Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação"
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1958 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Bragantia |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87051958000100027 |
Resumo: | Neste artigo são apresentados os resultados obtidos em 71 ensaios de adubação do algodoeiro, conduzidos nos anos agrícolas de 1935-36 a 1941-42, em fazendas particulares ("campos de cooperação") localizadas em 34 municípios, compreendendo os principais tipos de solo do Planalto Paulista. Esses ensaios permitem comparar: a) o efeito de doses crescentes de azôto, fósforo ou potássio, sendo cada um desses nutrientes estudado na presença das doses maiores dos outros dois; b) o efeito do fósforo na ausência ou presença de azôto mais potássio, o do azôto na ausência ou presença do potássio (fósforo sempre presente) e o do potássio na ausência ou presença do azôto (fósforo sempre presente), e c) o efeito de três formas de fósforo (superfosfato, Renânia-fosfato e farinha de ossos degelatinados) na presença das doses maiores de azôto e potássio. De fósforo usaram-se sempre 40 e 80 kg/ha de P2O5; de azôto, 15 e 30 kg/ha de N até 1939-40 e 7,5 e 15 kg/ha em 1940-41 e 1941-42; de potássio, 40 e 80 kg/ha de K2O até 1939-40 e 25 e 50 kg/ha nos dois últimos anos. O azôto e o potássio foram sempre empregados nas formas de salitre do Chile e cloreto de potássio. Quanto ao fósforo, para estudar os efeitos citados em a e b se usou Renânia-fosfato em 1937-38 e 1938-39 e superfosfato nos outros anos; para o citado em c, as formas já mencionadas. Êsses adubos foram sempre aplicados conforme o método arraigado em nosso meio, nos sulcos de plantio, ao ser êste efetuado. O nutriente que regulou a produção foi, em regra, o fósforo. Os aumentos que êle provocou foram geralmente consideráveis, de modo que, a despeito de vários resultados nulos ou negativos, seu efeito médio foi satisfatório; contudo, o da dose maior foi pouco superior ao da menor. O superfosfato se mostrou superior à farinha de ossos e ao Renânia-fosfato, que deram praticamente o mesmo resultado. As respostas ao azôto e ao potássio, conquanto satisfatórias em cerca de um terço dos ensaios, foram nulas ou negativas na maioria deles, e suas doses maiores deram, em regra, resultados inferiores aos das menores. O efeito do fósforo foi praticamente o mesmo quando empregado sozinho ou na presença de azôto mais potássio; o do azôto, muito maior na ausência que na presença do potássio; o deste nutriente, muito maior na ausência que na presença do azôto. Muitos dos solos estudados estavam bem providos de azôto e potássio; por outro lado o uso de espaçamentos execessivamente largos deve ter diminuído a necessidade de adubações azotadas e potássicos. A aplicação do salitre por ocasião do plantio, e seu conseqüente arrastamento antes de as plantas o terem podido aproveitar, também deve ter influído para que, em muitos casos, o azôto não tenha obtido resposta satisfatória. Sem dúvida esses fatores concorreram para diminuir o efeito do azôto e do potássio, mas não justificam que, empregados em doses moderadas, eles tenham deprimido tão freqüentemente a produção. Em grande número de ensaios, tanto o azôto como o potássio e mesmo o fósforo (especialmente quando usado na forma de Renânia-fosfato) reduziram apreciàvelmente o "stand", e tais reduções foram mais intensas e freqüentes quando se empregaram as doses maiores do mesmo nutriente ou quando a um deles se adicionou outro. Essa foi a causa principal das depressões na produção e do incomum comportamento dos nutrientes na presença uns dos outros. As reduções no "stand" são atribuídas à excessiva concentração de sais no pequeno volume de terra que envolve as sementes, em conseqüência da aplicação dos adubos nos sulcos de plantio. Daí a conclusão de que, para poder avaliar com segurança o efeito dos adubos, estes devem ser aplicados por método mais eficiente que o arraigado em nosso meio. |
id |
IAC-1_e26d659a878c0b9176097f3c9c1eaec4 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0006-87051958000100027 |
network_acronym_str |
IAC-1 |
network_name_str |
Bragantia |
repository_id_str |
|
spelling |
Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação"Neste artigo são apresentados os resultados obtidos em 71 ensaios de adubação do algodoeiro, conduzidos nos anos agrícolas de 1935-36 a 1941-42, em fazendas particulares ("campos de cooperação") localizadas em 34 municípios, compreendendo os principais tipos de solo do Planalto Paulista. Esses ensaios permitem comparar: a) o efeito de doses crescentes de azôto, fósforo ou potássio, sendo cada um desses nutrientes estudado na presença das doses maiores dos outros dois; b) o efeito do fósforo na ausência ou presença de azôto mais potássio, o do azôto na ausência ou presença do potássio (fósforo sempre presente) e o do potássio na ausência ou presença do azôto (fósforo sempre presente), e c) o efeito de três formas de fósforo (superfosfato, Renânia-fosfato e farinha de ossos degelatinados) na presença das doses maiores de azôto e potássio. De fósforo usaram-se sempre 40 e 80 kg/ha de P2O5; de azôto, 15 e 30 kg/ha de N até 1939-40 e 7,5 e 15 kg/ha em 1940-41 e 1941-42; de potássio, 40 e 80 kg/ha de K2O até 1939-40 e 25 e 50 kg/ha nos dois últimos anos. O azôto e o potássio foram sempre empregados nas formas de salitre do Chile e cloreto de potássio. Quanto ao fósforo, para estudar os efeitos citados em a e b se usou Renânia-fosfato em 1937-38 e 1938-39 e superfosfato nos outros anos; para o citado em c, as formas já mencionadas. Êsses adubos foram sempre aplicados conforme o método arraigado em nosso meio, nos sulcos de plantio, ao ser êste efetuado. O nutriente que regulou a produção foi, em regra, o fósforo. Os aumentos que êle provocou foram geralmente consideráveis, de modo que, a despeito de vários resultados nulos ou negativos, seu efeito médio foi satisfatório; contudo, o da dose maior foi pouco superior ao da menor. O superfosfato se mostrou superior à farinha de ossos e ao Renânia-fosfato, que deram praticamente o mesmo resultado. As respostas ao azôto e ao potássio, conquanto satisfatórias em cerca de um terço dos ensaios, foram nulas ou negativas na maioria deles, e suas doses maiores deram, em regra, resultados inferiores aos das menores. O efeito do fósforo foi praticamente o mesmo quando empregado sozinho ou na presença de azôto mais potássio; o do azôto, muito maior na ausência que na presença do potássio; o deste nutriente, muito maior na ausência que na presença do azôto. Muitos dos solos estudados estavam bem providos de azôto e potássio; por outro lado o uso de espaçamentos execessivamente largos deve ter diminuído a necessidade de adubações azotadas e potássicos. A aplicação do salitre por ocasião do plantio, e seu conseqüente arrastamento antes de as plantas o terem podido aproveitar, também deve ter influído para que, em muitos casos, o azôto não tenha obtido resposta satisfatória. Sem dúvida esses fatores concorreram para diminuir o efeito do azôto e do potássio, mas não justificam que, empregados em doses moderadas, eles tenham deprimido tão freqüentemente a produção. Em grande número de ensaios, tanto o azôto como o potássio e mesmo o fósforo (especialmente quando usado na forma de Renânia-fosfato) reduziram apreciàvelmente o "stand", e tais reduções foram mais intensas e freqüentes quando se empregaram as doses maiores do mesmo nutriente ou quando a um deles se adicionou outro. Essa foi a causa principal das depressões na produção e do incomum comportamento dos nutrientes na presença uns dos outros. As reduções no "stand" são atribuídas à excessiva concentração de sais no pequeno volume de terra que envolve as sementes, em conseqüência da aplicação dos adubos nos sulcos de plantio. Daí a conclusão de que, para poder avaliar com segurança o efeito dos adubos, estes devem ser aplicados por método mais eficiente que o arraigado em nosso meio.Instituto Agronômico de Campinas1958-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87051958000100027Bragantia v.17 n.unico 1958reponame:Bragantiainstname:Instituto Agronômico de Campinas (IAC)instacron:IAC10.1590/S0006-87051958000100027info:eu-repo/semantics/openAccessSchmidt,W.Neves,O. S.Freire,E. S.por2010-05-10T00:00:00Zoai:scielo:S0006-87051958000100027Revistahttps://www.scielo.br/j/brag/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpbragantia@iac.sp.gov.br||bragantia@iac.sp.gov.br1678-44990006-8705opendoar:2010-05-10T00:00Bragantia - Instituto Agronômico de Campinas (IAC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação" |
title |
Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação" |
spellingShingle |
Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação" Schmidt,W. |
title_short |
Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação" |
title_full |
Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação" |
title_fullStr |
Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação" |
title_full_unstemmed |
Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação" |
title_sort |
Adubação do algodoeiro: V - Ensaios com azôto, fósforo e potássio, em "campos de cooperação" |
author |
Schmidt,W. |
author_facet |
Schmidt,W. Neves,O. S. Freire,E. S. |
author_role |
author |
author2 |
Neves,O. S. Freire,E. S. |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Schmidt,W. Neves,O. S. Freire,E. S. |
