ESCRITA CARTOGRÁFICA: Psicologia institucional e linguagem no contexto de um CAPS II

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marostica, Hellen
Data de Publicação: 2024
Outros Autores: Kácser, Lídia Mariane
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Psicologia e Saúde em Debate
Texto Completo: https://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/1075
Resumo: Este relato de experiência é uma análise institucional feita a partir das experiências de duas estagiárias em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II. Intencionamos levantar alguns questionamentos e reflexões sobre a Psicologia Institucional e as institucionalidades que permeiam o serviço, o tensionamento entre instituído e instituinte, com enfoque na linguagem que opera enquanto instituição. Os objetivos visados são: investigar qual a possível lógica de subversão em tal cenário, ainda permeado pelo modelo manicomial; examinar como a Psicologia Institucional pode auxiliar nessa subversão; averiguar se a linguagem, enquanto instituição, pode libertar corpos de tal modelo. Utilizamos o método da cartografia, onde os procedimentos envolveram a observação, registro em diário de campo, partilhas em supervisões e revisão bibliográfica. São utilizados cinco exemplos de linguagem observados no serviço: de invalidação do sofrimento, infantilização, LGBTI+fobia, estereótipos contra usuários de substâncias psicoativas e ressignificação da linguagem da loucura. É realizada uma discussão sobre estes cinco exemplos a partir dos resultados alcançados, que apontam para a importância da Psicologia Institucional e para a necessidade de capacitação de profissionais e de emancipação de usuários enquanto sujeitos políticos. Compreendemos que, com as reflexões e discussões levantadas, pode-se abrir margem para transformações. Nas considerações finais, conclui-se que a linguagem tem o potencial de contribuir para reforçar ou libertar a abjeção de determinados corpos produzida pelo modelo manicomial. Essa libertação ocorre quando há análise, redesenhamentos e trabalhos junto com os usuários do CAPS.
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Os objetivos visados são: investigar qual a possível lógica de subversão em tal cenário, ainda permeado pelo modelo manicomial; examinar como a Psicologia Institucional pode auxiliar nessa subversão; averiguar se a linguagem, enquanto instituição, pode libertar corpos de tal modelo. Utilizamos o método da cartografia, onde os procedimentos envolveram a observação, registro em diário de campo, partilhas em supervisões e revisão bibliográfica. São utilizados cinco exemplos de linguagem observados no serviço: de invalidação do sofrimento, infantilização, LGBTI+fobia, estereótipos contra usuários de substâncias psicoativas e ressignificação da linguagem da loucura. É realizada uma discussão sobre estes cinco exemplos a partir dos resultados alcançados, que apontam para a importância da Psicologia Institucional e para a necessidade de capacitação de profissionais e de emancipação de usuários enquanto sujeitos políticos. Compreendemos que, com as reflexões e discussões levantadas, pode-se abrir margem para transformações. Nas considerações finais, conclui-se que a linguagem tem o potencial de contribuir para reforçar ou libertar a abjeção de determinados corpos produzida pelo modelo manicomial. Essa libertação ocorre quando há análise, redesenhamentos e trabalhos junto com os usuários do CAPS.This experience report is an institutional analysis based on the experiences of two interns at a Psychosocial Care Center (CAPS) II. Our intention is to raise some questions and reflections about Institutional Psychology and the institutionalities that permeate the service, the tension between the instituted and the instituting, focusing on the language that operates as an institution. The objectives are: to investigate the possible logic of subversion in such a scenario, still permeated by the asylum model; to examine how Institutional Psychology can assist in this subversion; to determine if language, as an institution, can free bodies from such a model. We used the cartography method, where the procedures involved observation, field diary recording, sharing in supervisions, and literature review. Five examples of language observed in the service are used: invalidation of suffering, infantilization, LGBTI+phobia, stereotypes against psychoactive substance users, and re-signification of the language of madness. A discussion is conducted on these five examples based on the results obtained, which point to the importance of Institutional Psychology and the need for training professionals and emancipating users as political subjects. We understand that, with the raised reflections and discussions, room can be opened for transformations. In the final considerations, it is concluded that language has the potential to contribute to reinforcing or liberating the abjection of certain bodies produced by the asylum model. This liberation occurs when there is analysis, redesign, and collaboration with CAPS users.Este relato de experiencia es un análisis institucional basado en las experiencias de dos pasantes en un Centro de Atención Psicosocial (CAPS) II. Nuestra intención es plantear algunas preguntas y reflexiones sobre la Psicología Institucional y las institucionalidades que impregnan el servicio, la tensión entre lo instituido y lo instituyente, con enfoque en el lenguaje que opera como institución. Los objetivos son: investigar la posible lógica de subversión en tal escenario, aún permeado por el modelo manicomial; examinar cómo la Psicología Institucional puede ayudar en esta subversión; averiguar si el lenguaje, como institución, puede liberar cuerpos de tal modelo. Utilizamos el método de la cartografía, donde los procedimientos involucraron la observación, registro en diario de campo, intercambio en supervisiones y revisión bibliográfica. Se utilizan cinco ejemplos de lenguaje observados en el servicio: invalidación del sufrimiento, infantilización, LGBTI+fobia, estereotipos contra usuarios de sustancias psicoactivas y resignificación del lenguaje de la locura. Se realiza una discusión sobre estos cinco ejemplos a partir de los resultados obtenidos, que apuntan a la importancia de la Psicología Institucional y la necesidad de capacitar a profesionales y emancipar a los usuarios como sujetos políticos. Entendemos que, con las reflexiones y discusiones planteadas, se puede abrir espacio para transformaciones. En las consideraciones finales, se concluye que el lenguaje tiene el potencial de contribuir a reforzar o liberar la abyección de ciertos cuerpos producida por el modelo manicomial. Esta liberación ocurre cuando hay análisis, rediseño y colaboración con los usuarios del CAPS.Faculdade Patos de Minas2024-03-06info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/107510.22289/2446-922X.V10N1A9Psicologia e Saúde em debate; Vol. 10 No. 1 (2024); 137-156Psicologia e Saúde em debate; Vol. 10 Núm. 1 (2024); 137-156Psicologia e Saúde em debate; v. 10 n. 1 (2024); 137-1562446-922Xreponame:Psicologia e Saúde em Debateinstname:Faculdade Patos de Minas (FPM)instacron:FPMporhttps://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/1075/652Copyright (c) 2024 Psicologia e Saúde em debatehttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMarostica, HellenKácser, Lídia Mariane2024-03-06T20:56:00Zoai:ojs2.psicodebate.dpgpsifpm.com.br:article/1075Revistahttp://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodicoPRIhttps://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/oaieditor@dpgpsifpm.com.br2446-922X2446-922Xopendoar:2024-03-06T20:56Psicologia e Saúde em Debate - Faculdade Patos de Minas (FPM)false
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