O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista do Instituto de Estudos Brasileiros |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631 |
Resumo: | Este ensaio propõe duas hipóteses diferentes, conquanto relacionadas. Por um lado, sugere que o conto"Abenjacan, o Bokari, Morto em Seu Labirinto" foi escrito de modo que o papel do detetive deve estar a cargo do leitor. Esse é um modelo que o próprio Borges propusera no"Exame da obra de Herbert Quain". Sustento que a solução ofere cida ao final do conto é apenas hipotética e proponho uma possível solução alternativa. Por outro lado, situo tal conto no quadro mais geral da poética narrativa de Borges e de sua concepção do leitor. A idéia central é que tal poética deve ser vista como a invenção de um novo leitor, que surge da combinação de dois modelos de leitura fortes e em muitos sentidos opostos: aqueles proporcionados pelo texto sagrado, e pelo gênero policial. Sustento que esta combinação sem precedentes é uma das principais contribuições de Borges à renovação do conto como gênero, e que sua virtuosa execução naquele conto permite reavaliá-lo como uma peça central na sua narrativa. |
id |
IEB-1_ffa05cba1f08b24676c6487efad645a6 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/34631 |
network_acronym_str |
IEB-1 |
network_name_str |
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros |
repository_id_str |
|
spelling |
O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto Borges' last detective story and what was in the labyrinth Borgesliteratura argentinacontogênero policialmodelos de leituraBorgesArgentine literatureshort storydetective fictionreading models Este ensaio propõe duas hipóteses diferentes, conquanto relacionadas. Por um lado, sugere que o conto"Abenjacan, o Bokari, Morto em Seu Labirinto" foi escrito de modo que o papel do detetive deve estar a cargo do leitor. Esse é um modelo que o próprio Borges propusera no"Exame da obra de Herbert Quain". Sustento que a solução ofere cida ao final do conto é apenas hipotética e proponho uma possível solução alternativa. Por outro lado, situo tal conto no quadro mais geral da poética narrativa de Borges e de sua concepção do leitor. A idéia central é que tal poética deve ser vista como a invenção de um novo leitor, que surge da combinação de dois modelos de leitura fortes e em muitos sentidos opostos: aqueles proporcionados pelo texto sagrado, e pelo gênero policial. Sustento que esta combinação sem precedentes é uma das principais contribuições de Borges à renovação do conto como gênero, e que sua virtuosa execução naquele conto permite reavaliá-lo como uma peça central na sua narrativa. This essay makes two different, though related claims. On the one hand, it suggests that Borges' detective story"Ibn Hakkan Al-Bokhari, Dead in his Labyrinth" was written in such a way that the role of the detective has to be played by the reader. This is a model Borges himself had proposed in"Examination of the Works of Herbert Quain." I claim that the solution at the end of the story is only provisional, and I propose a possible alternative solution. On the other hand, I place this story within the broader frame of Borges' narrative poetics and conception of the reader. I advance the idea that this poetics should be seen as the invention of a new reader, one that arises from the combination of two strong, and in many ways opposed, reading models: those provided by the sacred text and by detective fiction. I claim that this unprecedented combination is one of Borges' main contributions to the renewal of the short story as a literary genre, and that its virtuosic execution in this story leads us to reconsider it as a major piece in the body of Borges' narrative. Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Brasileiros2009-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/3463110.11606/issn.2316-901X.v0i48p77-106Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; Núm. 48 (2009); 77-106Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; n. 48 (2009); 77-106Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; No 48 (2009); 77-106Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; No. 48 (2009); 77-1062316-901X0020-3874reponame:Revista do Instituto de Estudos Brasileirosinstname:Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)instacron:IEBporhttps://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631/37369Copyright (c) 2016 Revista do Instituto de Estudos Brasileirosinfo:eu-repo/semantics/openAccessRuiz, Pablo M.2014-12-19T12:12:44Zoai:revistas.usp.br:article/34631Revistahttps://www.revistas.usp.br/rieb/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/rieb/oai||revistaieb@usp.br2316-901X0020-3874opendoar:2014-12-19T12:12:44Revista do Instituto de Estudos Brasileiros - Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto Borges' last detective story and what was in the labyrinth |
title |
O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto |
spellingShingle |
O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto Ruiz, Pablo M. Borges literatura argentina conto gênero policial modelos de leitura Borges Argentine literature short story detective fiction reading models |
title_short |
O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto |
title_full |
O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto |
title_fullStr |
O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto |
title_full_unstemmed |
O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto |
title_sort |
O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto |
author |
Ruiz, Pablo M. |
author_facet |
Ruiz, Pablo M. |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ruiz, Pablo M. |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Borges literatura argentina conto gênero policial modelos de leitura Borges Argentine literature short story detective fiction reading models |
topic |
Borges literatura argentina conto gênero policial modelos de leitura Borges Argentine literature short story detective fiction reading models |
description |
Este ensaio propõe duas hipóteses diferentes, conquanto relacionadas. Por um lado, sugere que o conto"Abenjacan, o Bokari, Morto em Seu Labirinto" foi escrito de modo que o papel do detetive deve estar a cargo do leitor. Esse é um modelo que o próprio Borges propusera no"Exame da obra de Herbert Quain". Sustento que a solução ofere cida ao final do conto é apenas hipotética e proponho uma possível solução alternativa. Por outro lado, situo tal conto no quadro mais geral da poética narrativa de Borges e de sua concepção do leitor. A idéia central é que tal poética deve ser vista como a invenção de um novo leitor, que surge da combinação de dois modelos de leitura fortes e em muitos sentidos opostos: aqueles proporcionados pelo texto sagrado, e pelo gênero policial. Sustento que esta combinação sem precedentes é uma das principais contribuições de Borges à renovação do conto como gênero, e que sua virtuosa execução naquele conto permite reavaliá-lo como uma peça central na sua narrativa. |
publishDate |
2009 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2009-03-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631 10.11606/issn.2316-901X.v0i48p77-106 |
url |
https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631 |
identifier_str_mv |
10.11606/issn.2316-901X.v0i48p77-106 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631/37369 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2016 Revista do Instituto de Estudos Brasileiros info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2016 Revista do Instituto de Estudos Brasileiros |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Brasileiros |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Brasileiros |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; Núm. 48 (2009); 77-106 Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; n. 48 (2009); 77-106 Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; No 48 (2009); 77-106 Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; No. 48 (2009); 77-106 2316-901X 0020-3874 reponame:Revista do Instituto de Estudos Brasileiros instname:Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) instacron:IEB |
instname_str |
Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) |
instacron_str |
IEB |
institution |
IEB |
reponame_str |
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros |
collection |
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros |
repository.name.fl_str_mv |
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros - Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) |
repository.mail.fl_str_mv |
||revistaieb@usp.br |
_version_ |
1798949707214487552 |