Editorial
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25756/rpf.v7i3.10 |
Resumo: | Nestes últimos três meses tivemos acontecimentos de grande importância para a compreensão da atual política do medicamento e sobre o seu desenvolvimento futuro.O Relatório de Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), disponível em www.opss.pt, veio confirmar que os cortes efetuados no setor do medicamento no período de intervenção da «Troika» foram os mais importantes na área da saúde e que Portugal foi o país da Europa que, após a crise financeira de 2008, teve o maior número de intervenções políticas e administrativas no setor do medicamento. De acordo com o OPSS e estudos referenciados, «à semelhança do verificado em anteriores relatórios, a redução na despesa com saúde em Portugal continuou a ser feita, em grande medida, via diminuição da despesa pública com medicamentos». Os cortes na despesa foram além dos propostos pela «Troika», em especial no setor da distribuição, nomeadamente nas farmácias, onde assistimos a uma crise que não se via desde há 100 anos.Um aspeto preocupante é a constatação da «escassez de literatura resultante e monitorização direta realizada em Portugal». Tanto a academia como as autoridades sanitárias parecem ter subestimado a importância de se estudar o impacto da crise na saúde, ao contrário do que terá acontecido noutros países.Outro acontecimento de grande relevo foi a publicação de legislação sobre o Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde (SiNATS). O processo prévio à publicação da legislação revestiu-se de alguma originalidade na administração pública quanto à audição e ao envolvimento de todas as partes interessadas no sistema (doentes, profissionais, académicos, associações representativas dos vários setores económicos).Reafirmamos o que já dissemos anteriormente: o SiNATS, apesar de algumas medidas que nos parecem exageradas quanto ao controlo do preço dos medicamentos, é uma boa ideia e corresponde a uma necessária evolução do sistema de avaliação dos medicamentos e outras tecnologias de saúde. Contudo, o SiNATS só será eficaz se se concretizarem as condições para que haja financiamento do sistema para recrutamento de peritos qualificados e construção de sistemas de informação que permitam recolher dados sobre o que se passa com os medicamentos e outras tecnologias durante a sua utilização. Sem profissionais qualificados e motivados, peritos bem remunerados e sistemas de informação adequados, o SiNATS nunca atingirá os seus objetivos.A 25 de junho realizou-se mais uma reunião anual da RPF sobre «Controvérsias com Medicamentos» (http://formifarma.pt/revista/controversias/index.html). Terá sido a reunião mais participada e a qualidade das apresentações e debates foram um estímulo para a próxima reunião de final do ano, «Missing Innovation – Solutions for unmet therapeutic needs», a realizar a 3 de dezembro.A revista conta neste número com o artigo original «Prescrição de Antipalúdicos aos Pacientes do Hospital Josina Machel. Janeiro-Julho de 2014», e com os artigos de revisão «Opioides em Medicina Dentária: uma Revisão Bibliográfica» e «Serviço de Vacinação nas Farmácias Portuguesas». Disponibilizamos ainda, como habitualmente, as secções de documentos publicados, normas aprovadas e em consulta, leituras recomendadas, legislação relevante, prémios e agenda para o próximo trimestre,que julgamos serem de relevante interesse para os nossos leitores.Julho 2015O DiretorJosé Aranda da Silva |
id |
RCAP_005479f65682618df0778ebe0116683b |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.farmacoterapia.pt:article/10 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
EditorialNestes últimos três meses tivemos acontecimentos de grande importância para a compreensão da atual política do medicamento e sobre o seu desenvolvimento futuro.O Relatório de Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), disponível em www.opss.pt, veio confirmar que os cortes efetuados no setor do medicamento no período de intervenção da «Troika» foram os mais importantes na área da saúde e que Portugal foi o país da Europa que, após a crise financeira de 2008, teve o maior número de intervenções políticas e administrativas no setor do medicamento. De acordo com o OPSS e estudos referenciados, «à semelhança do verificado em anteriores relatórios, a redução na despesa com saúde em Portugal continuou a ser feita, em grande medida, via diminuição da despesa pública com medicamentos». Os cortes na despesa foram além dos propostos pela «Troika», em especial no setor da distribuição, nomeadamente nas farmácias, onde assistimos a uma crise que não se via desde há 100 anos.Um aspeto preocupante é a constatação da «escassez de literatura resultante e monitorização direta realizada em Portugal». Tanto a academia como as autoridades sanitárias parecem ter subestimado a importância de se estudar o impacto da crise na saúde, ao contrário do que terá acontecido noutros países.Outro acontecimento de grande relevo foi a publicação de legislação sobre o Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde (SiNATS). O processo prévio à publicação da legislação revestiu-se de alguma originalidade na administração pública quanto à audição e ao envolvimento de todas as partes interessadas no sistema (doentes, profissionais, académicos, associações representativas dos vários setores económicos).Reafirmamos o que já dissemos anteriormente: o SiNATS, apesar de algumas medidas que nos parecem exageradas quanto ao controlo do preço dos medicamentos, é uma boa ideia e corresponde a uma necessária evolução do sistema de avaliação dos medicamentos e outras tecnologias de saúde. Contudo, o SiNATS só será eficaz se se concretizarem as condições para que haja financiamento do sistema para recrutamento de peritos qualificados e construção de sistemas de informação que permitam recolher dados sobre o que se passa com os medicamentos e outras tecnologias durante a sua utilização. Sem profissionais qualificados e motivados, peritos bem remunerados e sistemas de informação adequados, o SiNATS nunca atingirá os seus objetivos.A 25 de junho realizou-se mais uma reunião anual da RPF sobre «Controvérsias com Medicamentos» (http://formifarma.pt/revista/controversias/index.html). Terá sido a reunião mais participada e a qualidade