Síndrome cardiorenal: diagnóstico e terapêuticas atuais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/1359 |
Resumo: | A Síndrome Cardiorenal (SCR) define-se como uma condição fisiopatológica com coexistência de disfunção cardíaca e de disfunção renal, na qual a falência aguda ou crónica de um dos órgãos precipita a falência aguda ou crónica do outro. Atualmente é subclassificada em 5 tipos: O tipo 1 envolve a doença renal aguda causada por uma disfunção cardíaca aguda, enquanto o tipo 2 apresenta doença renal crónica progressiva e secundária a disfunção cardíaca crónica. O tipo 3 refere-se a disfunção cardíaca aguda precipitada por falência renal aguda; no tipo 4 a disfunção cardíaca é crónica e secundária a doença crónica renal. O tipo 5 implica disfunção cardíaca e disfunção renal, ambas secundárias a patologia sistémica. As implicações desta síndrome possuem grande relevância na prática clínica. A sua fisiopatologia ainda não se encontra perfeitamente definida, mas verifica-se um aumento na prevalência da SCR, quer pelo aumento na esperança média de vida e incremento do grau de morbilidade basal, quer pelo aumento da sobrevida dos doentes com disfunção cardíaca e/ou renal. Assiste-se, assim, a uma necessidade crescente no diagnóstico precoce desta síndrome e a um aumento significativo dos recursos necessários para o seu tratamento. A creatinina e a ureia séricas são duas das mensurações mais requisitadas na prática clínica, no intuito de sinalizar uma lesão renal. No entanto, não permitem um diagnóstico precoce, o que dificulta e atrasa uma intervenção terapêutica urgente. Nos últimos anos, foram identificados biomarcadores com sensibilidade suficiente para identificar a lesão renal numa fase inicial (NGAL, Cistatina C, KIM-1, Interleucina 18). Alguns começam a ser utilizados na prática clínica; outros permanecem em fase de estudo, com caráter auspicioso. Na disfunção cardíaca, os biomarcadores tradicionais, Péptidos Natriuréticos e Troponinas (sinalizadores de insuficiência e isquemia cardíaca, respetivamente), permanecem essenciais. As técnicas de imagem complementam o estudo, providenciando uma valiosa informação das lesões estruturais implicadas na SCR. A terapêutica do paciente com SCR é complexa; não é, de forma alguma, universal ou consensual. No entanto, através das guidelines e dos estudos atualmente disponíveis, é possível esquematizar tratamentos individualizados e fornecer terapêuticas com segurança e benefício clínico comprovado. Novas estratégias para o tratamento da SCR encontram-se em fase experimental, embora a maioria tenha tanto de promissor como de controverso. |
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Síndrome cardiorenal: diagnóstico e terapêuticas atuaisSíndrome cardiorenal - TratamentoInsuficiência renal - TratamentoInsuficiência cardíaca - TratamentoLesão cardíaca - Diagnóstico - BiomarcadoresLesão renal - Diagnóstico - BiomarcadoresA Síndrome Cardiorenal (SCR) define-se como uma condição fisiopatológica com coexistência de disfunção cardíaca e de disfunção renal, na qual a falência aguda ou crónica de um dos órgãos precipita a falência aguda ou crónica do outro. Atualmente é subclassificada em 5 tipos: O tipo 1 envolve a doença renal aguda causada por uma disfunção cardíaca aguda, enquanto o tipo 2 apresenta doença renal crónica progressiva e secundária a disfunção cardíaca crónica. O tipo 3 refere-se a disfunção cardíaca aguda precipitada por falência renal aguda; no tipo 4 a disfunção cardíaca é crónica e secundária a doença crónica renal. O tipo 5 implica disfunção cardíaca e disfunção renal, ambas secundárias a patologia sistémica. As implicações desta síndrome possuem grande relevância na prática clínica. A sua fisiopatologia ainda não se encontra perfeitamente definida, mas verifica-se um aumento na prevalência da SCR, quer pelo aumento na esperança média de vida e incremento do grau de morbilidade basal, quer pelo aumento da sobrevida dos doentes com disfunção cardíaca e/ou renal. Assiste-se, assim, a uma necessidade crescente no diagnóstico precoce desta síndrome e a um aumento significativo dos recursos necessários para o seu tratamento. A creatinina e a ureia séricas são duas das mensurações mais requisitadas na prática clínica, no intuito de sinalizar uma lesão renal. No entanto, não permitem um diagnóstico precoce, o que dificulta e atrasa uma intervenção terapêutica urgente. Nos últimos anos, foram identificados biomarcadores com sensibilidade suficiente para identificar a lesão renal numa fase inicial (NGAL, Cistatina C, KIM-1, Interleucina 18). Alguns começam a ser utilizados na prática clínica; outros permanecem em fase de estudo, com caráter auspicioso. Na disfunção cardíaca, os biomarcadores tradicionais, Péptidos Natriuréticos e Troponinas (sinalizadores de insuficiência e isquemia cardíaca, respetivamente), permanecem essenciais. As técnicas de imagem complementam o estudo, providenciando uma valiosa informação das lesões estruturais implicadas na SCR. A terapêutica do paciente com SCR é complexa; não é, de forma alguma, universal ou consensual. No entanto, através das guidelines e dos estudos atualmente disponíveis, é possível esquematizar tratamentos individualizados e fornecer terapêuticas com segurança e benefício clínico comprovado. Novas estratégias para o tratamento da SCR encontram-se em fase experimental, embora a maioria tenha tanto de promissor como de controverso.The Cardiorenal Syndrome (SCR) is defined as a pathophysiological condition with the coexistence of cardiac dysfunction and renal dysfunction, where an acute or chronic failure of an organ precipitates the acute or chronic failure of the other. It is currently subclassified into 5 types: The first type involves acute renal disease caused by acute cardiac dysfunction, whereas type 2 is progressive chronic renal failure secondary to chronic cardiac dysfunction. Type 3 refers to acute cardiac dysfunction precipitated by acute renal failure; in type 4, the cardiac dysfunction is chronic and secondary to chronic renal disease. The type 5 implies cardiac dysfunction and renal dysfunction, both secondary to systemic pathology. The implications of this syndrome have great relevance in clinical practice. The pathophysiology is not yet fully defined, but there has been an increasing prevalence of SCR, due to the increase in life expectancy and increment in the degree of basal morbidity, and due to the increased survival of patients with severe cardiac and/or kidney dysfunction. There is, thus, a growing need for early diagnosis of this syndrome and a significant increase of resources required for their treatment. Serum creatinine and urea are two of the most requested serum biomarkers for detecting kidney injury. However, they do not allow an early diagnosis, which complicates and slows urgent therapeutic intervention. Over the last few years, biomarkers with sufficient sensitivity to identify at an early stage renal injury (NGAL, Cystatin C, KIM-1, Interleukin 18) were identified. Some are now beginning to be used, while others remain under study, with an auspicious character. In cardiac dysfunction, traditional biomarkers, Natriuretic Peptides and Troponins (indicating cardiac failure and ischemia, respectively) remain essential. Imaging techniques complement the study, providing valuable information on the structural lesions implicated in SCR. The therapeutic management of patients with SCR is complex; it is not, in any way, universal or consensual. However, through the guidelines and studies currently available, it is possible to lay out individualized treatments and provide therapies with proven clinical benefit and safety. New strategies for the treatment of SCR are in the experimental stage, although most are both, promising and controversial.Universidade da Beira InteriorGarrido, JesusMendes, Telma Maria de Fátima Correia SousauBibliorumSilva, Andreia Raquel Dias da2013-09-30T15:34:34Z2013-052013-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1359porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:56Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1359Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:13.079882Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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