O trabalho doméstico não remunerado: uma abordagem discursiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: LIRA, Joseane Laurentino de Brito
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34106
Resumo: O trabalho doméstico não remunerado é um trabalho invisibilizado pela sociedade porque é realizado por mulheres, no ambiente privado de suas residências. Ao ingressarem no mercado de trabalho, elas enfrentam o desafio da dupla jornada de trabalho, conciliando as atividades remuneradas com as atividades domésticas. Formulamos, então, a seguinte indagação: de que maneira as formas de trabalho doméstico não remunerado podem ser valoradas socialmente na escala produtiva e quais as implicações teórico-metodológicas e práticas desse trabalho? Postulamos a hipótese de que o trabalho doméstico não remunerado não é valorado pelas mulheres que o realizam por acreditarem tratar-se de uma questão cultural, pois faz parte da vida e da sobrevivência, razão pela qual não o consideram valorado na escala produtiva. O objetivo de nosso estudo foi compreender os sentidos e os valores atribuídos pelas trabalhadoras domésticas não remuneradas a esse trabalho. Temos como objetivos específicos-. 1-descrever e interpretar os temas de predileção, descarte ou exclusivos contidos nos discursos das trabalhadoras domésticas não-remuneradas sobre o trabalho e os sentidos produzidos no embate dialógico das vozes que nele se fazem representar; 2-descrever e interpretar os sentidos dos acentos apreciativos contidos nos discursos dessas trabalhadoras sobre o trabalho doméstico, em relação ao seu valor para si e para o outro (cônjuge, filhos, irmãos e etc.). A abordagem de análise, de caráter quantiqualitativo, deu-se em três planos necessariamente articulados entre si: 1) de uma análise dialógica da arquitetônica do ato unitário e singular, com base no plano concreto do mundo, cujos momentos constituintes são o eu-para-mim, o outro-para-mim e o eu para o outro e em torno dos quais encontram-se dispostos todos os valores da vida real e da cultura; 2) do trabalho doméstico não remunerado como atividade, fundamentado nos pressupostos teóricos da Ergologia, numa abordagem interdisciplinar do trabalho e da intersubjetividade do trabalhador; 3) do trabalho doméstico não remunerado numa abordagem ontológica, fundamentado na hermenêutica heideggeriana. O corpus foi constituído pelos discursos de três mulheres que atuavam em ambos os trabalhos e foi obtido através de entrevistas, auto vídeos e auto confrontações. A análise e a interpretação dos discursos das trabalhadoras revelaram que elas percebem suas possibilidades e limites para tomar decisões de forma autónoma para a vida cotidiana e, assim, vão conciliando os dois trabalhos. Os efeitos da sobrecarga de trabalho ficam evidentes na realidade de todas as trabalhadoras que participaram de nossa pesquisa, revelando que elas estão cuidando pouco de si, não têm direito a lazer, não têm direito ao descanso e nem sempre podem usufruir de bens culturais. Podemos concluir que, embora os padrões de desigualdade entre homens e mulheres, em relação ao trabalho doméstico, fiquem claros e evidenciados nos discursos, seria necessário que as mulheres tomassem consciência da importância deste trabalho para elas e para suas famílias, e, então, aspirassem uma divisão igualitária do trabalho doméstico e assim possam negociar a repartição das tarefas domésticas com os seus parceiros no ambiente privado.
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Postulamos a hipótese de que o trabalho doméstico não remunerado não é valorado pelas mulheres que o realizam por acreditarem tratar-se de uma questão cultural, pois faz parte da vida e da sobrevivência, razão pela qual não o consideram valorado na escala produtiva. O objetivo de nosso estudo foi compreender os sentidos e os valores atribuídos pelas trabalhadoras domésticas não remuneradas a esse trabalho. Temos como objetivos específicos-. 1-descrever e interpretar os temas de predileção, descarte ou exclusivos contidos nos discursos das trabalhadoras domésticas não-remuneradas sobre o trabalho e os sentidos produzidos no embate dialógico das vozes que nele se fazem representar; 2-descrever e interpretar os sentidos dos acentos apreciativos contidos nos discursos dessas trabalhadoras sobre o trabalho doméstico, em relação ao seu valor para si e para o outro (cônjuge, filhos, irmãos e etc.). 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Podemos concluir que, embora os padrões de desigualdade entre homens e mulheres, em relação ao trabalho doméstico, fiquem claros e evidenciados nos discursos, seria necessário que as mulheres tomassem consciência da importância deste trabalho para elas e para suas famílias, e, então, aspirassem uma divisão igualitária do trabalho doméstico e assim possam negociar a repartição das tarefas domésticas com os seus parceiros no ambiente privado.Unpaid domestic work is an invisible job to society because it is carried out by women in the private environment of their residences. When they join the labor market, they face the challenge of double working hours, reconciling paid activities with domestic activities. We then formulate the following question: in what ways can the ways of unpaid domestic labor be valued socially in the production scale and what are the theoretical-methodological and practical implications of this work? We postulate the hypothesis that unpaid domestic work is not valued by women who do it because they believe it is a cultural issue since it is part of life and survival — reason why they do not consider it valued in the production scale. The objective of our study was to understand the meanings and values attributed by unpaid domestic workers. We have, as specific objectives: 1-to describe and interpret the topics of predilection, discard or exclusion present in the discourses of the unpaid domestic workers on the