[en] DEFYING THE GODS AND THE ODDS: ON BEING A CYBORG
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Outros |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) |
Texto Completo: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=48331@1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=48331@2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.48331 |
Resumo: | [pt] O fascínio da humanidade por alcançar algo além do que é dado por uma divindade pode ser encontrado em diversos episódios desde os tempos mais remotos. Nossa busca por criação, extensão e controle de diferentes formas de vida, assim como os deuses fazem, ecoa semioticamente por narrativas religiosas, mitos, produções de ficção científica e, certamente, ciência. Desde a criação mágica dos Homúnculos até a distopia de Altered Carbon, várias questões surgem desse relacionamento complexo, provavelmente devido ao benevolente ato de rebelião cometido por Prometeu, o ladrão do fogo (ou tecnologia). Embora estudos anteriores tenham investigado o consumo de tecnologia com base em diferentes perspectivas, usaram majoritariamente uma abordagem Heideggeriana e, portanto, conceberam a tecnologia apenas como uma ferramenta. Dado o consumo de tecnologias internas (insideable technologies), a maneira como experimentamos a dissolução de barreiras entre humanos e máquinas, as mudanças emergentes no status ontológico do ser humano e as consequências de fazê-lo permanecem negligenciadas. Para explorar esse fenômeno singular, baseado em raciocínio abdutivo, desenvolvi minha teorização sobre o Self Interativo, tendo como base a filosofia fenomenológica-existencial de Sartre em seus últimos trabalhos. Para isso, tive uma imersão prolongada e intensa no contexto de biohacking, especificamente grinding (ciborgues), que começou em 2017 com uma combinação de netnografia, etnografia, entrevistas fenomenológicas e autoetnografia. Para analisar o grande conjunto de dados coletados, segui os postulados da semiótica francesa, particularmente levando em conta a virada fenomenológico-existencial na Escola Parisiense de Semiótica. Como resultado dessa investigação, minha proposição teórica é que o Self Interativo é sustentado pelo processo de externalização do interno e da internalização do externo em uma dinâmica dialética e perpétua. Para amparar esse argumento e responder às minhas perguntas de pesquisa, apresento o novo conceito de duas maneiras: primeiro, descrevo a estrutura para o eterno processo de ser um ciborgue por meio do consumo de microchips com NFC. Posteriormente, promovo uma articulação dos modos de existência de Sartre dentro do aspecto da ciborguização volitiva, o que coloca a humanidade um passo mais perto de seu antigo sonho de realizar milagres semelhantes aos deuses. Ao considerar a tecnologia, não como uma mera ferramenta para um fim, como faria Heidegger, afirmo que é um objeto vivo, mágico e vibrante que tem o poder de mudar nossa condição ontológica como seres humanos. Ao fazer isso, minha pesquisa contribui para discussões sobre consumo de tecnologia, projetos de identidade e, tangencialmente, bioética na pesquisa do consumidor no contexto do Transumanismo. |
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Embora estudos anteriores tenham investigado o consumo de tecnologia com base em diferentes perspectivas, usaram majoritariamente uma abordagem Heideggeriana e, portanto, conceberam a tecnologia apenas como uma ferramenta. Dado o consumo de tecnologias internas (insideable technologies), a maneira como experimentamos a dissolução de barreiras entre humanos e máquinas, as mudanças emergentes no status ontológico do ser humano e as consequências de fazê-lo permanecem negligenciadas. Para explorar esse fenômeno singular, baseado em raciocínio abdutivo, desenvolvi minha teorização sobre o Self Interativo, tendo como base a filosofia fenomenológica-existencial de Sartre em seus últimos trabalhos. Para isso, tive uma imersão prolongada e intensa no contexto de biohacking, especificamente grinding (ciborgues), que começou em 2017 com uma combinação de netnografia, etnografia, entrevistas fenomenológicas e autoetnografia. Para analisar o grande conjunto de dados coletados, segui os postulados da semiótica francesa, particularmente levando em conta a virada fenomenológico-existencial na Escola Parisiense de Semiótica. Como resultado dessa investigação, minha proposição teórica é que o Self Interativo é sustentado pelo processo de externalização do interno e da internalização do externo em uma dinâmica dialética e perpétua. Para amparar esse argumento e responder às minhas perguntas de pesquisa, apresento o novo conceito de duas maneiras: primeiro, descrevo a estrutura para o eterno processo de ser um ciborgue por meio do consumo de microchips com NFC. Posteriormente, promovo uma articulação dos modos de existência de Sartre dentro do aspecto da ciborguização volitiva, o que coloca a humanidade um passo mais perto de seu antigo sonho de realizar milagres semelhantes aos deuses. Ao considerar a tecnologia, não como uma mera ferramenta para um fim, como faria Heidegger, afirmo que é um objeto vivo, mágico e vibrante que tem o poder de mudar nossa condição ontológica como seres humanos. Ao fazer isso, minha pesquisa contribui para discussões sobre consumo de tecnologia, projetos de identidade e, tangencialmente, bioética na pesquisa do consumidor no contexto do Transumanismo.