Caracterização dos cuidados sensíveis ao trauma no acolhimento residencial : resultados preliminares

• Autor(a) principal: Clemente, Inês Alexandra Sousa
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/35144
• topic: Acolhimento residencial; Necessidades das crianças/jovens; Cuidados sensíveis ao trauma; Sistema de proteção; Direitos das crianças; Residential care; Children/youth needs; Trauma-informed care; Welfare system; Children rights; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia

Em Portugal, o Acolhimento Residencial (AR) consiste na medida de colocação extrafamiliar mais expressiva, objetivando a promoção e proteção da criança ou do jovem, colocando-o aos cuidados de uma entidade que garanta cuidados adequados às suas necessidades e bem-estar, com vista ao seu desenvolvimento integral. Aquando do ingresso nas casas de acolhimento (CAR), frequentemente, as crianças/jovens carregam consigo trajetórias de vida traumáticas, relacionadas com os cuidadores primários, o contexto social e à própria medida de remoção do seio familiar. Estas crianças/jovens, pelas suas vivências passadas, apresentam necessidades específicas, sendo que, para lhes responder adequadamente, é fundamental a implementação de cuidados sensíveis ao trauma. O presente estudo, procurou caracterizar os cuidados sensíveis ao trauma em AR, a partir das dimensões consideradas críticas neste domínio. Trata-se de um estudo que compreende uma metodologia mista, e que utiliza como método de recolha de dados o QACST – SPIJ (CAR). Participaram na investigação 85 profissionais integrados nas EE (equipa educativa) e ET (equipa técnica) de 14 CAR. As principais conclusões demonstram que, face à caracterização dos cuidados sensíveis ao trauma, a partir do QACST, as equipas demonstram melhores perceções quanto ao rastreio e avaliação do trauma – práticas de planeamento dos serviços, e ao ambiente físico das CAR. No que diz respeito às restantes dimensões, formação e educação, supervisão, suporte e autocuidado e políticas, apresentam níveis de perceção mais baixos, o que demonstra a necessidade das CAR para estabelecer uma cultura que priorize os cuidados sensíveis ao trauma, e consequentemente apoiem as equipas na sua execução.