O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ruiz, Pablo M.
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631
Resumo: Este ensaio propõe duas hipóteses diferentes, conquanto relacionadas. Por um lado, sugere que o conto"Abenjacan, o Bokari, Morto em Seu Labirinto" foi escrito de modo que o papel do detetive deve estar a cargo do leitor. Esse é um modelo que o próprio Borges propusera no"Exame da obra de Herbert Quain". Sustento que a solução ofere cida ao final do conto é apenas hipotética e proponho uma possível solução alternativa. Por outro lado, situo tal conto no quadro mais geral da poética narrativa de Borges e de sua concepção do leitor. A idéia central é que tal poética deve ser vista como a invenção de um novo leitor, que surge da combinação de dois modelos de leitura fortes e em muitos sentidos opostos: aqueles proporcionados pelo texto sagrado, e pelo gênero policial. Sustento que esta combinação sem precedentes é uma das principais contribuições de Borges à renovação do conto como gênero, e que sua virtuosa execução naquele conto permite reavaliá-lo como uma peça central na sua narrativa.
id IEB-1_ffa05cba1f08b24676c6487efad645a6
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/34631
network_acronym_str IEB-1
network_name_str Revista do Instituto de Estudos Brasileiros
repository_id_str
spelling O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto Borges' last detective story and what was in the labyrinth Borgesliteratura argentinacontogênero policialmodelos de leituraBorgesArgentine literatureshort storydetective fictionreading models Este ensaio propõe duas hipóteses diferentes, conquanto relacionadas. Por um lado, sugere que o conto"Abenjacan, o Bokari, Morto em Seu Labirinto" foi escrito de modo que o papel do detetive deve estar a cargo do leitor. Esse é um modelo que o próprio Borges propusera no"Exame da obra de Herbert Quain". Sustento que a solução ofere cida ao final do conto é apenas hipotética e proponho uma possível solução alternativa. Por outro lado, situo tal conto no quadro mais geral da poética narrativa de Borges e de sua concepção do leitor. A idéia central é que tal poética deve ser vista como a invenção de um novo leitor, que surge da combinação de dois modelos de leitura fortes e em muitos sentidos opostos: aqueles proporcionados pelo texto sagrado, e pelo gênero policial. Sustento que esta combinação sem precedentes é uma das principais contribuições de Borges à renovação do conto como gênero, e que sua virtuosa execução naquele conto permite reavaliá-lo como uma peça central na sua narrativa. This essay makes two different, though related claims. On the one hand, it suggests that Borges' detective story"Ibn Hakkan Al-Bokhari, Dead in his Labyrinth" was written in such a way that the role of the detective has to be played by the reader. This is a model Borges himself had proposed in"Examination of the Works of Herbert Quain." I claim that the solution at the end of the story is only provisional, and I propose a possible alternative solution. On the other hand, I place this story within the broader frame of Borges' narrative poetics and conception of the reader. I advance the idea that this poetics should be seen as the invention of a new reader, one that arises from the combination of two strong, and in many ways opposed, reading models: those provided by the sacred text and by detective fiction. I claim that this unprecedented combination is one of Borges' main contributions to the renewal of the short story as a literary genre, and that its virtuosic execution in this story leads us to reconsider it as a major piece in the body of Borges' narrative. Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Brasileiros2009-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/3463110.11606/issn.2316-901X.v0i48p77-106Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; Núm. 48 (2009); 77-106Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; n. 48 (2009); 77-106Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; No 48 (2009); 77-106Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; No. 48 (2009); 77-1062316-901X0020-3874reponame:Revista do Instituto de Estudos Brasileirosinstname:Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)instacron:IEBporhttps://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631/37369Copyright (c) 2016 Revista do Instituto de Estudos Brasileirosinfo:eu-repo/semantics/openAccessRuiz, Pablo M.2014-12-19T12:12:44Zoai:revistas.usp.br:article/34631Revistahttps://www.revistas.usp.br/rieb/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/rieb/oai||revistaieb@usp.br2316-901X0020-3874opendoar:2014-12-19T12:12:44Revista do Instituto de Estudos Brasileiros - Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)false
dc.title.none.fl_str_mv O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto
Borges' last detective story and what was in the labyrinth
title O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto
spellingShingle O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto
Ruiz, Pablo M.
Borges
literatura argentina
conto
gênero policial
modelos de leitura
Borges
Argentine literature
short story
detective fiction
reading models
title_short O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto
title_full O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto
title_fullStr O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto
title_full_unstemmed O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto
title_sort O último conto policial de Borges e o que havia no labirinto
author Ruiz, Pablo M.
author_facet Ruiz, Pablo M.
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Ruiz, Pablo M.
dc.subject.por.fl_str_mv Borges
literatura argentina
conto
gênero policial
modelos de leitura
Borges
Argentine literature
short story
detective fiction
reading models
topic Borges
literatura argentina
conto
gênero policial
modelos de leitura
Borges
Argentine literature
short story
detective fiction
reading models
description Este ensaio propõe duas hipóteses diferentes, conquanto relacionadas. Por um lado, sugere que o conto"Abenjacan, o Bokari, Morto em Seu Labirinto" foi escrito de modo que o papel do detetive deve estar a cargo do leitor. Esse é um modelo que o próprio Borges propusera no"Exame da obra de Herbert Quain". Sustento que a solução ofere cida ao final do conto é apenas hipotética e proponho uma possível solução alternativa. Por outro lado, situo tal conto no quadro mais geral da poética narrativa de Borges e de sua concepção do leitor. A idéia central é que tal poética deve ser vista como a invenção de um novo leitor, que surge da combinação de dois modelos de leitura fortes e em muitos sentidos opostos: aqueles proporcionados pelo texto sagrado, e pelo gênero policial. Sustento que esta combinação sem precedentes é uma das principais contribuições de Borges à renovação do conto como gênero, e que sua virtuosa execução naquele conto permite reavaliá-lo como uma peça central na sua narrativa.
publishDate 2009
dc.date.none.fl_str_mv 2009-03-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631
10.11606/issn.2316-901X.v0i48p77-106
url https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631
identifier_str_mv 10.11606/issn.2316-901X.v0i48p77-106
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34631/37369
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2016 Revista do Instituto de Estudos Brasileiros
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2016 Revista do Instituto de Estudos Brasileiros
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Brasileiros
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Brasileiros
dc.source.none.fl_str_mv Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; Núm. 48 (2009); 77-106
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; n. 48 (2009); 77-106
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; No 48 (2009); 77-106
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; No. 48 (2009); 77-106
2316-901X
0020-3874
reponame:Revista do Instituto de Estudos Brasileiros
instname:Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)
instacron:IEB
instname_str Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)
instacron_str IEB
institution IEB
reponame_str Revista do Instituto de Estudos Brasileiros
collection Revista do Instituto de Estudos Brasileiros
repository.name.fl_str_mv Revista do Instituto de Estudos Brasileiros - Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)
repository.mail.fl_str_mv ||revistaieb@usp.br
_version_ 1798949707214487552