[en] Humanity s fascination for achieving something beyond what is given by an Almighty divinity can be found in many episodes since ancient times. Our quest for creation, extension, and controlling different forms of life, such as gods do, has been semiotically echoed through religions, myths, SCI-FI productions, and, of course, science. From the magical creation of Homunculi to the Altered Carbon dystopian setting, several issues arise from this complex relationship, perhaps mainly because of the rebellious act of benevolence committed by Prometheus, the fire (technology)-bringer. Although prior studies investigated technology consumption from different perspectives, they mostly employed a Heideggerian approach to them and, thus, viewed the technological device as only a tool. Given the consumption of insideable technologies, the way that we have been experiencing the dissolving boundaries between humans and machines, and the emerging changes in the human ontological status, the ensuing consequences, remain overlooked. To explore this singular phenomenon, based on abductive reasoning, I developed my theorization on the Interactive Self, mostly based on Sartre s latter existential-phenomenology approach. To do so, I had a prolonged and intensive immersion in the biohacking context, specifically grinding (cyborgs), that began in 2017 with a combination of netnography, ethnography, phenomenological interviews, and autoethnography. To analyze the large collected dataset, I followed the French Semiotics postulates, especially taking into account the existentialphenomenological turn in the Parisian School of Semiotics. As a result of this inquiry, my theoretical claim is that the Interactive Self is sustained by the process of the externalization of the internal and the internalization of the external in dialectical and perpetual dynamics. To sustain this argument and answer my research questions, I present this novel concept in two ways: First, I describe the conceptual components for the ontological condition of being a cyborg by means of NFC microchip consumption. Subsequently, I promote an articulation of Sartre s modes of existence within the aspect of volitional cyborgization, which places humanity one step closer in its ancient and ongoing dream of performing god-like miracles. In considering technology not as a mere tool to an end, as Heidegger would, I argue that it is a living, magical, and vibrant matter that has the power to change our ontological condition as human beings. In doing so, my research contributes to discussions on technology consumption, identity projects, and, tangentially, bioethics in consumer research within the context of Transhumanism.MAXWELLLUIS ALEXANDRE GRUBITS DE PAULA PESSOALUIS ALEXANDRE GRUBITS DE PAULA PESSOAVITOR MOURA LIMA2020-05-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=48331@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=48331@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.48331engreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-08-10T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:48331Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342022-08-10T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false |
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[pt] O fascínio da humanidade por alcançar algo além do que é dado por uma divindade pode ser encontrado em diversos episódios desde os tempos mais remotos. Nossa busca por criação, extensão e controle de diferentes formas de vida, assim como os deuses fazem, ecoa semioticamente por narrativas religiosas, mitos, produções de ficção científica e, certamente, ciência. Desde a criação mágica dos Homúnculos até a distopia de Altered Carbon, várias questões surgem desse relacionamento complexo, provavelmente devido ao benevolente ato de rebelião cometido por Prometeu, o ladrão do fogo (ou tecnologia). Embora estudos anteriores tenham investigado o consumo de tecnologia com base em diferentes perspectivas, usaram majoritariamente uma abordagem Heideggeriana e, portanto, conceberam a tecnologia apenas como uma ferramenta. Dado o consumo de tecnologias internas (insideable technologies), a maneira como experimentamos a dissolução de barreiras entre humanos e máquinas, as mudanças emergentes no status ontológico do ser humano e as consequências de fazê-lo permanecem negligenciadas. Para explorar esse fenômeno singular, baseado em raciocínio abdutivo, desenvolvi minha teorização sobre o Self Interativo, tendo como base a filosofia fenomenológica-existencial de Sartre em seus últimos trabalhos. Para isso, tive uma imersão prolongada e intensa no contexto de biohacking, especificamente grinding (ciborgues), que começou em 2017 com uma combinação de netnografia, etnografia, entrevistas fenomenológicas e autoetnografia. Para analisar o grande conjunto de dados coletados, segui os postulados da semiótica francesa, particularmente levando em conta a virada fenomenológico-existencial na Escola Parisiense de Semiótica. Como resultado dessa investigação, minha proposição teórica é que o Self Interativo é sustentado pelo processo de externalização do interno e da internalização do externo em uma dinâmica dialética e perpétua. Para amparar esse argumento e responder às minhas perguntas de pesquisa, apresento o novo conceito de duas maneiras: primeiro, descrevo a estrutura para o eterno processo de ser um ciborgue por meio do consumo de microchips com NFC. Posteriormente, promovo uma articulação dos modos de existência de Sartre dentro do aspecto da ciborguização volitiva, o que coloca a humanidade um passo mais perto de seu antigo sonho de realizar milagres semelhantes aos deuses. Ao considerar a tecnologia, não como uma mera ferramenta para um fim, como faria Heidegger, afirmo que é um objeto vivo, mágico e vibrante que tem o poder de mudar nossa condição ontológica como seres humanos. Ao fazer isso, minha pesquisa contribui para discussões sobre consumo de tecnologia, projetos de identidade e, tangencialmente, bioética na pesquisa do consumidor no contexto do Transumanismo. |
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