description |
Neste artigo são apresentados os resultados obtidos em 71 ensaios de adubação do algodoeiro, conduzidos nos anos agrícolas de 1935-36 a 1941-42, em fazendas particulares ("campos de cooperação") localizadas em 34 municípios, compreendendo os principais tipos de solo do Planalto Paulista. Esses ensaios permitem comparar: a) o efeito de doses crescentes de azôto, fósforo ou potássio, sendo cada um desses nutrientes estudado na presença das doses maiores dos outros dois; b) o efeito do fósforo na ausência ou presença de azôto mais potássio, o do azôto na ausência ou presença do potássio (fósforo sempre presente) e o do potássio na ausência ou presença do azôto (fósforo sempre presente), e c) o efeito de três formas de fósforo (superfosfato, Renânia-fosfato e farinha de ossos degelatinados) na presença das doses maiores de azôto e potássio. De fósforo usaram-se sempre 40 e 80 kg/ha de P2O5; de azôto, 15 e 30 kg/ha de N até 1939-40 e 7,5 e 15 kg/ha em 1940-41 e 1941-42; de potássio, 40 e 80 kg/ha de K2O até 1939-40 e 25 e 50 kg/ha nos dois últimos anos. O azôto e o potássio foram sempre empregados nas formas de salitre do Chile e cloreto de potássio. Quanto ao fósforo, para estudar os efeitos citados em a e b se usou Renânia-fosfato em 1937-38 e 1938-39 e superfosfato nos outros anos; para o citado em c, as formas já mencionadas. Êsses adubos foram sempre aplicados conforme o método arraigado em nosso meio, nos sulcos de plantio, ao ser êste efetuado. O nutriente que regulou a produção foi, em regra, o fósforo. Os aumentos que êle provocou foram geralmente consideráveis, de modo que, a despeito de vários resultados nulos ou negativos, seu efeito médio foi satisfatório; contudo, o da dose maior foi pouco superior ao da menor. O superfosfato se mostrou superior à farinha de ossos e ao Renânia-fosfato, que deram praticamente o mesmo resultado. As respostas ao azôto e ao potássio, conquanto satisfatórias em cerca de um terço dos ensaios, foram nulas ou negativas na maioria deles, e suas doses maiores deram, em regra, resultados inferiores aos das menores. O efeito do fósforo foi praticamente o mesmo quando empregado sozinho ou na presença de azôto mais potássio; o do azôto, muito maior na ausência que na presença do potássio; o deste nutriente, muito maior na ausência que na presença do azôto. Muitos dos solos estudados estavam bem providos de azôto e potássio; por outro lado o uso de espaçamentos execessivamente largos deve ter diminuído a necessidade de adubações azotadas e potássicos. A aplicação do salitre por ocasião do plantio, e seu conseqüente arrastamento antes de as plantas o terem podido aproveitar, também deve ter influído para que, em muitos casos, o azôto não tenha obtido resposta satisfatória. Sem dúvida esses fatores concorreram para diminuir o efeito do azôto e do potássio, mas não justificam que, empregados em doses moderadas, eles tenham deprimido tão freqüentemente a produção. Em grande número de ensaios, tanto o azôto como o potássio e mesmo o fósforo (especialmente quando usado na forma de Renânia-fosfato) reduziram apreciàvelmente o "stand", e tais reduções foram mais intensas e freqüentes quando se empregaram as doses maiores do mesmo nutriente ou quando a um deles se adicionou outro. Essa foi a causa principal das depressões na produção e do incomum comportamento dos nutrientes na presença uns dos outros. As reduções no "stand" são atribuídas à excessiva concentração de sais no pequeno volume de terra que envolve as sementes, em conseqüência da aplicação dos adubos nos sulcos de plantio. Daí a conclusão de que, para poder avaliar com segurança o efeito dos adubos, estes devem ser aplicados por método mais eficiente que o arraigado em nosso meio. |
publishDate |
1958 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1958-01-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87051958000100027 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87051958000100027 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0006-87051958000100027 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Agronômico de Campinas |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Agronômico de Campinas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Bragantia v.17 n.unico 1958 reponame:Bragantia instname:Instituto Agronômico de Campinas (IAC) instacron:IAC |
instname_str |
Instituto Agronômico de Campinas (IAC) |
instacron_str |
IAC |
institution |
IAC |
reponame_str |
Bragantia |
collection |
Bragantia |
repository.name.fl_str_mv |
Bragantia - Instituto Agronômico de Campinas (IAC) |
repository.mail.fl_str_mv |
bragantia@iac.sp.gov.br||bragantia@iac.sp.gov.br |
_version_ |
1754193291059920896 |