Informação e democracia: o sentido da crítica rousseauniana da informação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Serra, Paulo
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/530
Resumo: A aceitarmos a tese de Hegel segundo a qual, e sendo que “a verdade é o todo”, toda a afirmação contém a sua própria negação, podemos ser tentados a ver a obra de Rousseau como a negação da afirmação iluminista e enciclopedista, ao denunciar a “corrupção dos costumes” como o resultado necessário a que conduz “o restabelecimento das ciências e das artes” – mais correcto seria dizer a difusão generalizada da informação sobre elas - e ao exigir o regresso ao “conhece-te a ti mesmo” e à essencialidade das verdades éticas em detrimento do saber científico e da informação em geral. O interesse da posição de Rousseau, que ultrapassa em muito o próprio Rousseau – de facto, ela prenuncia e inspira subterraneamente a posição de muitos dos que, como Heidegger, Adorno e Horkheimer, Baudrillard e Postman, para só referirmos alguns, têm feito a crítica da cultura contemporânea -, reside primariamente no facto de ela corporizar, ainda hoje, a crítica mais radical a uma certa forma de entender a informação - Baudrillard fala, a propósito, em “mito” - que se prolonga na actualidade. [...]
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