Gira mundos: A Educação Ambiental no mito e o mito na Educação Ambiental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castor, Katia Gonçalves
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Tristão, Martha
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Remea - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental (Online)
Texto Completo: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/5007
Resumo: A Educação Ambiental se constitui na relação entre a natureza e a cultura de modo indissociável das relações de poder e de saber. A pesquisa se enreda na tendência da Educação Ambiental complexa, analisa os modos de fabricação das subjetividades imposta pelo discurso neocapitalista. Investiga a racionalidade herdada da sociedade moderna e explora a lógica dos referenciais afrodescendente, em específico as lógicas presentes nos terreiros da Umbanda. Problematiza o mito na Educação Ambiental e a Educação Ambiental no mito, a partir das orixalidades umbandista. Adota a pesquisa narrativa dialogando com TRISTÃO (2012) e SATO; PASSOS (2013) problematiza os processos de subjetivação a partir de FOUCAULT (1996) e busca capturar os saberes sustentáveis da noosfera umbandista MORIN (2005) influenciada por DELEUZE; GUATTARI (1996). Através das giras, seu principal ritual, evidencia como essas lógicas são acionadas para a fabricação de novos modos de percepção da relação entre a cultura e a natureza. Contribuem no processo de investigação para a produção dos dados, a realização de entrevistas abertas e semiestruturadas; o registro em cadernos de bordo; gravações em áudio e vídeo; fotografias e rodas de conversas em encontros com professores e alunos de uma escola pública próxima aos terreiros, onde problematiza os processos e mecanismos de exclusão e violência, materializados em posturas discriminatórias e de negação da cultura afro-brasileira e como essas experiências são partilhadas pelos professores e alunos no contexto de suas práticas. A aposta metodológica foi criar estratégias de narrar experiências da Educação Ambiental em espaços não formais como os espaços dos terreiros da Umbanda e espaços formais como a escola, através das orixalidades em narrativas, na busca de zonas de confiança e na invenção de encontros mais solidários, por escutas mais sutis e híbridas e de novos sentidos de alianças que dissolvam pontos de vistas e desestabilizem discursos do eixo dominante, como forma de exercício do pensamento para abertura de lógicas silenciadas historicamente. Conclui que lógicas complexas incluem as existências infames e obscurecidas pela lógica oficial. Lógicas complexas buscam ver os efeitos dos modos como nós próprios fomos constituídos. A fé-eco-lógica presente nas orixalidades em narrativas potencializou a desconstrução dos regimes de verdade e subverteu a monocultura de lógicas.
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