deste texto é verificar como o conceito de raça está presente e como se articula, discursivamente, nos documentos educacionais do governo brasileiro, particularmente nas Diretrizes Curriculares Nacionais. A preocupação se justifica porque os estudos identitários, baseados nos princípios dos Estudos Culturais, mostram que as identidades são forjadas através das atitudes e estratégias do indivíduo em relação ao outro e por políticas diretivas dos Estados.
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