Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motora
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1999 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/14060 |
Resumo: | Introdução - A última reforma do Sistema Educativo em Portugal, pela definição e adopção de um novo programa de Expressão e Educação Físico Motora (EEFM) para o 1° Ciclo do Ensino Básico (1° CEB), veio consagrar ao nível político e social a importância desta área no percurso de desenvolvimento dos alunos. Com optimismo, encarámos esta medida como o abandonar de uma postura na qual a formação motora era entendida como acessória, relegada para segundo plano, secundarizada quando comparada com outros domínios do desenvolvimento da criança na escola, nomeadamente o ler, escrever e contar (LEC). Por outro lado, a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.° 46/86, de 14 de Outubro) estabelece no seu artigo 7° alínea c), como um dos objectivos do ensino básico, "proporcionar o desenvolvimento físico e motor do aluno". Também no seu artigo 8°, 1, a), reconhece o papel insubstituível do professor do 1° Ciclo do Ensino Básico (CEB) como responsável por implementar este objectivo, referindo que `o 1° Ciclo é globalizante, da responsabilidade de um professor único, que pode ser coadjuvado em áreas especializadas". A EEFM está pois institucionalmente estabelecida e curricularmente contemplada no 1° CEB, esperando-se a implementação desta área curricular. No entanto a experiência mostra-nos que, nas escolas do 1° CEB, se continua a privilegiar a componente cognitiva do LEC (visão tradicional do processo de ensino), verificando-se na realidade que a EEFM é unanimemente aceite como de fraca implementação. Este confronto, entre o preconizado e o realizado, coloca o problema da Formação de Professores e da Reforma Educativa, pelo facto de não ter sido acompanhada por uma adequada alteração das estruturas e estratégias que a viabilizam. Nos dias de hoje verificamos que muito se mantém igual, continuando a EEFM, o direito ao movimento, ao jogo, à actividade lúdica, ainda significativamente ausente da nova escola do 1° CEB. Carvalho (1994) caracteriza a problemática da EEFM no 1° CEB como uma situação que assume uma gravidade particular pois, apesar das múltiplas tentativas, as autoridades escolares continuam a não tomar as medidas necessárias à correcção de uma das mais graves falhas do ensino. Também Monteiro (1996, pág. 55) refere que a Educação Física no 1° Ciclo é uma farsa pois " apesar de não ter lugar e por isso não existir, nunca deixou de ser obrigatória e de estar presente em todos os currículos oficiais que foram elaborados". Estudos recentemente realizados' revelam que a saúde física das crianças está ameaçada pela flagrante falta de actividade física, associando-se a deficiente actividade física, e consequente falta de hábitos saudáveis de vida activa, a doenças cardiovasculares, osteoporose, diabetes, e outras, comprometendo a qualidade de vida adulta. Referem-se como causas o aumento de hábitos de vida sedentária no dia-a-dia das crianças, nomeadamente no que se refere ao aumento das horas lectivas na escola (a grande maioria das crianças passa diariamente 5 a 7 horas nos bancos da escola) e à ocupação dos tempos livres com actividades tais como a televisão, os jogos vídeos e os computadores. O Jogo lúdico ao ar livre ou a prática desportiva, são cada vez mais, uma excepção, essencialmente nas grandes cidades e seus arredores. Reforçam-se os benefícios da prática da EEFM nas crianças2, não só relativamente ao desenvolvimento físico e motor, mas também na promoção de uma expectativa e imagem positiva face à escola, conducente ao sucesso educativo. Assume-se que a ausência desta área disciplinar compromete o desenvolvimento completo das crianças, bem como a promoção de uma dimensão cultural que lhes proporcione no futuro uma vida saudável e equilibrada. Com o aparecimento dos novos Programas, algumas entidades profissionais e públicas, preocupadas com o tema, (re)investem na implementação de modelos de intervenção directa nas escolas do 1° CEB, com o objectivo de criar condições favoráveis à existência de E. E. F.M, com carácter regular e sistemático, ocupando o lugar desejável na formação das crianças. |
id |
