Disrupção escolar e rendimento académico em alunos do 3º ciclo e a sua interacção com o autoconceito: um olhar sobre a eficácia negocial de conflitos na adolescência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10284/5363 |
Resumo: | Sendo a adolescência caracterizada como uma etapa crítica, dominada, de um modo geral, por problemas de identidade, impacto social, impulsos e ideais emergentes, tem sido fonte de estudo nas mais diversas áreas das ciências sociais. Desde que Stanley Hall identificou o período da adolescência como um marco assente em conturbações vinculadas à emergência da sexualidade, algumas abordagens psicanalistas, reforçaram a conceção de uma etapa de confusão e stress causados por impulsos que surgem nesta fase do desenvolvimento. Ocorrendo num momento de conflito, entre fantasias e identificações de infância, no confronto com a realidade, o adolescente depara-se com escolhas, muitas vezes difíceis, de transição, de mudanças e de adaptação, quando deixa para trás o mundo infantil para entrar na vida adulta. Neste trabalho analisaremos o autoconceito na adolescência tendo por base o suposto de que a compreensão do mesmo pode facilitar a promoção de outras dimensões da personalidade, bem como o rendimento académico e a disrupção escolar percebida. Com base neste quadro conceptual, confrontamos os dados recolhidos com a eficácia negocial de conflitos na escola. Face aos desafios do dia-a-dia, a escola apresentase como uma estrutura essencial na aprendizagem de vivências, incluindo a forma como são geridos os conflitos interpessoais, permitindo enfrentar de forma construtiva dificuldades nos mais diversos domínios da sua existência. Para tal, recorremos a uma amostra constituída por 181 alunos, com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, a frequentar o 3º ciclo na Escola Secundária 2/3 de Águas Santas, na cidade da Maia, no ano letivo de 2014/2015. Como instrumentos, foi utilizado o QCDP para avaliar os Comportamentos Disruptivos Percebidos (Veiga, 2010-2013); o QENCE para avaliar a Eficácia Negocial de Conflitos na Escola (Paiva, Cunha & Lourenço, 2011) e a Escala de autoconceito e de autoestima (Peixoto & Almeida, 2003). Para a recolha de dados sociodemográficos adaptou-se a Ficha de Dados Pessoais e Escolares (FDPE). De acordo com os resultados obtidos verificou-se que o comportamento disruptivo dos alunos é diferente entre o género masculino e o género feminino. No entanto, no que se refere à eficácia negocial de conflitos, observam-se diferenças neste grupo, sendo que, em todas as dimensões, esta é superior no sexo feminino do que no sexo masculino. Relativamente aos comportamentos disruptivos percebidos, observou-se que quanto mais elevada é a idade maior é a perceção de transgressão de regras. Por comparação, a idade não parece ter qualquer relação com a eficácia negocial dos conflitos na escola. Os resultados apresentados indicam uma relação positiva entre o autoconceito e a eficácia negocial de conflitos na escola, assim como, um maior autoconceito nos alunos que desejam terminar um curso superior. Por último verificou-se que o número de reprovações dos alunos tem relação com o autoconceito. Sendo que, o autoconceito é significativamente superior nos alunos sem reprovações comparativamente aos alunos com reprovações. |
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Disrupção escolar e rendimento académico em alunos do 3º ciclo e a sua interacção com o autoconceito: um olhar sobre a eficácia negocial de conflitos na adolescênciaAdolescênciaRendimento escolarDisrupçãoEficácia NegocialAutoconceitoAdolescenceAcademic achievementDisruptionNegotiation effectivenessSelf-conceptDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaSendo a adolescência caracterizada como uma etapa crítica, dominada, de um modo geral, por problemas de identidade, impacto social, impulsos e ideais emergentes, tem sido fonte de estudo nas mais diversas áreas das ciências sociais. Desde que Stanley Hall identificou o período da adolescência como um marco assente em conturbações vinculadas à emergência da sexualidade, algumas abordagens psicanalistas, reforçaram a conceção de uma etapa de confusão e stress causados por impulsos que surgem nesta fase do desenvolvimento. Ocorrendo num momento de conflito, entre fantasias e identificações de infância, no confronto com a realidade, o adolescente depara-se com escolhas, muitas vezes difíceis, de transição, de mudanças e de adaptação, quando deixa para trás o mundo infantil para entrar na vida adulta. Neste trabalho analisaremos o autoconceito na adolescência tendo por base o suposto de que a compreensão do mesmo pode facilitar a promoção de outras dimensões da personalidade, bem como o rendimento académico e a disrupção escolar percebida. Com base neste quadro conceptual, confrontamos os dados recolhidos com a eficácia negocial de conflitos na escola. Face aos desafios do dia-a-dia, a escola apresentase como uma estrutura essencial na aprendizagem de vivências, incluindo a forma como são