Linguagem, individuação e performatividade em Paolo Virno | Language, individuation and performativity in Paolo Virno
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Liinc em Revista |
Texto Completo: | http://revista.ibict.br/liinc/article/view/3272 |
Resumo: | Resumo O artigo busca articular as teorizações de Paolo Virno sobre a linguagem enquanto capacidade, potencialidade “natural” da espécie, e a dimensão linguística do trabalho no regime do trabalho imaterial. Assim como Negri, Lazzarato, Gorz e outros autores que podemos situar no terreno teórico e filosófico do trabalho imaterial, Virno propõe um novo tipo de trabalho na contemporaneidade, um trabalho que é, cada vez mais, biopolítico; podemos verificar, entretanto, uma bifurcação entre os postulados de Negri e Virno, em que Negri critica o discurso naturalista das capacidades e prefere adotar uma ontologia da produção mantendo como centrais as categorias do trabalho vivo, sujeito/classe da produção – a multidão – e o antagonismo. Por sua vez, a tese defendida por Virno da linguagem encarnada, a tomada da palavra que se faz carne, vista por ele como faculdade biológica, capacidade linguística que distingue os seres humanos enquanto espécie, não prescinde da dimensão política e histórica. Trata-se, com efeito, de uma faculdade que é imanente à própria vida e está permanentemente se recriando, se constituindo. Além disto, para Virno linguagem e política estão sempre juntas, são inseparáveis: o ser da linguagem é sempre ser político.Palavras-chave linguagem; virtuosismo; dimensão linguística do trabalho Abstract This paper aims at articulating Paolo Virno’s theorization about language as capacity, a natural potentiality of the species, and the linguistic dimension of labor under the regime of the immaterial. Like Negri, Lazzarato, Gorz and other authors who could be placed in the theoretical and philosophical field of Immaterial Labor, Virno postulates a new kind of labor, which is above all biopolitical; we can identify, however, a bifurcation between Negri’s and Virno’s theories; while Negri, on the one hand, criticizes the naturalistic discourse of capacities and prefers to adopt an ontology of production instead, keeping at its core the categories of living labor, subject/class of production – the multitude – and antagonism, on the other hand, the hypothesis sustained by Virno of the embodied language, the becoming flesh of language, seen as a biological capacity which distinguishes human beings as species, does not eliminate the political and historical dimensions of language. Indeed, it is a faculty immanent to life, which is constantly recreating and constituting itself. In addition, according to Virno, language and politics cannot be separated: the being of language is always a political being.Keywords language; virtuosity; labor’s linguistic dimension |
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Linguagem, individuação e performatividade em Paolo Virno | Language, individuation and performativity in Paolo Virnoinguagemvirtuosismodimensão linguística do trabalho | languagevirtuositylabor’s linguistic dimensionResumo O artigo busca articular as teorizações de Paolo Virno sobre a linguagem enquanto capacidade, potencialidade “natural” da espécie, e a dimensão linguística do trabalho no regime do trabalho imaterial. Assim como Negri, Lazzarato, Gorz e outros autores que podemos situar no terreno teórico e filosófico do trabalho imaterial, Virno propõe um novo tipo de trabalho na contemporaneidade, um trabalho que é, cada vez mais, biopolítico; podemos verificar, entretanto, uma bifurcação entre os postulados de Negri e Virno, em que Negri critica o discurso naturalista das capacidades e prefere adotar uma ontologia da produção mantendo como centrais as categorias do trabalho vivo, sujeito/classe da produção – a multidão – e o antagonismo. Por sua vez, a tese defendida por Virno da linguagem encarnada, a tomada da palavra que se faz carne, vista por ele como faculdade biológica, capacidade linguística que distingue os seres humanos enquanto espécie, não prescinde da dimensão política e histórica. Trata-se, com efeito, de uma faculdade que é imanente à própria vida e está permanentemente se recriando, se constituindo. Além disto, para Virno linguagem e política estão sempre juntas, são inseparáveis: o ser da linguagem é sempre ser político.Palavras-chave linguagem; virtuosismo; dimensão linguística do trabalho Abstract This paper aims at articulating Paolo Virno’s theorization about language as capacity, a natural potentiality of the species, and the linguistic dimension of labor under the regime of the immaterial. Like Negri, Lazzarato, Gorz and other authors who could be placed in the theoretical and philosophical field of Immaterial Labor, Virno postulates a new kind of labor, which is above all biopolitical; we can identify, however, a bifurcation between Negri’s and Virno’s theories; while Negri, on