Entre “fazer parte da família” e “entender seu lugar”: um estudo psicossocial sobre afeto e poder na dinâmica das relações do trabalho doméstico remunerado

• Autor(a) principal: Lourenço, Maria Laura Sandoval
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/26320
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Trabalho doméstico remunerado; Preta rara; Negra

Este estudo parte das considerações do campo temático do trabalho doméstico remunerado enquanto fenômeno representativo da cultura brasileira, considerando sua constituição histórica. A pesquisa teve como objetivo analisar os relatos de trabalhadoras domésticas, compilados no livro “Eu, empregada doméstica”, publicado por Preta Rara - mulher, negra, ex-empregada doméstica, rapper, historiadora -, para compreender as expressões dos afetos e das relações de poder que se cruzam na dinâmica de trabalho em questão. Para tanto, utilizou-se de uma postura crítica à desumanização atribuída à essa categoria, assim como o reconhecimento de um espaço de resistência em construção. Teve como base a Psicologia Sócio-Histórica como marco teórico metodológico, a qual possibilitou a construção de um pensamento em constante diálogo indivíduo-sociedade, levando em consideração a historicidade dos processos e a dimensão subjetiva da realidade. Adotou-se como princípio ético epistemológico o pensamento decolonial reconhecendo a existência de desigualdades sociais, raciais e de gênero. A dimensão procedimental foi pautada na identificação de pré-indicadores e indicadores (resultados). Posteriormente, três núcleos de sentido apontaram para os aspectos conclusivos com base na centralidade das experiências das trabalhadoras, sendo estes: as desigualdades e opressões envolvendo classe, raça e gênero - a interseccionalidade do fenômeno; as não cisões corpo-racionalidade e a dimensão subjetiva da realidade; a despolarização dos conceitos e práticas de poder e afeto