RCAP_0d3198ba59e6b99faacfd8eedf92b9ff |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:dspace.uevora.pt:10174/14060 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motoraFormação contínua de professores1º ciclo do ensino básicoExpressãoEducação físico motoraIntrodução - A última reforma do Sistema Educativo em Portugal, pela definição e adopção de um novo programa de Expressão e Educação Físico Motora (EEFM) para o 1° Ciclo do Ensino Básico (1° CEB), veio consagrar ao nível político e social a importância desta área no percurso de desenvolvimento dos alunos. Com optimismo, encarámos esta medida como o abandonar de uma postura na qual a formação motora era entendida como acessória, relegada para segundo plano, secundarizada quando comparada com outros domínios do desenvolvimento da criança na escola, nomeadamente o ler, escrever e contar (LEC). Por outro lado, a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.° 46/86, de 14 de Outubro) estabelece no seu artigo 7° alínea c), como um dos objectivos do ensino básico, "proporcionar o desenvolvimento físico e motor do aluno". Também no seu artigo 8°, 1, a), reconhece o papel insubstituível do professor do 1° Ciclo do Ensino Básico (CEB) como responsável por implementar este objectivo, referindo que `o 1° Ciclo é globalizante, da responsabilidade de um professor único, que pode ser coadjuvado em áreas especializadas". A EEFM está pois institucionalmente estabelecida e curricularmente contemplada no 1° CEB, esperando-se a implementação desta área curricular. No entanto a experiência mostra-nos que, nas escolas do 1° CEB, se continua a privilegiar a componente cognitiva do LEC (visão tradicional do processo de ensino), verificando-se na realidade que a EEFM é unanimemente aceite como de fraca implementação. Este confronto, entre o preconizado e o realizado, coloca o problema da Formação de Professores e da Reforma Educativa, pelo facto de não ter sido acompanhada por uma adequada alteração das estruturas e estratégias que a viabilizam. Nos dias de hoje verificamos que muito se mantém igual, continuando a EEFM, o direito ao movimento, ao jogo, à actividade lúdica, ainda significativamente ausente da nova escola do 1° CEB. Carvalho (1994) caracteriza a problemática da EEFM no 1° CEB como uma situação que assume uma gravidade particular pois, apesar das múltiplas tentativas, as autoridades escolares continuam a não tomar as medidas necessárias à correcção de uma das mais graves falhas do ensino. Também Monteiro (1996, pág. 55) refere que a Educação Física no 1° Ciclo é uma farsa pois " apesar de não ter lugar e por isso não existir, nunca deixou de ser obrigatória e de estar presente em todos os currículos oficiais que foram elaborados". Estudos recentemente realizados' revelam que a saúde física das crianças está ameaçada pela flagrante falta de actividade física, associando-se a deficiente actividade física, e consequente falta de hábitos saudáveis de vida activa, a doenças cardiovasculares, osteoporose, diabetes, e outras, comprometendo a qualidade de vida adulta. Referem-se como causas o aumento de hábitos de vida sedentária no dia-a-dia das crianças, nomeadamente no que se refere ao aumento das horas lectivas na escola (a grande maioria das crianças passa diariamente 5 a 7 horas nos bancos da escola) e à ocupação dos tempos livres com actividades tais como a televisão, os jogos vídeos e os computadores. O Jogo lúdico ao ar livre ou a prática desportiva, são cada vez mais, uma excepção, essencialmente nas grandes cidades e seus arredores. Reforçam-se os benefícios da prática da EEFM nas crianças2, não só relativamente ao desenvolvimento físico e motor, mas também na promoção de uma expectativa e imagem positiva face à escola, conducente ao sucesso educativo. Assume-se que a ausência desta área disciplinar compromete o desenvolvimento completo das crianças, bem como a promoção de uma dimensão cultural que lhes proporcione no futuro uma vida saudável e equilibrada. Com o aparecimento dos novos Programas, algumas entidades profissionais e públicas, preocupadas com o tema, (re)investem na implementação de modelos de intervenção directa nas escolas do 1° CEB, com o objectivo de criar condições favoráveis à existência de E. E. F.M, com carácter regular e sistemático, ocupando o lugar desejável na formação das crianças.Universidade de Évora2015-04-13T13:26:01Z2015-04-131999-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10174/14060http://hdl.handle.net/10174/14060pordep pedagogiand670Coelho, Maria Manuel Pimentel de Castroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T18:58:37Zoai:dspace.uevora.pt:10174/14060Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:06:43.235837Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motora |
title |
Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motora |
spellingShingle |
Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motora Coelho, Maria Manuel Pimentel de Castro Formação contínua de professores 1º ciclo do ensino básico Expressão Educação físico motora |
title_short |
Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motora |
title_full |
Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motora |
title_fullStr |
Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motora |
title_full_unstemmed |
Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motora |
title_sort |
Formação contínua de professores do 1º ciclo do ensino básico: caracterização de um modelo na área da expressão e educação físico motora |
author |
Coelho, Maria Manuel Pimentel de Castro |
author_facet |
