A relação entre paisagem x engenho: pressupostos para uma investigação arqueológica

• Autor(a) principal: Silva, Wagner Fernando da Veiga e
• Data de Publicação: 2000
• Outros Autores: Marques, Fernando Luiz Tavares
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1937
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ARQUEOLOGIA; Engenho Murutucu; Missionários

A arqueologia vem incorporando nos últimos anos estudos de variáveis ambientais (solo, clima, hidrografia, relevo), que juntamente com o tradicional objeto, ou artefato, contribuem para reconstituição dos modos de vida de sociedades passadas, tanto pré-históricas quanto históricas. Este trabalho, visa utilizar uma abordagem de cunho histórico e geográfico, a fim de subsidiar pesquisas sobre engenhos do estuário do Rio Amazonas, entre os séculos XVII e XX. As fontes consideradas incluem as obras dos missionários, viajantes e naturalistas que mencionaram em seus relatos características sobre plantações de cana-de-açúcar na área da cidade de Belém e adjacências. Também interpretou-se um estudo recente de caracterização ambiental da área do Engenho Murutucu, com mapas em escala 1:40.000, que mostram o uso do solo, o sistema natural e a organização espacial da área. Concluiu-se que lá existiam grandes áreas de mata de várzea, que foram substituídas por plantações de cana-de-açúcar e cacau. Esta mudança de paisagem do Engenho Murutucu deve-se à exploração do terreno, ao longo de quase três séculos: inicialmente, na época do engenho, com as plantações de cana e cacau; e no século XX, com experimentos agrícolas realizados pelo IPEAN, posteriormente EMBRAPA.