O Protagonismo de Celie em The Color Purple: Uma abordagem interseccional e sistêmico-funcional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Wesley Sousa
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Comum do Brasil - Deposita
Texto Completo: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/415
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo analisar a construção de si da personagem Celie no romance epistolar The color purple, de Alice Walker. Tal estudo se concentrou nos enunciados transitivos em que há ocorrências dos pronomes “I” e “me” referentes à personagem, isto é, com Celie na condição de agente e objeto ao falar de si. A análise se baseou na forma pela qual a protagonista da história experiencia o mundo e como essa proposta pode contribuir para o protagonismo de mulheres negras e/ou queer com relutância ao patriarcado na sociedade atual. O corpus do trabalho se constituiu por cartas escritas por Celie para Deus e/ou para sua irmã Nettie. O estudo propôs identificar e categorizar as orações como potencial para um processo de construção experiencial do indivíduo. Para tal, essa pesquisa tomou como aporte teórico a Linguística Sistêmico-Funcional, com Halliday e Matthiessen (2014), especificamente na análise do Sistema de Transitividade, que pode ser definido como um sistema de descrição da oração por meio de categorias semânticas que explicam a forma como o indivíduo experiencia o mundo. Nesse sentido, a fim de entender como a construção de si de Celie aponta para um protagonismo, após descobrir uma nova forma de amar, está sendo utilizada também como fundamentação teórico-metodológico a interseccionalidade, conceito que “nos instrumentaliza a enxergar a matriz colonial moderna contra grupos tratados como oprimidos” (AKOTIRENE, 2019, p. 44). Os resultados apontaram para uma maior ocorrência dos Processos Verbais, totalizando em 260 ocorrências, isto é, Celie, na condição de Dizente, é a própria falante no discurso. A partir da experienciação de mundo da personagem por meio da fala, Celie cria seu texto narrativo apresentando de forma verbal, suas vivências após ter descoberto um amor por outra mulher, Shug. E mesmo diante às múltiplas violências sofridas, ela conseguiu sua autonomia como mulher negra queer em uma sociedade cis-heteropatriarcal do século XX. Que esse estudo possa contribuir para o interesse de buscar compreender os problemas sociais, a fim de que os movimentos sociais possam se engajar e enfrentar o sistema opressor da sociedade.
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spelling O Protagonismo de Celie em The Color Purple: Uma abordagem interseccional e sistêmico-funcionalThe protagonism of Celie in The Color Purple: An Intersectional and Systemic-Functional ApproachRepresentações; Interseccionalidade; Transitividade; The color purpleRepresentations; Intersectionality; Transitivity; The color purpleLinguística; Letras; Estudos da LinguagemO presente trabalho tem como objetivo analisar a construção de si da personagem Celie no romance epistolar The color purple, de Alice Walker. Tal estudo se concentrou nos enunciados transitivos em que há ocorrências dos pronomes “I” e “me” referentes à personagem, isto é, com Celie na condição de agente e objeto ao falar de si. A análise se baseou na forma pela qual a protagonista da história experiencia o mundo e como essa proposta pode contribuir para o protagonismo de mulheres negras e/ou queer com relutância ao patriarcado na sociedade atual. O corpus do trabalho se constituiu por cartas escritas por Celie para Deus e/ou para sua irmã Nettie. O estudo propôs identificar e categorizar as orações como potencial para um processo de construção experiencial do indivíduo. Para tal, essa pesquisa tomou como aporte teórico a Linguística Sistêmico-Funcional, com Halliday e Matthiessen (2014), especificamente na análise do Sistema de Transitividade, que pode ser definido como um sistema de descrição da oração por meio de categorias semânticas que explicam a forma como o indivíduo experiencia o mundo. Nesse sentido, a fim de entender como a construção de si de Celie aponta para um protagonismo, após descobrir uma nova forma de amar, está sendo utilizada também como fundamentação teórico-metodológico a interseccionalidade, conceito que “nos instrumentaliza a enxergar a matriz colonial moderna contra grupos tratados como oprimidos” (AKOTIRENE, 2019, p. 44). Os resultados apontaram para uma maior ocorrência dos Processos Verbais, totalizando em 260 ocorrências, isto é, Celie, na condição de Dizente, é a própria falante no discurso. A partir da experienciação de mundo da personagem por meio da fala, Celie cria seu texto narrativo apresentando de forma verbal, suas vivências após ter descoberto um amor por outra mulher, Shug. E mesmo diante às múltiplas violências sofridas, ela conseguiu sua autonomia como mulher negra queer em uma sociedade cis-heteropatriarcal do século XX. Que esse estudo possa contribuir para o interesse de buscar compreender os problemas sociais, a fim de que os movimentos sociais possam se engajar e enfrentar o sistema opressor da sociedade.This work aims to analyze the self-construction of the character Celie in the epistolary novel The color purple, by Alice Walker. Such study focuses on transitive utterances in which there are occurrences of pronouns “I” and “me” referring to Celie as agent and object when speaking of herself. The analysis is based on the way in which she experiences the world and how this proposal can contribute to the protagonism of black women and/or queer with reluctance to patriarchy in nowadays society. The corpus consists of letters written by Celie to God and/or to her sister Nettie. Our study proposes to investigate the sentences as a potential for a process of experiential construction of the individual. Therefore, this research takes as theoretical contribution the Systemic-Functional Linguistics, with Halliday and Matthiessen (2014), specifically in the analysis of the Transitivity System. Which can be defined as a system of description of sentences through semantic categories that explain how the individual experiences the world. Thus, in order to understand how Celie self-construction points to a protagonism, after discovering a new way of loving, intersectionality is also being used as a theoretical-methodological foundation, a concept that “it instrumentalizes us to see the modern colonial matrix against groups treated as oppressed” (AKOTIRENE, 2019, p. 44). Results indicate to a greater occurrence of Verbal Processes, totaling 260 occurrences, that is, Celie, as Sayer, is the speaker in the discourse. Based on the character’s experience of the world through speech, Celie creates her narrative text by verbally presenting her experiences after discovering a love for another woman, Shug. And even in the face of multiple violence suffered, she achieved her autonomy as a queer black woman in a 20th century cis-heteropatriarchal society. This study may contribute to the interest of seeking to understand social problems, so that socimovements could engage and face the oppressive system of society.Universidade Federal Rural de PernambucoUnidade Acadêmica de Educação à Distância e TecnologiaBrasilPrograma de Pós-Graduação em Estudos da Linguagemhttp://lattes.cnpq.br/232065990543214710445494409Melo, Iran Ferreira deRodrigues, Wesley Sousa2023-09-01T14:26:26Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRODRIGUES, Wesley Sousa. O Protagonismo de Celie em The Color Purple: Uma abordagem interseccional e sistêmico-funcional. 2021. 142 f. 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