geridos os conflitos interpessoais, permitindo enfrentar de forma construtiva dificuldades nos mais diversos domínios da sua existência. Para tal, recorremos a uma amostra constituída por 181 alunos, com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, a frequentar o 3º ciclo na Escola Secundária 2/3 de Águas Santas, na cidade da Maia, no ano letivo de 2014/2015. Como instrumentos, foi utilizado o QCDP para avaliar os Comportamentos Disruptivos Percebidos (Veiga, 2010-2013); o QENCE para avaliar a Eficácia Negocial de Conflitos na Escola (Paiva, Cunha & Lourenço, 2011) e a Escala de autoconceito e de autoestima (Peixoto & Almeida, 2003). Para a recolha de dados sociodemográficos adaptou-se a Ficha de Dados Pessoais e Escolares (FDPE). De acordo com os resultados obtidos verificou-se que o comportamento disruptivo dos alunos é diferente entre o género masculino e o género feminino. No entanto, no que se refere à eficácia negocial de conflitos, observam-se diferenças neste grupo, sendo que, em todas as dimensões, esta é superior no sexo feminino do que no sexo masculino. Relativamente aos comportamentos disruptivos percebidos, observou-se que quanto mais elevada é a idade maior é a perceção de transgressão de regras. Por comparação, a idade não parece ter qualquer relação com a eficácia negocial dos conflitos na escola. Os resultados apresentados indicam uma relação positiva entre o autoconceito e a eficácia negocial de conflitos na escola, assim como, um maior autoconceito nos alunos que desejam terminar um curso superior. Por último verificou-se que o número de reprovações dos alunos tem relação com o autoconceito. Sendo que, o autoconceito é significativamente superior nos alunos sem reprovações comparativamente aos alunos com reprovações.Adolescence is characterized as a critical stage in life, dominated by identity and social impact issues, emerging impulses and ideals. It has been a source of study in several areas of the social sciences. Since Stanley Hall acknowledged this period as a milestone based on alterations relating to the emergence of sexuality, some psychoanalytic approaches reinforced their idea of a period of confusion and stress caused by the impulses that arise at this stage of development. During this period of conflict, in between fantasy and childhood identification, when faced with reality, teenagers often encounter difficult choices of transition, change and adaptation, as they leave behind their children's world to join adulthood. In this study, we will analyze the self-concept in adolescence based on the assumption that its understanding can facilitate the promotion of other dimensions of personality, as well as of the academic achievement and of the perceived school disruption. Taking this conceptual framework into account, our study relates the data collected with the conflict’s negotiation effectiveness at school. Facing everyday life’s challenges, school presents itself as an essential structure in learning experiences, including in the way interpersonal conflicts are managed, by enabling teenagers to cope, constructively, with difficulties in a wide range of spheres. For this purpose, we collected a sample of 181 students aged between 12 and 16, attending the 3rd cycle Secondary School 2/3 Águas Santas, in Maia city, during the academic year of 2014/2015. The instruments used included the QCDP, to assess Disruptive Perceived Behaviour (Veiga, 2010-2013); QENCE, to assess Conflict’s Negotiation Effectiveness at School (Paiva, Cunha & Lawrence, 2011); and the Self-concept and Self-esteem Scale (Peixoto & Almeida, 2003). For demographic data we adapted the Personal Data Sheet and School (FDPE). According to the results obtained, disruptive behaviour is different in male and in female gender. Concerning conflict’s negotiation effectiveness, the differences observed, in all dimensions, revealed it to be higher in females than in males. As for perceived disruptive behaviour, we found that the older they are, the greater is the perception of rule transgression. By comparison, age does not seem to have any relation with conflict’s negotiation effectiveness at school. The results indicate a positive relation between self-concept and conflict’s negotiating effectiveness at school, as well as a higher self-concept in those students who wish to finish college. Finally, we found that the number of failures is related to the students’ self-concept. Therefore, we found self-concept to be significantly higher in students without failures.Ramalho, JoaquimRepositório Institucional da Universidade Fernando PessoaSilva, Maria Elisabete Vieira da2016-04-18T14:45:43Z2016-01-292016-04-04T00:00:00Z2016-04-04T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10284/5363201121620porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-06T02:04:42Zoai:bdigital.ufp.pt:10284/5363Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:42:13.469215Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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