Editorial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: da Silva, José Aranda
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25756/rpf.v13i3.277
Resumo: No momento em que se considerava controlada a pandemia, após dois anos de crise económica social e sanitária, surge como novo fator de instabilidade mundial a invasão da Ucrânia por parte do regime autoritário de Putin.Estamos perante uma nova crise humanitária, com incalculável impacto na economia de todos os países, como temos visto pela espiral de crescimento de preços das fontes de energia e de muitas matérias primas. A Europa criou em 1957, após a Grande Guerra de 1939 a 1945, com a assinatura do tratado de Roma, a então denominada Comunidade Económica Europeia (CEE) reunindo seis países (Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Luxemburgo, Itália). Portugal e Espanha só puderam aderir em 1986, depois de prolongadas negociações na sequência do pedido de adesão efetuado em 1977 e após a queda dos regimes ditatoriais que dominaram os dois países durante dezenas de anos. A Europa viveu durante mais de 40 anos o maior período de paz da sua história, interrompido pela trágica guerra fratricida nos Balcãs nos anos 90 do século passado.Hoje, alargada a 27 Estados-Membros, a União Europeia tem sido para o Mundo um exemplo de desenvolvimento económico com políticas sociais e ambientais avançadas, procurada pela população dos diversos continentes.O fim da Guerra na Ucrânia é uma exigência que tem de ser seguida pela negociação imediata de trados de paz duradouros, garantindo que a Europa permanece uma zona pacífica e desenvolvida a nível económico, social e ambiental. A dramática situação atual, sob ameaça de uma nova guerra mundial com consequências incalculáveis, vai travar todos os projetos discutidos e aprovados na União Europeia visando o desenvolvimento do Estado Social. Tememos que todos os passos recentemente caminhados no sentido de garantir e reforçar o investimento nos sistemas de saúde, como tínhamos referido no último editorial da revista, se vejam agora adiados.Numa nota mais positiva, registamos que a proposta de Regulamento Europeu referida anteriormente neste espaço foi aprovada em 15/12/2021 com a publicação do referido diploma, relativo à avaliação das tecnologias da saúde (https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32021R2282&from=PT). Trata-se de um importante desafio para a nova política do medicamento na Europa.Também foram tomadas diversas medidas a nível da União Europeia sobre a necessidade de reindustrialização em áreas estratégicas, como as ligadas aos sistemas de saúde (https://ec.europa.eu/info/sites/default/files/economy-finance/dp157_en_industrial_policy.pdf)A Revista Portuguesa de Farmacoterapia vai organizar em 22 junho a sua XI Reunião anual “Controvérsias com Medicamentos” (https://formifarma.pt/x-reuniao-anual-da-rpf) que terá como temas: “O impacto a nível nacional e Europeu da nova legislação Europeia sobre medicamentos e dispositivos médicos” e “A reindustrialização da Europa e impacto nos sistemas de saúde”. A reunião irá ser presencial e também transmitida online, pelo que contamos mais uma vez com o apoio dos leitores da revista.Este número da revista inclui o artigo original «Uma nova abordagem de classificação e de registo de dispositivos médicos em Moçambique» e o artigo de revisão «Anti-Amyloid-β monoclonal antibodies: Recent therapeutic strategies for Alzheimer’s disease». Disponibilizamos ainda as secções de documentos publicados, normas aprovadas e em consulta, legislação relevante, agenda e prémios para o próximo trimestre, que julgamos ser de relevante interesse para os nossos leitores.
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