das apresentações e debates foram um estímulo para a próxima reunião de final do ano, «Missing Innovation – Solutions for unmet therapeutic needs», a realizar a 3 de dezembro.A revista conta neste número com o artigo original «Prescrição de Antipalúdicos aos Pacientes do Hospital Josina Machel. Janeiro-Julho de 2014», e com os artigos de revisão «Opioides em Medicina Dentária: uma Revisão Bibliográfica» e «Serviço de Vacinação nas Farmácias Portuguesas». Disponibilizamos ainda, como habitualmente, as secções de documentos publicados, normas aprovadas e em consulta, leituras recomendadas, legislação relevante, prémios e agenda para o próximo trimestre,que julgamos serem de relevante interesse para os nossos leitores.Julho 2015O DiretorJosé Aranda da SilvaFormifarma2015-10-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://doi.org/10.25756/rpf.v7i3.10https://doi.org/10.25756/rpf.v7i3.10Revista Portuguesa de Farmacoterapia / Portuguese Journal of Pharmacotherapy; Vol 7 No 3 (2015): July; 3Revista Portuguesa de Farmacoterapia; v. 7 n. 3 (2015): Julho; 32183-73411647-354Xreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/10http://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/10/6Direitos de Autor (c) 2017 Revista Portuguesa de Farmacoterapiahttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessAranda da Silva, José2023-09-01T04:32:54Zoai:ojs.farmacoterapia.pt:article/10Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:11:29.514182Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Editorial |
title |
Editorial |
spellingShingle |
Editorial Aranda da Silva, José |
title_short |
Editorial |
title_full |
Editorial |
title_fullStr |
Editorial |
title_full_unstemmed |
Editorial |
title_sort |
Editorial |
author |
Aranda da Silva, José |
author_facet |
Aranda da Silva, José |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Aranda da Silva, José |
description |
Nestes últimos três meses tivemos acontecimentos de grande importância para a compreensão da atual política do medicamento e sobre o seu desenvolvimento futuro.O Relatório de Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), disponível em www.opss.pt, veio confirmar que os cortes efetuados no setor do medicamento no período de intervenção da «Troika» foram os mais importantes na área da saúde e que Portugal foi o país da Europa que, após a crise financeira de 2008, teve o maior número de intervenções políticas e administrativas no setor do medicamento. De acordo com o OPSS e estudos referenciados, «à semelhança do verificado em anteriores relatórios, a redução na despesa com saúde em Portugal continuou a ser feita, em grande medida, via diminuição da despesa pública com medicamentos». Os cortes na despesa foram além dos propostos pela «Troika», em especial no setor da distribuição, nomeadamente nas farmácias, onde assistimos a uma crise que não se via desde há 100 anos.Um aspeto preocupante é a constatação da «escassez de literatura resultante e monitorização direta realizada em Portugal». Tanto a academia como as autoridades sanitárias parecem ter subestimado a importância de se estudar o impacto da crise na saúde, ao contrário do que terá acontecido noutros países.Outro acontecimento de grande relevo foi a publicação de legislação sobre o Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde (SiNATS). O processo prévio à publicação da legislação revestiu-se de alguma originalidade na administração pública quanto à audição e ao envolvimento de todas as partes interessadas no sistema (doentes, profissionais, académicos, associações representativas dos vários setores económicos).Reafirmamos o que já dissemos anteriormente: o SiNATS, apesar de algumas medidas que nos parecem exageradas quanto ao controlo do preço dos medicamentos, é uma boa ideia e corresponde a uma necessária evolução do sistema de avaliação dos medicamentos e outras tecnologias de saúde. Contudo, o SiNATS só será eficaz se se concretizarem as condições para que haja financiamento do sistema para recrutamento de peritos qualificados e construção de sistemas de informação que permitam recolher dados sobre o que se passa com os medicamentos e outras tecnologias durante a sua utilização. Sem profissionais qualificados e motivados, peritos bem remunerados e sistemas de informação adequados, o SiNATS nunca atingirá os seus objetivos.A 25 de junho realizou-se mais uma reunião anual da RPF sobre «Controvérsias com Medicamentos» (http://formifarma.pt/revista/controversias/index.html). Terá sido a reunião mais participada e a qualidade das apresentações e debates foram um estímulo para a próxima reunião de final do ano, «Missing Innovation – Solutions for unmet therapeutic needs», a realizar a 3 de dezembro.A revista conta neste número com o artigo original «Prescrição de Antipalúdicos aos Pacientes do Hospital Josina Machel. Janeiro-Julho de 2014», e com os artigos de revisão «Opioides em Medicina Dentária: uma Revisão Bibliográfica» e «Serviço de Vacinação nas Farmácias Portuguesas». Disponibilizamos ainda, como habitualmente, as secções de documentos publicados, normas aprovadas e em consulta, leituras recomendadas, legislação relevante, prémios e agenda para o próximo trimestre,que julgamos serem de relevante interesse para os nossos leitores.Julho 2015O DiretorJosé Aranda da Silva |
publishDate |
2015 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2015-10-14 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.25756/rpf.v7i3.10 https://doi.org/10.25756/rpf.v7i3.10 |
url |
https://doi.org/10.25756/rpf.v7i3.10 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/10 http://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/10/6 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Direitos de Autor (c) 2017 Revista Portuguesa de Farmacoterapia http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Direitos de Autor (c) 2017 Revista Portuguesa de Farmacoterapia http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Formifarma |
publisher.none.fl_str_mv |
Formifarma |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Portuguesa de Farmacoterapia / Portuguese Journal of Pharmacotherapy; Vol 7 No 3 (2015): July; 3 Revista Portuguesa de Farmacoterapia; v. 7 n. 3 (2015): Julho; 3 2183-7341 1647-354X reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799129985390215168 |