Coelho, Maria Manuel Pimentel de Castro |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Coelho, Maria Manuel Pimentel de Castro |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Formação contínua de professores 1º ciclo do ensino básico Expressão Educação físico motora |
topic |
Formação contínua de professores 1º ciclo do ensino básico Expressão Educação físico motora |
description |
Introdução - A última reforma do Sistema Educativo em Portugal, pela definição e adopção de um novo programa de Expressão e Educação Físico Motora (EEFM) para o 1° Ciclo do Ensino Básico (1° CEB), veio consagrar ao nível político e social a importância desta área no percurso de desenvolvimento dos alunos. Com optimismo, encarámos esta medida como o abandonar de uma postura na qual a formação motora era entendida como acessória, relegada para segundo plano, secundarizada quando comparada com outros domínios do desenvolvimento da criança na escola, nomeadamente o ler, escrever e contar (LEC). Por outro lado, a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.° 46/86, de 14 de Outubro) estabelece no seu artigo 7° alínea c), como um dos objectivos do ensino básico, "proporcionar o desenvolvimento físico e motor do aluno". Também no seu artigo 8°, 1, a), reconhece o papel insubstituível do professor do 1° Ciclo do Ensino Básico (CEB) como responsável por implementar este objectivo, referindo que `o 1° Ciclo é globalizante, da responsabilidade de um professor único, que pode ser coadjuvado em áreas especializadas". A EEFM está pois institucionalmente estabelecida e curricularmente contemplada no 1° CEB, esperando-se a implementação desta área curricular. No entanto a experiência mostra-nos que, nas escolas do 1° CEB, se continua a privilegiar a componente cognitiva do LEC (visão tradicional do processo de ensino), verificando-se na realidade que a EEFM é unanimemente aceite como de fraca implementação. Este confronto, entre o preconizado e o realizado, coloca o problema da Formação de Professores e da Reforma Educativa, pelo facto de não ter sido acompanhada por uma adequada alteração das estruturas e estratégias que a viabilizam. Nos dias de hoje verificamos que muito se mantém igual, continuando a EEFM, o direito ao movimento, ao jogo, à actividade lúdica, ainda significativamente ausente da nova escola do 1° CEB. Carvalho (1994) caracteriza a problemática da EEFM no 1° CEB como uma situação que assume uma gravidade particular pois, apesar das múltiplas tentativas, as autoridades escolares continuam a não tomar as medidas necessárias à correcção de uma das mais graves falhas do ensino. Também Monteiro (1996, pág. 55) refere que a Educação Física no 1° Ciclo é uma farsa pois " apesar de não ter lugar e por isso não existir, nunca deixou de ser obrigatória e de estar presente em todos os currículos oficiais que foram elaborados". Estudos recentemente realizados' revelam que a saúde física das crianças está ameaçada pela flagrante falta de actividade física, associando-se a deficiente actividade física, e consequente falta de hábitos saudáveis de vida activa, a doenças cardiovasculares, osteoporose, diabetes, e outras, comprometendo a qualidade de vida adulta. Referem-se como causas o aumento de hábitos de vida sedentária no dia-a-dia das crianças, nomeadamente no que se refere ao aumento das horas lectivas na escola (a grande maioria das crianças passa diariamente 5 a 7 horas nos bancos da escola) e à ocupação dos tempos livres com actividades tais como a televisão, os jogos vídeos e os computadores. O Jogo lúdico ao ar livre ou a prática desportiva, são cada vez mais, uma excepção, essencialmente nas grandes cidades e seus arredores. Reforçam-se os benefícios da prática da EEFM nas crianças2, não só relativamente ao desenvolvimento físico e motor, mas também na promoção de uma expectativa e imagem positiva face à escola, conducente ao sucesso educativo. Assume-se que a ausência desta área disciplinar compromete o desenvolvimento completo das crianças, bem como a promoção de uma dimensão cultural que lhes proporcione no futuro uma vida saudável e equilibrada. Com o aparecimento dos novos Programas, algumas entidades profissionais e públicas, preocupadas com o tema, (re)investem na implementação de modelos de intervenção directa nas escolas do 1° CEB, com o objectivo de criar condições favoráveis à existência de E. E. F.M, com carácter regular e sistemático, ocupando o lugar desejável na formação das crianças. |
publishDate |
1999 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1999-12-01T00:00:00Z 2015-04-13T13:26:01Z 2015-04-13 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10174/14060 http://hdl.handle.net/10174/14060 |
url |
http://hdl.handle.net/10174/14060 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
dep pedagogia nd 670 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Évora |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Évora |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799136552554594304 |