Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendonça,Andreza P.
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Ferraz,Isolde Dorothea Kossmann
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Acta Amazonica
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59672007000300006
Resumo: O processo tradicional de extração do óleo das sementes de andiroba foi levantado em três municípios (Anamã, Manacapuru e Silves) no Estado do Amazonas. Em 1992 e 2004, foi aplicado um questionário a 38 extratoras. Sementes das duas espécies de andiroba (Carapa procera D.C. e Carapa guianensis Aubl.) foram utilizadas como matéria prima. O processo tradicional é complexo, demora cerca de dois meses e pode ser dividido em três etapas: 1. A coleta, seleção de sementes boas e um primeiro armazenamento (3-15 dias). 2. O preparo da massa pelo cozimento das sementes em água (1-3 horas), um segundo período de armazenamento (até 20 dias) e finalizada pela retirada da casca e o amassamento das amêndoas. 3. A extração do óleo (até 30 dias), pelo gotejamento colocando a massa sobre uma superfície inclinada. Óleo extraído na sombra foi considerado de melhor qualidade do que no sol, porém o processo é mais demorado. Uma segunda extração com a prensa ("tipiti"), usada na fabricação de farinha, foi raramente empregada. Verificaram-se pequenas variações entre os procedimentos das extratoras, aparentemente com conseqüências na rentabilidade e na qualidade do óleo. Na primeira e segunda etapa da extração participaram membros da família e/ou vizinhos, ao contrário da etapa final, realizada por uma única mulher. Enquanto, transmissão do conhecimento tradicional, em geral, costuma passar de geração por geração pela oralidade e observação, este estudo revelou, que os jovens não participam mais da extração. Fato, que no futuro próximo, pode causar a perda de conhecimento em relação à extração do óleo de andiroba pelo método tradicional.
id INPA-3_0c11d420115d53e961e7622846681ddf
oai_identifier_str oai:scielo:S0044-59672007000300006
network_acronym_str INPA-3
network_name_str Acta Amazonica
repository_id_str
spelling Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, BrasilCarapa procera D.C.Carapa guianensis Aubl.Conhecimento popularSemente oleaginosaRendimentoO processo tradicional de extração do óleo das sementes de andiroba foi levantado em três municípios (Anamã, Manacapuru e Silves) no Estado do Amazonas. Em 1992 e 2004, foi aplicado um questionário a 38 extratoras. Sementes das duas espécies de andiroba (Carapa procera D.C. e Carapa guianensis Aubl.) foram utilizadas como matéria prima. O processo tradicional é complexo, demora cerca de dois meses e pode ser dividido em três etapas: 1. A coleta, seleção de sementes boas e um primeiro armazenamento (3-15 dias). 2. O preparo da massa pelo cozimento das sementes em água (1-3 horas), um segundo período de armazenamento (até 20 dias) e finalizada pela retirada da casca e o amassamento das amêndoas. 3. A extração do óleo (até 30 dias), pelo gotejamento colocando a massa sobre uma superfície inclinada. Óleo extraído na sombra foi considerado de melhor qualidade do que no sol, porém o processo é mais demorado. Uma segunda extração com a prensa ("tipiti"), usada na fabricação de farinha, foi raramente empregada. Verificaram-se pequenas variações entre os procedimentos das extratoras, aparentemente com conseqüências na rentabilidade e na qualidade do óleo. Na primeira e segunda etapa da extração participaram membros da família e/ou vizinhos, ao contrário da etapa final, realizada por uma única mulher. Enquanto, transmissão do conhecimento tradicional, em geral, costuma passar de geração por geração pela oralidade e observação, este estudo revelou, que os jovens não participam mais da extração. Fato, que no futuro próximo, pode causar a perda de conhecimento em relação à extração do óleo de andiroba pelo método tradicional.Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia2007-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59672007000300006Acta Amazonica v.37 n.3 2007reponame:Acta Amazonicainstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPA10.1590/S0044-59672007000300006info:eu-repo/semantics/openAccessMendonça,Andreza P.Ferraz,Isolde Dorothea Kossmannpor2008-02-01T00:00:00Zoai:scielo:S0044-59672007000300006Revistahttps://acta.inpa.gov.br/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpacta@inpa.gov.br||acta@inpa.gov.br1809-43920044-5967opendoar:2008-02-01T00:00Acta Amazonica - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false
dc.title.none.fl_str_mv Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, Brasil
title Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, Brasil
spellingShingle Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, Brasil
Mendonça,Andreza P.
Carapa procera D.C.
Carapa guianensis Aubl.
Conhecimento popular
Semente oleaginosa
Rendimento
title_short Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, Brasil
title_full Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, Brasil
title_fullStr Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, Brasil
title_full_unstemmed Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, Brasil
title_sort Óleo de andiroba: processo tradicional da extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas, Brasil
author Mendonça,Andreza P.
author_facet Mendonça,Andreza P.
Ferraz,Isolde Dorothea Kossmann
author_role author
author2 Ferraz,Isolde Dorothea Kossmann
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Mendonça,Andreza P.
Ferraz,Isolde Dorothea Kossmann
dc.subject.por.fl_str_mv Carapa procera D.C.
Carapa guianensis Aubl.
Conhecimento popular
Semente oleaginosa
Rendimento
topic Carapa procera D.C.
Carapa guianensis Aubl.
Conhecimento popular
Semente oleaginosa
Rendimento
description O processo tradicional de extração do óleo das sementes de andiroba foi levantado em três municípios (Anamã, Manacapuru e Silves) no Estado do Amazonas. Em 1992 e 2004, foi aplicado um questionário a 38 extratoras. Sementes das duas espécies de andiroba (Carapa procera D.C. e Carapa guianensis Aubl.) foram utilizadas como matéria prima. O processo tradicional é complexo, demora cerca de dois meses e pode ser dividido em três etapas: 1. A coleta, seleção de sementes boas e um primeiro armazenamento (3-15 dias). 2. O preparo da massa pelo cozimento das sementes em água (1-3 horas), um segundo período de armazenamento (até 20 dias) e finalizada pela retirada da casca e o amassamento das amêndoas. 3. A extração do óleo (até 30 dias), pelo gotejamento colocando a massa sobre uma superfície inclinada. Óleo extraído na sombra foi considerado de melhor qualidade do que no sol, porém o processo é mais demorado. Uma segunda extração com a prensa ("tipiti"), usada na fabricação de farinha, foi raramente empregada. Verificaram-se pequenas variações entre os procedimentos das extratoras, aparentemente com conseqüências na rentabilidade e na qualidade do óleo. Na primeira e segunda etapa da extração participaram membros da família e/ou vizinhos, ao contrário da etapa final, realizada por uma única mulher. Enquanto, transmissão do conhecimento tradicional, em geral, costuma passar de geração por geração pela oralidade e observação, este estudo revelou, que os jovens não participam mais da extração. Fato, que no futuro próximo, pode causar a perda de conhecimento em relação à extração do óleo de andiroba pelo método tradicional.
publishDate 2007
dc.date.none.fl_str_mv 2007-01-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59672007000300006
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59672007000300006
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0044-59672007000300006
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
publisher.none.fl_str_mv Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
dc.source.none.fl_str_mv Acta Amazonica v.37 n.3 2007
reponame:Acta Amazonica
instname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
instacron:INPA
instname_str Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
instacron_str INPA
institution INPA
reponame_str Acta Amazonica
collection Acta Amazonica
repository.name.fl_str_mv Acta Amazonica - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
repository.mail.fl_str_mv acta@inpa.gov.br||acta@inpa.gov.br
_version_ 1752129837365985280