Grande sertão: veredas - as artimanhas da enunciação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Spera, Jeane Mari Sant'Ana
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Scripta
Texto Completo: http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/14091
Resumo: Responsável pela arquitetura narrativa de Grande sertão: veredas, o narrador Riobaldo conduz o  jogo dialógico de modo a criar  um vai­vém discursivo que  possibilita a detecção pontual de segmentos pertencentes à ordem do discurso e à ordem da história (respectivamente, mundo comentado e mundo narrado, segundo Harald Weinrich). Permeando um e outro mundo, estão as obsessões fundamentais do narrador, das quais destacamos aquela relativa à existência ou não do diabo. As ambiguidades derivadas desse  movimento oscilante entre o ser e o não-ser provocam ainda  o deslizamento entre o real e o irreal, o dito e o não-dito, o aparente e o oculto, o dado  e o suposto. A coerência, no entanto, é reconstituída no alinhavado constante de vários recursos argumentativos que busca m a adesão do  interlocutor, cuja voz só é entre ou vida pela voz do narrador. Nesses casos,  verificamos a presença do recurso ao argumento de autoridade, seja pela competência,  seja  pela  experiência,  seja, ainda,  pelo  testemunho. É, pois, nesses momentos de interlocução semiexplícita, na instância  da enunciação, que se apresentam, com  maior  nitidez, elementos linguísticos denunciadores das estratégias argumentativas que  provocam e incitam o interlocutor/leitor a acompanhar esse "narrar dificultoso” e a finalmente concordar que “O diabo não há!... Existe é homem  humano”.
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