Buriti: uso e gestão pela comunidade ererê, no entorno do parque estadual de Monte Alegre, Pará

• Autor(a) principal: Magalhães, Juliana Lopes
• Data de Publicação: 2005
• Outros Autores: Ferreira, Márlia Coelho
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2246
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BOTANICA; Mauritia flexuosa; Buriti; Etnobotânica; Ererê

O uso do buriti (Mauritia flexuosa) por moradores da comunidade Ererê, localizada no entorno do Parque Estadual de Monte Alegre, Pará, remete a tempos e gerações anteriores, mas encontra na atualidade seu maior destaque. Este trabalho, através de uma abordagem etnobotânica, estuda a maneira como a comunidade se relaciona com o buriti, como recurso natural de uso comum e economicamente útil. O processo de exploração do buriti, realizado diretamente por cerca de 21 famílias em Ererê, vai desde o deslocamento para o buritizal nativo, a derrubada dos frutos, seu transporte para casa, seu posterior beneficiamento realizado no contexto doméstico e por fim, a venda dos produtos derivados do buriti em comunidades vizinhas ou na cidade de Monte Alegre, principalmente as puquêcas, porções de polpa contendo também a casca do fruto. O trabalho com o buriti é marcado pela cooperação familiar e apesar de não haver propriedade legal por parte dos extrativistas sobre o buritizal, o recurso tem sido manejado sem que haja conflitos entre os comunitários e os limites entre os trabalhos de famílias diferentes responde a acordos tácitos, que têm sido respeitados. Em consonância com o avanço no número de coletores, dado o estímulo proporcionado por projetos de P&D na área, e pelo espaço. conquistado pelo produto no mercado, está a iniciativa de se discutir parâmetros locais para o uso e a gestão do buriti pelos moradores, a fim de melhorar tanto a produtividade, quanto às relações entre os extrativistas que decidiram trabalhar coletivamente. Hoje, as famílias de Ererê passam a lidar com o recurso sob uma nova perspectiva, não apenas familiar, mas comunitária, pois o buriti vem gradativamente assumindo importância como fonte de renda para grande parte das famílias de Ererê, direta ou indiretamente, e vem fazendo necessária a discussão coletiva sobre as melhores formas de se lidar com este recurso, que é de uso comum.