Estrutura populacional intraespecífica e diversidade genética de Osteocephalus taurinus (Anura: Hylidae) no interflúvio Purus-Madeira, Amazônia Central
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12005 http://lattes.cnpq.br/4501816356541935 |
Resumo: | A Amazônia é o bioma mais biodiverso da terra, e os anfíbios são um dos grupos com as maiores taxas de diversidade críptica registradas nessa região. No entanto, os mecanismos causantes de diferenciação entre populações e especiação mantem-se pouco conhecidos nesse bioma, especialmente com base em amostragens densas em escalas refinadas. Estudei a estrutura populacional e diversidade genética da rã hylídea Osteocephalus taurinus, ao longo de um gradiente geográfico de aproximadamente 900 km na Amazônia central, Brasil. Usando marcadores moleculares que incluíram DNA mitocondrial, nuclear e microssatélites, estudei as relações filogenéticas, estrutura populacional, e padrões de variação genética intraespecífica e diferenciação geográfica na área de estudo. Seis grupos genéticos foram recuperados pelas análises: dois correspondem ao O. taurinus e O. oophagus de sua localidade tipo, Reserva Ducke, ao norte do Rio Amazonas. O terceiro grupo corresponde a uma população de O. taurinus isolada na margem direita do Rio Madeira superior. No entanto, evidência de fluxo gênico restrito foi detectada no Rio Madeira superior. Dentro do interflúvio Purus-Madeira, as três populações de O. taurinus substituíram-se ao longo de gradientes geográficos e ambientais, com duas zonas de contato identificadas. Uma zona de contato é concordante entre o DNA mitocondrial e nuclear, e corresponde a uma região no ecótono entre as florestas fechadas e abertas. Segundo a hipótese de barreiras riverinas, espera-se que seleção natural causada por deriva gênica cause diferenciação entre populações separadas por grandes rios Amazônicos como barreiras vicariantes. Dentro de regiões contínuas de floresta, transições abruptas nas frequências gênicas sugerem zonas estreitas de contato ou tensão ecológica. Nessas áreas, espera-se que seleção seja favorecida por adaptação local às diferentes condições ambientais, por meio de seleção contra migrantes de outras regiões imediatas, mas ambientalmente distintas, e contra híbridos. |
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Yépez, Diego Armando OrtizWerneck, Fernanda P.2020-02-17T18:03:55Z2020-02-17T18:03:55Z2016-05-23https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12005http://lattes.cnpq.br/4501816356541935A Amazônia é o bioma mais biodiverso da terra, e os anfíbios são um dos grupos com as maiores taxas de diversidade críptica registradas nessa região. No entanto, os mecanismos causantes de diferenciação entre populações e especiação mantem-se pouco conhecidos nesse bioma, especialmente com base em amostragens densas em escalas refinadas. Estudei a estrutura populacional e diversidade genética da rã hylídea Osteocephalus taurinus, ao longo de um gradiente geográfico de aproximadamente 900 km na Amazônia central, Brasil. Usando marcadores moleculares que incluíram DNA mitocondrial, nuclear e microssatélites, estudei as relações filogenéticas, estrutura populacional, e padrões de variação genética intraespecífica e diferenciação geográfica na área de estudo. Seis grupos genéticos foram recuperados pelas análises: dois correspondem ao O. taurinus e O. oophagus de sua localidade tipo, Reserva Ducke, ao norte do Rio Amazonas. O terceiro grupo corresponde a uma população de O. taurinus isolada na margem direita do Rio Madeira superior. No entanto, evidência de fluxo gênico restrito foi detectada no Rio Madeira superior. Dentro do interflúvio Purus-Madeira, as três populações de O. taurinus substituíram-se ao longo de gradientes geográficos e ambientais, com duas zonas de contato identificadas. Uma zona de contato é concordante entre o DNA mitocondrial e nuclear, e corresponde a uma região no ecótono entre as florestas fechadas e abertas. Segundo a hipótese de barreiras riverinas, espera-se que seleção natural causada por deriva gênica cause diferenciação entre populações separadas por grandes rios Amazônicos como barreiras vicariantes. Dentro de regiões contínuas de floresta, transições abruptas nas frequências gênicas sugerem zonas estreitas de contato ou tensão ecológica. Nessas áreas, espera-se que seleção seja favorecida por adaptação local às diferentes condições ambientais, por meio de seleção contra migrantes de outras regiões imediatas, mas ambientalmente distintas, e contra híbridos.The Amazon rainforest is the most biodiverse biome in the world, where amphibians are one of the biological groups with the highest levels of cryptic diversity