Ser professor na trama das reformas gestionárias: histórias e representações profissionais de professores do ensino secundário

• Autor(a) principal: Santos, Ana Patrícia Silva dos
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/6180
• topic: Reformas gestionárias; Profissão de professor; Experiência profissional; Participação associativa/sindical; Managerialist reforms; Teaching profession; Work experience; Association/union participation

Em sintonia com as reformas dos sistemas educativos europeus e em contexto de progressiva austeridade económica, as políticas educativas nacionais convergem com a “nova gestão pública” e conduzem a uma restruturação da natureza do trabalho do professor. Entendendo o conceito de profissão como construção social e dinâmica, urge compreender a forma como estas reformas, enquanto palco de confronto e negociação, se projetam na realidade profissional, traçando um retrato atualizado e “a partir de dentro” da profissão. Para atingir esse objetivo, a presente pesquisa recorre à metodologia das Histórias de Vida aplicada a um conjunto de 17 professores do ensino secundário da área da Grande Lisboa. Para desvendar os sentidos atribuídos pelos professores á profissão, o modelo de análise considera dois aspetos interrelacionados: por um lado, a influência de agências encarregues de difundir uma pluralidade de discursos e representações - em especial o Estado e os atores profissionais coletivos; por outro, uma dimensão biográfica modelada pelas experiências profissionais e pela participação associativa/sindical. Como resultado, retratam-se percursos profissionais marcados por desencontros com as expectativas iniciais, tal com situações de vulnerabilidade que corroem o compromisso profissional, em especial dos professores “veteranos” e daqueles que possuem uma participação sindical ativa. Conclui-se que não há uma identidade coletiva de resistência desta classe profissional e, em nome da adaptabilidade às condições de trabalho, o pragmatismo pode forjar um novo perfil de professores, “professores-funcionários” que abrem mão de algumas conquistas profissionais.