Terapia familiar e abandono do processo terapêutico: uma revisão narrativa de literatura
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Scientia – Repositório Institucional |
Texto Completo: | https://repositorio.pgsscogna.com.br//handle/123456789/54356 |
Resumo: | Idealmente, clientes e terapeutas concordam sobre quando terminar a psicoterapia. No entanto, nem todos os encerramentos em psicoterapia são eventos negociados com sucesso ou determinados mutuamente. O termo abandono designa o desacordo entre terapeuta e clientes quanto ao momento do término da psicoterapia. Nesses casos, o terapeuta tem como meta levar adiante a psicoterapia por mais sessões e os clientes, por decisão unilateral, com ou sem o aviso prévio, cessam o processo terapêutico. Estudar abandono pode ser uma importante fonte de informação sobre os processos terapêuticos e, portanto, pode contribuir para uma maior compreensão dos fatores envolvidos na eficácia dos atendimentos. Além disso, pode contribuir para o entendimento dos fatores envolvidos no trabalho clínico, oferecendo subsídios para o aprimoramento técnico dos terapeutas. Assim, o objetivo deste estudo foi o de identificar na literatura fatores associados ao abandono da psicoterapia. Para isso, foi realizada uma revisão narrativa de literatura. As bases de dados usadas para a pesquisa foram: Biblioteca Virtual em Saúde, Pubmed, Scielo e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Os resultados dos estudos apontam que é comum que a grande maioria dos casos de desistência se dê antes dos primeiros seis meses de tratamento e que após o décimo encontro a probabilidade de abandono caia significativamente. Também foram evidenciados fatores de risco ligados aos clientes, aos terapeutas e à relação que se estabelece em psicoterapia. Entre os fatores dos terapeutas estão: ser do sexo masculino, mais jovens e menos experientes e com menos treinamento em terapia familiar. Entre as variáveis vinculadas aos clientes estão: nível socioeconômico mais baixo, famílias gravemente disfuncionais, falta de envolvimento do parceiro, particularmente do sexo masculino (pai), ter um cônjuge com atitude mais autoritária, não ter experiência terapêutica prévia, a queixa presente estar centrada em um membro e apresentar problemas relacionados a parentalidade. Em termos relacionais e da psicoterapia em si, discordância entre pacientes e terapeuta a respeito do problema, bem como dos objetivos e tarefas da terapia, alianças desequilibradas (possíveis coalizões) entre membros da família e terapeutas, tipo de intervenção realizada pelos terapeutas, troca de terapeutas, uma aliança positiva com um subsistema mais fraco e uma aliança negativa com o subsistema mais poderoso também foram associados a abandono. Como foi evidenciado, diversos fatores parecem estar associados ao desfecho abandono. Aspectos das famílias, dos terapeutas e da relação podem sobrepor-se resultando em desistência do processo. Os terapeutas de família devem estar atentos aos fatores de risco, visando minimizá-los, quando possível, para que possam ter maior efetividade e adesão ao tratamento. |
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CASTELLI, Rochele DiasLEMOS, Duilia Sedres CarvalhoYURGEL, Cynthia LuzARGILES, Carmen Terezinha LealFARIAS, Cid Pinheiro2023-05-19T13:23:11Z2023-05-19T13:23:11Z2023https://repositorio.pgsscogna.com.br//handle/123456789/54356Idealmente, clientes e terapeutas concordam sobre quando terminar a psicoterapia. No entanto, nem todos os encerramentos em psicoterapia são eventos negociados com sucesso ou determinados mutuamente. O termo abandono designa o desacordo entre terapeuta e clientes quanto ao momento do término da psicoterapia. Nesses casos, o terapeuta tem como meta levar adiante a psicoterapia por mais sessões e os clientes, por decisão unilateral, com ou sem o aviso prévio, cessam o processo terapêutico. Estudar abandono pode ser uma importante fonte de informação sobre os processos terapêuticos e, portanto, pode contribuir para uma maior compreensão dos fatores envolvidos na eficácia dos atendimentos. Além disso, pode contribuir para o entendimento dos fatores envolvidos no trabalho clínico, oferecendo subsídios para o aprimoramento técnico dos terapeutas. Assim, o objetivo deste estudo foi o de identificar na literatura fatores associados ao abandono da psicoterapia. Para isso, foi realizada uma revisão narrativa de literatura. As bases de dados usadas para a pesquisa foram: Biblioteca Virtual em Saúde, Pubmed, Scielo e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Os resultados dos estudos apontam que é comum que a grande maioria dos casos de desistência se dê antes dos primeiros seis meses de tratamento e que após o décimo encontro a probabilidade de abandono caia significativamente. Também foram evidenciados fatores de risco ligados aos clientes, aos terapeutas e à relação que se estabelece em psicoterapia. Entre os fatores dos terapeutas estão: ser do sexo masculino, mais jovens e menos experientes e com menos treinamento em terapia familiar. 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Idealmente, clientes e terapeutas concordam sobre quando terminar a psicoterapia. No entanto, nem todos os encerramentos em psicoterapia são eventos negociados com sucesso ou determinados mutuamente. O termo abandono designa o desacordo entre terapeuta e clientes quanto ao momento do término da psicoterapia. Nesses casos, o terapeuta tem como meta levar adiante a psicoterapia por mais sessões e os clientes, por decisão unilateral, com ou sem o aviso prévio, cessam o processo terapêutico. Estudar abandono pode ser uma importante fonte de informação sobre os processos terapêuticos e, portanto, pode contribuir para uma maior compreensão dos fatores envolvidos na eficácia dos atendimentos. Além disso, pode contribuir para o entendimento dos fatores envolvidos no trabalho clínico, oferecendo subsídios para o aprimoramento técnico dos terapeutas. Assim, o objetivo deste estudo foi o de identificar na literatura fatores associados ao abandono da psicoterapia. Para isso, foi realizada uma revisão narrativa de literatura. As bases de dados usadas para a pesquisa foram: Biblioteca Virtual em Saúde, Pubmed, Scielo e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Os resultados dos estudos apontam que é comum que a grande maioria dos casos de desistência se dê antes dos primeiros seis meses de tratamento e que após o décimo encontro a probabilidade de abandono caia significativamente. Também foram evidenciados fatores de risco ligados aos clientes, aos terapeutas e à relação que se estabelece em psicoterapia. Entre os fatores dos terapeutas estão: ser do sexo masculino, mais jovens e menos experientes e com menos treinamento em terapia familiar. Entre as variáveis vinculadas aos clientes estão: nível socioeconômico mais baixo, famílias gravemente disfuncionais, falta de envolvimento do parceiro, particularmente do sexo masculino (pai), ter um cônjuge com atitude mais autoritária, não ter experiência terapêutica prévia, a queixa presente estar centrada em um membro e apresentar problemas relacionados a parentalidade. Em termos relacionais e da psicoterapia em si, discordância entre pacientes e terapeuta a respeito do problema, bem como dos objetivos e tarefas da terapia, alianças desequilibradas (possíveis coalizões) entre membros da família e terapeutas, tipo de intervenção realizada pelos terapeutas, troca de terapeutas, uma aliança positiva com um subsistema mais fraco e uma aliança negativa com o subsistema mais poderoso também foram associados a abandono. Como foi evidenciado, diversos fatores parecem estar associados ao desfecho abandono. Aspectos das famílias, dos terapeutas e da relação podem sobrepor-se resultando em desistência do processo. Os terapeutas de família devem estar atentos aos fatores de risco, visando minimizá-los, quando possível, para que possam ter maior efetividade e adesão ao tratamento. |
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