A celebração do erotismo sagrado na poesia de Adélia Prado

• Autor(a) principal: Nascimento, Mônica Pereira do
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
• Texto Completo: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4817
• topic: Poesia; Adélia Prado; Erotismo; Sagrado; Poetry; Eroticism; Sacred; Linguística, Letras e Artes

Esta pesquisa propõe a análise e a discussão crítico-literária de uma seleção de textos extraídos dos oito livros de poesia de Adélia Prado: Bagagem (1976), O coração disparado (1978), Terra de Santa Cruz (1981), O pelicano (1987), A faca no peito (1988), Oráculos de Maio (1999), A duração do dia (2010) e Miserere (2014), contidos no livro Poesia reunida (2015). O ponto de partida é a proposição da teoria de Georges Bataille, em O erotismo (1987), que elucida que “todo erotismo é sagrado”, em consonância com a obra poética adeliana, investiga-se o seu fazer poético na combinação do erotismo, da religiosidade, da sacralidade do corpo no rito de celebração do erotismo sagrado. Indubitavelmente, a pesquisa não foi uma escolha arbitrária, uma vez que a presentificação de Deus e a representação de Deus na perspectiva erótica estão muito evidentes nos textos de Adélia Prado. Outro fator relevante que conduziu à escolha do erótico como basilar para a análise é o processo emancipador das mulheres, em que a dimensão da sexualidade e a eroticidade têm ocupado espaço importante nas reflexões contra a cultura repressora prescrita pelo patriarcalismo. Ao analisar a produção poética de Adélia Prado nesta perspectiva, a dissertação alinha a interpretação dos poemas à teoria batailliana, para defender a hipótese de que, nesses comentários e análises, há conexões perceptíveis entre os poemas e sua teoria. Como metodologia a pesquisa implicou os estudos analíticos dos poemas, na proposta de análises e comentários, com a exposição de conexões intertextuais e intratextuais. Buscou-se, ainda, o diálogo de sustentação com a fortuna crítica da autora, recorrendo a fontes variadas, mas se reportando especialmente aos trabalhos de Rita de Cássia Olivieri (1994), Vera Queiroz (1994) e Angélica Soares (1992,1999, 2008; 2011), além de remeter a estudos e autores da história e da teoria literárias, bem como de campos do conhecimento afins, à medida que a análise dos versos solicitou aprofundamentos específicos