the one hand, criticizes the naturalistic discourse of capacities and prefers to adopt an ontology of production instead, keeping at its core the categories of living labor, subject/class of production – the multitude – and antagonism, on the other hand, the hypothesis sustained by Virno of the embodied language, the becoming flesh of language, seen as a biological capacity which distinguishes human beings as species, does not eliminate the political and historical dimensions of language. Indeed, it is a faculty immanent to life, which is constantly recreating and constituting itself. In addition, according to Virno, language and politics cannot be separated: the being of language is always a political being.Keywords language; virtuosity; labor’s linguistic dimension Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)2010-09-29info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://revista.ibict.br/liinc/article/view/327210.18617/liinc.v6i2.385Liinc em Revista; Vol. 6 No. 2 (2010): Language, Information and Contemporary Social DynamicsLiinc em Revista; Vol. 6 Núm. 2 (2010): Linguagem, informação e novas dinâmicas sociais contemporâneasLiinc em Revista; v. 6 n. 2 (2010): Linguagem, informação e novas dinâmicas sociais contemporâneas1808-3536reponame:Liinc em Revistainstname:Instituto Brasileiro de Informação Ciência e Tecnologia (IBICT)instacron:IBICTporhttp://revista.ibict.br/liinc/article/view/3272/2894Corsini, Leonorainfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-05-27T11:32:46Zoai:ojs.revista.ibict.br:article/3272Revistahttp://revista.ibict.br/liincPUBhttp://revista.ibict.br/liinc/oai1808-35361808-3536opendoar:null2021-05-27 11:32:47.569Liinc em Revista - Instituto Brasileiro de Informação Ciência e Tecnologia (IBICT)false |
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Resumo O artigo busca articular as teorizações de Paolo Virno sobre a linguagem enquanto capacidade, potencialidade “natural” da espécie, e a dimensão linguística do trabalho no regime do trabalho imaterial. Assim como Negri, Lazzarato, Gorz e outros autores que podemos situar no terreno teórico e filosófico do trabalho imaterial, Virno propõe um novo tipo de trabalho na contemporaneidade, um trabalho que é, cada vez mais, biopolítico; podemos verificar, entretanto, uma bifurcação entre os postulados de Negri e Virno, em que Negri critica o discurso naturalista das capacidades e prefere adotar uma ontologia da produção mantendo como centrais as categorias do trabalho vivo, sujeito/classe da produção – a multidão – e o antagonismo. Por sua vez, a tese defendida por Virno da linguagem encarnada, a tomada da palavra que se faz carne, vista por ele como faculdade biológica, capacidade linguística que distingue os seres humanos enquanto espécie, não prescinde da dimensão política e histórica. Trata-se, com efeito, de uma faculdade que é imanente à própria vida e está permanentemente se recriando, se constituindo. Além disto, para Virno linguagem e política estão sempre juntas, são inseparáveis: o ser da linguagem é sempre ser político.Palavras-chave linguagem; virtuosismo; dimensão linguística do trabalho Abstract This paper aims at articulating Paolo Virno’s theorization about language as capacity, a natural potentiality of the species, and the linguistic dimension of labor under the regime of the immaterial. Like Negri, Lazzarato, Gorz and other authors who could be placed in the theoretical and philosophical field of Immaterial Labor, Virno postulates a new kind of labor, which is above all biopolitical; we can identify, however, a bifurcation between Negri’s and Virno’s theories; while Negri, on the one hand, criticizes the naturalistic discourse of capacities and prefers to adopt an ontology of production instead, keeping at its core the categories of living labor, subject/class of production – the multitude – and antagonism, on the other hand, the hypothesis sustained by Virno of the embodied language, the becoming flesh of language, seen as a biological capacity which distinguishes human beings as species, does not eliminate the political and historical dimensions of language. Indeed, it is a faculty immanent to life, which is constantly recreating and constituting itself. In addition, according to Virno, language and politics cannot be separated: the being of language is always a political being.Keywords language; virtuosity; labor’s linguistic dimension |
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Liinc em Revista; Vol. 6 No. 2 (2010): Language, Information and Contemporary Social Dynamics Liinc em Revista; Vol. 6 Núm. 2 (2010): Linguagem, informação e novas dinâmicas sociais contemporâneas Liinc em Revista; v. 6 n. 2 (2010): Linguagem, informação e novas dinâmicas sociais contemporâneas 1808-3536 reponame:Liinc em Revista instname:Instituto Brasileiro de Informação Ciência e Tecnologia (IBICT) instacron:IBICT |
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