reported across taxa. Despite noticeable efforts, processes driving differentiation among populations and speciation remains largely unknown in this biome, especially based on dense sampling over refined scales. We studied the population structure and genetic diversity of the Manaus slender ledged tree frog, Osteocephalus taurinus, along a geographic gradient of approximately 900 km. Using molecular markers including mitochondrial and nuclear genes, and microsatellites, we estimate the phylogenetic relationships, population structure, and patterns of intraspecific genetic variation and geographic differentiation through the study area. Our data recovered six genetic groups: two corresponding to O. taurinus and O. oophagus from its type locality, Reserva Ducke, at northern of Amazonas River. The third group corresponds to an O. taurinus population isolated at right bank of upper Madeira River. However, evidence for restricted gene flow was detected along the upper Madeira River. Within Purus-Madeira interfluve, the remaining three O. taurinus populations replace each other latitudinally along geographical and environmental gradients, with two contact zones identified. One contact zone is concordant between mitochondrial and nuclear DNA and corresponds to an ecotone region between closed- open rainforests. Following the riverine barrier hypothesis, natural selection by means of genetic drift is expected to cause differentiation among populations by large Amazonian rivers as vicariant barriers. Within continuous forested regions, abrupt transitions on gene frequencies are suggestive of narrow contact or tension zones. In those areas, selection is expected to be favored by local adaptation to different environmental conditions, given selection against dispersing migrants from immediate but environmentally distinct regions and against hybrids.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessEstrutura populacional de AnurosDiversidade genética de AnurosOsteocephalus taurinusEstrutura populacional intraespecífica e diversidade genética de Osteocephalus taurinus (Anura: Hylidae) no interflúvio Purus-Madeira, Amazônia Centralinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALDissertacao_ INPA.pdfDissertacao_ INPA.pdfapplication/pdf19833664https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/12005/1/Dissertacao_%20INPA.pdf980ab522bd39c3c2a7172f0bdf3013b1MD511/120052020-03-17 15:03:21.863oai:repositorio:1/12005Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-17T19:03:21Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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A Amazônia é o bioma mais biodiverso da terra, e os anfíbios são um dos grupos com as maiores taxas de diversidade críptica registradas nessa região. No entanto, os mecanismos causantes de diferenciação entre populações e especiação mantem-se pouco conhecidos nesse bioma, especialmente com base em amostragens densas em escalas refinadas. Estudei a estrutura populacional e diversidade genética da rã hylídea Osteocephalus taurinus, ao longo de um gradiente geográfico de aproximadamente 900 km na Amazônia central, Brasil. Usando marcadores moleculares que incluíram DNA mitocondrial, nuclear e microssatélites, estudei as relações filogenéticas, estrutura populacional, e padrões de variação genética intraespecífica e diferenciação geográfica na área de estudo. Seis grupos genéticos foram recuperados pelas análises: dois correspondem ao O. taurinus e O. oophagus de sua localidade tipo, Reserva Ducke, ao norte do Rio Amazonas. O terceiro grupo corresponde a uma população de O. taurinus isolada na margem direita do Rio Madeira superior. No entanto, evidência de fluxo gênico restrito foi detectada no Rio Madeira superior. Dentro do interflúvio Purus-Madeira, as três populações de O. taurinus substituíram-se ao longo de gradientes geográficos e ambientais, com duas zonas de contato identificadas. Uma zona de contato é concordante entre o DNA mitocondrial e nuclear, e corresponde a uma região no ecótono entre as florestas fechadas e abertas. Segundo a hipótese de barreiras riverinas, espera-se que seleção natural causada por deriva gênica cause diferenciação entre populações separadas por grandes rios Amazônicos como barreiras vicariantes. Dentro de regiões contínuas de floresta, transições abruptas nas frequências gênicas sugerem zonas estreitas de contato ou tensão ecológica. Nessas áreas, espera-se que seleção seja favorecida por adaptação local às diferentes condições ambientais, por meio de seleção contra migrantes de outras regiões imediatas, mas ambientalmente distintas, e contra híbridos. |
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