[pt] AS RAZÕES OCULTAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: UM ESTUDO SOBRE AGENCIAMENTO DE GRUPO NA CORTE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: DANILO DOS SANTOS ALMEIDA
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Outros
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=27851@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=27851@2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.27851
Resumo: [pt] É comum tratarmos grupos como agentes capazes de interagir intencionalmente com o mundo e, para identificar mentes de grupos, usamos os mesmos mecanismos de percepção de mente em outras pessoas. No caso de cortes, a expressão de seus julgamentos coletivos pode variar de acordo com o grau de liberdade que elas permitem a seus membros. Elas podem publicar uma decisão única, restringindo a publicidade do processo deliberativo (per curiam) ou, ao invés de uma opinião coletiva da corte, podem publicar o conjunto de votos individuais de seus membros (seriatim). Nesse último caso, a identificação dos posicionamentos coletivos da corte pode ser difícil. Esta tese sustenta que, por conta de suas decisões seriatim, o Supremo Tribunal Federal (STF) diminui sua entitatividade, o que torna suas razões para decidir difíceis de serem identificadas e limita sua capacidade de uniformizar a jurisprudência nacional através de seus precedentes. No primeiro capítulo, este trabalho trata das condições teóricas para a possibilidade de atitudes intencionais de grupos. Há duas possíveis maneiras de se especificar a natureza da intencionalidade de grupo: uma que se baseia na disposição dos membros do grupo de adotarem a perspectiva coletiva e outra que aponta para a capacidade dos membros de agirem racionalmente enquanto grupo. Da perspectiva de um observador, a noção de mente de grupo exige outras condições. O segundo capítulo especifica as formas como a discussão sobre intencionalidade de grupo podem ser aplicadas à prática judicial. Dependendo da forma como a corte apresenta suas decisões, pode ser que as suas razões motivadoras não sejam claramente distinguíveis das razões endossadas apenas pelos membros individualmente. No terceiro capítulo, é indicado como isso interessa a cortes como o STF, que lidam com questões politicamente controversas, mas que precisam demonstrar capacidade de agir motivadas por razões para que seus precedentes sejam respeitados. Ao optar por publicar decisões seriatim, a corte indica abertura à diversidade de opiniões, reduzindo a sua aparência de entidade coesa. Como consequência, as razões coletivamente aceitas para decidir não são claramente apresentadas. O último capítulo lida com pesquisas psicológicas recentes, que indicam que uma condição para a atribuição de intencionalidade a um grupo é que ele tenha alta entitatividade. Ações coordenadas e objetivos em comum entre os membros aumentam a entitatividade de um grupo e o torna mais propenso a ser reconhecido como um agente.
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Nesse último caso, a identificação dos posicionamentos coletivos da corte pode ser difícil. Esta tese sustenta que, por conta de suas decisões seriatim, o Supremo Tribunal Federal (STF) diminui sua entitatividade, o que torna suas razões para decidir difíceis de serem identificadas e limita sua capacidade de uniformizar a jurisprudência nacional através de seus precedentes. No primeiro capítulo, este trabalho trata das condições teóricas para a possibilidade de atitudes intencionais de grupos. Há duas possíveis maneiras de se especificar a natureza da intencionalidade de grupo: uma que se baseia na disposição dos membros do grupo de adotarem a perspectiva coletiva e outra que aponta para a capacidade dos membros de agirem racionalmente enquanto grupo. Da perspectiva de um observador, a noção de mente de grupo exige outras condições. O segundo capítulo especifica as formas como a discussão sobre intencionalidade de grupo podem ser aplicadas à prática judicial. Dependendo da forma como a corte apresenta suas decisões, pode ser que as suas razões motivadoras não sejam claramente distinguíveis das razões endossadas apenas pelos membros individualmente. No terceiro capítulo, é indicado como isso interessa a cortes como o STF, que lidam com questões politicamente controversas, mas que precisam demonstrar capacidade de agir motivadas por razões para que seus precedentes sejam respeitados. Ao optar por publicar decisões seriatim, a corte indica abertura à diversidade de opiniões, reduzindo a sua aparência de entidade coesa. Como consequência, as razões coletivamente aceitas para decidir não são claramente apresentadas. O último capítulo lida com pesquisas psicológicas recentes, que indicam que uma condição para a atribuição de intencionalidade a um grupo é que ele tenha alta entitatividade. Ações coordenadas e objetivos em comum entre os membros aumentam a entitatividade de um grupo e o torna mais propenso a ser reconhecido como um agente.[en] It is common that we treat groups as agents capable of interacting intentionally with the world. To identify group minds, we use the same mechanisms we use in the perception of the minds of other individuals. In the case of judicial courts, the expression of their collective judgments may vary in accordance with the degree of freedom they allow their members. The courts may publish a single decision, maintaining their deliberative process secret (per curiam) or, instead of an opinion of the court, may publish the set of its members individual opinions (seriatim). In the latter case, identifying the court s collective judgment can be challenging. This dissertation argues that, due to its seriatim decisions, the Brazilian Supreme Court (STF) diminishes its entitativity, making the reasons behind its decisions harder to identify and hindering its ability to standardize national judicial decision-making through its precedents. The first chapter deals with the theoretical conditions for the possibility of group intentional states. There are two possible ways to specify the nature of this kind of intentionality: one that is based on the group members willingness to adopt the collective perspective (the collective acceptance model), and one that points to the members ability to act rationally as a group (the social choice approach). From an observer s perspective, the notion of a group mind demands other conditions. The second chapter specifies the ways in which the discussion of group intentionality could be applied to judicial practice. Depending on the ways in which the court presents its decisions, it could be that its motivating reasons are not clearly distinguishable from the reasons endorsed individually by its group members. The third chapter establishes how this is relevant for courts like the STF, which deal with politically controversial issues, but which need, also, to demonstrate the ability to act motivated by reasons for its precedents to be respected. By choosing to publish seriatim decisions, the court privileges openness to a diversity of positions over its entitativity. As a consequence, the collectively accepted reasons are not clearly stated. The last chapter deals with recent psychological research that suggest that one condition for group intentionality inference is that the group possess high entitativity. Coordinated actions and common goals among members increase the group s entitativity and make it more likely to be seen as an agent.MAXWELLNOEL STRUCHINERNOEL STRUCHINERNOEL STRUCHINERNOEL STRUCHINERDANILO DOS SANTOS ALMEIDA2016-11-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=27851@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=27851@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.27851porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-06-29T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:27851Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342022-06-29T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
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