De onde a terra retira o seu alimento?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP |
Texto Completo: | https://tede2.pucsp.br/handle/handle/14994 |
Resumo: | Esta dissertação constitui-se de três partes: Anonimato e autobiografia, O carretel e De onde a terra retira o seu alimento? Na primeira parte, em Anonimato e autobiografia II, questiona-se a possibilidade de escrever um trabalho acadêmico, na área de fronteira entre a filosofia, a psicologia e a literatura. Que assunto, que tema poderia dar conta de preencher uma dissertação? Qual estudo seria capaz de manter a atenção de um pesquisador-escritor? Na parte seguinte, começa-se a investigar os escritos de Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa. O Livro do Desassossego, a partir das pesquisas de José Gil, é encarado como um enorme diário de descrições exteriores e sensações subjetivos, formando um diário infinito. O desenrolar da paisagem cadência o acontecimento das sensações, levando Soares a uma espécie de devir-paisagem. No último texto de O carretel, em Ele Olhava pela janela algumas anotações sobre Kafka e sobre o pensamento deleuziano do cinema, em particular sobre a noção de extracampo, especulam os pontos que liberariam a imagem do devir-paisagem, ou seja, quando o carretel do diário arrebenta. Cortada abruptamente a teoria, entre-se na última parte De onde a terra retira o seu alimento? Aqui estão reunidos textos heterogêneos, que já tentavam avançar sobre a dissertação desde o princípio. São crônicas, ficções, páginas de diários, poesias, coletâneas de textos da literatura... Nesse conjunto ecoa a pergunta do cão, afinal, De onde a terra retira o seu alimento? Esses textos se pretendem uma impossibilidade de resumo das situações aqui criadas, ou seja, em seu conjunto estão antes ou além da autobiografia, do diário e da narrativa de sensações. Também não se procura responder ao cão, apesar de sempre ser possível ouvir os ecos de seus latidos, pois em Sheol Literrário, último texto dessa parte, percebe-se que nem a tentativa de escrita dará conta da pergunta-título, e assim entra mais um volume para a biblioteca. Talvez seja possível ler o texto em ordem aleatória, pois cada texto tenta ser independente em si. A própria escrita não foi sistemática, como poderá observar o leitor, e reúne-se aqui escritos de várias épocas. Apesar da dissertação não ser uma resposta à pergunta-título através da escrita, gostaria de comentar o prazer com que alguns textos foram escritos, e principalmente, o surgimento da vontade de escrever. Afinal que outra atividade se aproxima tanto do quotidiano e das caminhadas, senão a escrita e o diário? E ainda, o que é uma dissertação se não um conjunto de textos? |
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