A invisibilidade do sistema carnista e a necessária percepção dos animais como sujeitos de direito

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fangueiro, Jade Cristine De Souza
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FURG (RI FURG)
Texto Completo: http://repositorio.furg.br/handle/1/7271
Resumo: O hábito de comer carne torna-se cada vez mais eticamente questionável considerando que, com os avanços da ciência, há diversas provas de que todos os animais possuem capacidade de sentir, tanto prazer como dor, ou seja, são seres sencientes. O comum é se pensar que os animais que não são dotados de raciocínio são utilizáveis para o desfrute do ser humano, sendo para alimentação, vestuário, testes de produtos ou qualquer outro capricho deste. Ocorre que, mesmo não possuindo a capacidade de raciocinar, estes animais podem sofrer, e este sofrimento é ignorado, pois encarado como uma simples reação mecânica, não como um modo de demonstração de dor. O carnismo é uma ideologia baseada em um sistema invisível, que condiciona a pessoa a comer alguns animais, mas outros não. É um sistema que está na sociedade como o normal, o comum– configurando a chamada “normose especista” –, não sendo tal hábito encarado como uma opção (como o vegetarianismo o é), pois foi historicamente imposto que comer carne é necessário, fazendo parte da natureza do ser humano, pois este está no topo da cadeia alimentar. Ainda passíveis de observação, pelos impactos que geram, são os efeitos colaterais da produção de carne. A pecuária está extremamente ligada ao desmatamento, à poluição e a outros problemas que atingem o meio ambiente e o bem-estar humano. No presente trabalho tratar-se-á sobre a invisibilidade – social, psicológica e física -, deste sistema e seus efeitos. O objetivo é desvendar o porquê desta ideologia arraigada na sociedade permanecer invisível por tanto tempo. Além disto, procurar-se-á demonstrar a importância da percepção de todos os animais como seres sencientes, devendo estes serem incluídos no ordenamento jurídico brasileiro como sujeitos de direito. Não obstante, será tratado acerca da indústria da carne e seus malefícios para o meio-ambiente, para os animais humanos e, principalmente, para os animais não-humanos.
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