work and the meanings produced in the dialogical tension of the voices represented in it; 2-to describe and interpret the meanings of the appreciative accents present in the discourses of these workers on domestic work, in relation to their value for themselves and for the other. The analytical approach, of a quantitative nature, took place in three necessarily articulated planes: (1) a dialogical analysis of the architectural of the unitary and singular act, based on the concrete plane of the world, whose constitutive moments are l-to-me, the other-to-me and the self to the other and around which all values of real life and culture are arranged; 2) unpaid domestic work as an activity, based on the theoretical presuppositions of Ergology, an interdisciplinary approach to work and the intersubjectivity of the worker; 3) unpaid domestic work in an ontological approach, based on Heideggerian hermeneutics. The corpus was constituted by the speeches of three women who worked in both works and was obtained through interviews, self-videos and self-confrontations. The analysis and interpretation of the workers' discourses revealed that they perceive their possibilities and limits to make autonomous decisions for daily life and, thus, reconcile the two works. The effects of work overload are evident in the reality of all the workers who participated in our research, revealing that they care little about themselves, have no right to leisure, have no right to rest and cannot always enjoy cultural goods. We conclude that, although the patterns of gender inequality in domestic work are clear and evidenced in discourses, it would be necessary for women to become aware of the importance of this work for themselves and their families, and then aspire an equal division of domestic work so that they can negotiate the sharing of domestic tasks with their partners in the private environment.EI trabajo doméstico no remunerado es un trabajo invisible para la sociedad, porque es realizado por mujeres, en sus residências. AI ingresar ai mercado de trabajo, ellas enfrentan ei desafio de la doble jornada de trabajo, conciliando las actividades remuneradas con las actividades domésticas. Formulamos, la siguiente pregunta: <j,de qué manera el trabajo doméstico no remunerado puede ser valorado socialmente en la escala productiva y cuáles son las implicaciones teórico- metodológicas y prácticas de este trabajo? Postulamos una hipótesis que el trabajo doméstico no es valorizado por las mujeres que lo realizan debido a que se trata de un asunto cultural, pues hace parte de sus vidas y supervivencia, por eso no es considerado un trabajo valioso en la escala productiva. El objetivo del estúdio fue comprender los sentidos y valores atribuidos, por las trabajadoras a este trabajo. Como objetivos específicos: 1- describir e interpretar los temas predilectos, descarte o exclusivos contenidos en los discursos de las trabajadoras sobre el trabajo y los sentidos producidos en el choque dialéctico de las voces que en ellos se hacen representar; 2- describir e interpretar los sentidos de los acentos apreciados contenidos en los discursos de esas trabajadoras sobre el trabajo doméstico, en relación con su valor para sí y para el otro (conyugue, hijos, hermanos y etc.). El análisis es de carácter cuantitativo-cualitativo, en tres planos articulados entre sí: 1) análisis dialógico de la arquitectura de un acto unitário y singular, basado en el plano concreto del mundo, cuyos momentos constituyentes son el yo-para-mí, el otro-para- mí y el yo para el otro y en torno de los cuales se encuentran dispuestos todos los valores de la vida real y de la cultura; 2) el trabajo doméstico como actividad, fundamentado en presupuestos teórico-metodológicos de la Ergología, en un abordaje interdisciplinar del trabajo y de la intersubjetividad del trabajador; 3) el trabajo doméstico en un abordaje ontológico, fundamentado en la hermenêutica heideggeriana. El corpus fue constituido por los discursos de tres mujeres que actuaban en ambos trabajos y obtenido a través de entrevistas, auto vídeos y auto confrontaciones. El análisis e interpretación de los discursos de estas revelaron que ellas perciben sus posibilidades y limites para tomar decisiones de forma autónoma en la vida cotidiana y así concilian los dos trabajos. Los efectos de la sobrecarga quedan evidentes en la realidad de las trabajadoras que participaron de nuestra investigación, revelando que ellas están cuidando poco sí, no tienen derecho al ocio, al descanso y no disfrutan de bienes culturales. Concluimos que, a pesar de la desigualdad entre hombres y mujeres con relación al trabajo doméstico, están evidenciados en los discursos y cotidianidad de las trabajadoras, que es necesario que tomen consciência de la importância de este para ellas y sus famílias, y aspiren por una división igualitaria del trabajo doméstico y negocien y repartan las tareas domésticas con sus compafieros en el ambiente privado.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessTrabalho doméstico não remuneradoAnálise dialógica do discursoHermenêutica da facticidadeDramáticas do uso de siO trabalho doméstico não remunerado: uma abordagem discursivainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Joseane Laurentino de Brito Lira.pdf.jpgTESE Joseane Laurentino de Brito Lira.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1212https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34106/5/TESE%20Joseane%20Laurentino%20de%20Brito%20Lira.pdf.jpg3372b82cb93654d8d83cf2679db24157MD55ORIGINALTESE Joseane Laurentino de Brito Lira.pdfTESE Joseane Laurentino de Brito Lira.pdfapplication/pdf2169064https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34106/1/TESE%20Joseane%20Laurentino%20de%20Brito%20Lira.pdff86d03e5a01e0d0c23e1ce88a3addd24MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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