A crise no Delta do Níger e a pirataria no Golfo da Guiné: uma análise à luz da teoria de John Paul Lederach

• Autor(a) principal: Silva, Jonatha Sant’ana da
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
• Texto Completo: http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845370
• topic: Delta do Níger; Golfo do Guiné; Pirataria; John Paul Lederach; Defesa Nacional

O propósito deste trabalho é analisar a Crise no Delta do Rio Níger e a Pirataria no Golfo da Guiné entre os anos de 2005 e 2020 à luz da teoria de Lederach, que trata do processo de transformação do conflito para uma situação de paz sustentada. A relevância desta pesquisa repousa na importância desta região para o Brasil e nas possibilidades de emprego de seu Poder Naval, haja vista que a Pirataria no Golfo da Guiné tem sido uma constante preocupação para Estados e empresas com interesses na região. O Delta do Rio Níger vive uma prolongada crise que favorece o surgimento de grupos que praticam ilícitos marítimos como forma de alcançar seus objetivos. Sendo assim, os resultados deste estudo permitem afirmar, segundo a teoria abordada, que as raízes desta crise estão associadas aos altos índices de corrupção na Nigéria, ao descaso com o desenvolvimento da região e à poluição de seu litoral. Ademais, a Pirataria no Golfo da Guiné se apresenta como uma manifestação visível da Crise no Delta do Níger, que se alastra da terra para o mar. Desta forma, a repressão a pirataria não é eficaz quando não acompanhada de ações em terra, uma vez que o litoral do Delta do Níger mostra-se como um excelente refúgio para os piratas devido à crise local. Além disso, foi verificado que o fim da pirataria demanda a eliminação das causas raízes da Crise no Delta do Níger; e que para a efetiva transformação deste conflito é fundamental que haja cooperação dos diversos atores nacionais e internacionais, com ênfase na atuação dos atores de nível intermediário, sendo uma boa oportunidade para a projeção do Brasil nesta importante região de seu entorno estratégico e da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS).