Influência da Percepção do Peso no Comportamento Alimentar: Um Estudo com Adolescentes

• Autor(a) principal: Costa, Joana Raquel Santos
• Data de Publicação: 2009
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/339
• topic: Comportamento alimentar; Atitude alimentar; Adolescentes

O presente estudo tem por objectivo avaliar se a percepção do peso pelos adolescentes portugueses, tem influência no seu comportamento alimentar. A amostra foi constituída por 326 estudantes, 122 do género masculino e 204 do feminino, do ensino secundário, da Escola Secundária com 3º Ciclo de Fafe, com idade compreendida entre os 15 e os 20 anos. Neste estudo foram aplicados dois questionários, o teste de atitudes alimentares resumido (EAT-26), que serviu para avaliar o comportamento alimentar e o questionário semi-quantitativo de frequência alimentar, visando a caracterização da frequência e do consumo alimentar dos adolescentes em estudo durante 12 meses. O tratamento dos dados foi efectuado por tratamento por frequência de resposta e respectiva percentagem no “Microsoft Office Excel 2007”, expressos em valores absolutos ou aproximados à milésima sob a forma de tabelas e gráficos. Os resultados mostram que 67,2% dos adolescentes do género masculino e 81,01% do feminino fazem uma distorção da sua aparência, ou seja, apesar de terem um índice de massa corporal dentro dos valores normais, consideram-se gordos e têm uma forte probabilidade de desenvolverem distúrbios alimentares. Contudo, a alimentação efectuada pelos elementos da amostra é desequilibrada e muito calórica, 3514 Kcal são ingeridas diariamente pelo género masculino e 2767,3 Kcal pelo feminino. Os dados demonstraram que os elementos do género feminino da amostra consomem um excesso de hidratos de carbono, segundo a composição nutricional da dieta proposta pela ATPIII (2001). Resultados idênticos foram observados com as proteínas e os lípidos em ambos os géneros, sendo os valores calóricos totais correspondentes para as proteínas do género masculino de 18,6% e do feminino 22,2%; quanto aos lípidos foi de 37,3 e 43,8%, respectivamente. No âmbito dos lípidos, o consumo de ácidos gordos monoinsaturados e polinsaturados, estava dentro dos parâmetros propostos. O mesmo não aconteceu com os ácidos gordos saturados, cujo valor ultrapassou os 7% do valor calórico total (12% nos rapazes e 13,9% nas raparigas). Conjugado com estes factores associa-se a inactividade física, onde somente 17,6% da amostra praticava actividade física regular. O presente estudo confirma a importância da necessidade de implementar programas de educação alimentar e de promoção da actividade física direccionados para adolescentes, como instrumento de prevenção de danos para a saúde.