Oportunidades de estimulação motora no ambiente familiar de crianças dos 18 aos 42 meses

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Bernardo Manuel Gaspar Marreiros de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12207/5865
Resumo: Enquadramento: O desenvolvimento infantil está estabelecido como um processo multifacetado influenciado por diversos fatores, incluindo o fator ambiental (Zago et al., 2017). Deste modo, o ambiente em que a criança está inserida, bem como as oportunidades motoras oferecidas são tidas como essenciais para o desenvolvimento motor (Bhering, & Sarkis, 2009). Numa perspetiva de modelo bioecológico, em que o desenvolvimento da criança reporta para a combinação de múltiplas variáveis, nomeadamente, processo proximal, características individuais, contexto imediato em que vive, entre outras, Bronfenbrenner (2011) defende como principais microssistemas das crianças os ambientes familiares e escolares (Bhering, & Sarkis, 2009; Bronfenbrenner, 2011). Neste sentido, a compreensão entre o ambiente familiar e as possibilidades de estimulação em crianças poderá ser pertinente como potencial contributo no que respeita o desenvolvimento infantil. Assim, o objetivo desta dissertação foi caracterizar as oportunidades de estimulação motora no ambiente familiar de crianças com idade entre os 18 e 42 meses e a sua relação com as condições sociodemográficas das famílias. Metodologia: O instrumento selecionado para o presente estudo, de acordo com a metodologia quantitativa e transversal foi o questionário. Para avaliar o ambiente de estimulação motora das casas e as oportunidades para o desenvolvimento motor das crianças foi utilizado o questionário “Affordances in the Home Enviroment for Motor Development (versão portuguesa) - AHEMD - 18-42 meses” (Rodrigues et al., 2005). Participaram no estudo, Pais e encarregados de educação de sessenta e três crianças dos 18 aos 42 meses, (M=16.40 ± 7.7 meses). Como critérios de inclusão foram considerados: idade; concordância em participar do estudo; disponibilização de consentimento informado assinado. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), Portugal. Para cumprir os procedimentos éticos da Declaração de Helsínquia, foi obtido consentimento informado assinado pelos respetivos pais/encarregados de educação. Todas as análises estatísticas foram obtidas através do software IBM SPSS 26.0, com o nível de significância definido para 0,05. Realizaram-se teste de Qui-quadrado, correlações de Pearson. Resultados: O presente estudo demonstrou que as habilitações académicas superiores da mãe estão associadas ao desenvolvimento de motricidade fina e motricidade grossa. Mais, tanto oportunidades do espaço exterior, bem como fracas oportunidades em desenvolver motricidade grossa estão associadas a rendimentos mensais mais baixos. Os dados revelam que as famílias com menor rendimento reportam maior percentagem (30,2%) de oportunidades de estimulação motora para o item espaço exterior do que as famílias com rendimentos mais elevados (23,8%) mas, também manifestam, talvez por não terem possibilidade de compra (p.e. de brinquedos e materiais), baixas oportunidades em desenvolver motricidade grossa (38.1%). Conclusões: O período dos 18 aos 42 meses é essencial no desenvolvimento motor e o contexto familiar interfere na variedade de estimulação oferecidas. O estudo sugere que as oportunidades de estimulação motora parecem estar relacionadas com o rendimento mensal da família bem como com as habilitações académicas da mãe; revelando que famílias com maior rendimento mensal e com habilitações superiores (mãe) não consideram tão positivas as oportunidades de estimulação do contexto exterior quando comparadas com as outras famílias. No futuro, com o intuito de identificar recomendações para o aumento da literacia física e de criarmos espaços desafiantes, com affordances diversificadas é fundamental a identificação de critérios-chave para ambientes exteriores (parques infantis, rotas seguras, entre outros) com elevado valor lúdico e amigos das crianças (child-friendliness) e das suas famílias.
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