Carapinteiros e calafates da Ribeira das Naus : um olhar sobre Lisboa de quinhentos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1994 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.5/26866 |
Resumo: | A construção naval constitui um dos sectores em que mais cedo foi reconhecível uma dimensão capitalista na indústria, tendo aí um papel propulsionador. A escala atingida por este tipo de unidades económicas diferencia-as das demais existentes, quer do mesmo sector, mas não tuteladas pelo Estado, quer de outros sectores menos exigentes em bens intermédios e em mão-de-obra. Se aqui residem alguns dos seus componentes de vanguarda, já os meios accionados para vincular a mão-de-obra ilustram um dos seus aspectos menos inovadores. É que, para além da dimensão, a «modernidade» do estaleiro da Ribeira das Naus descortina-se nas preocupações colocadas numa gestão poupadora de custos, onde o tempo de produção e de amortização dos capitais é tido como um factor a não ignorar, interferindo nas opções dos agentes do monarca responsáveis pelo andamento das obras; preocupações que presidiram à escolha, ora pelas empreitadas ora pela administração directa. A vulgarização das querenas no conserto do casco deu-se em nome de uma alegada poupança de custos, identificando -se celeridade no trabalho com esse objectivo. Na gestão destas «empresas do Estado» o tempo não era uma mercadoria negligenciada; em contabilizado e, efectivamente, «tratado como mercadoria precisa, economizada, poupadas». Tais aspectos, surpreendentes na sua modernidade, justapõe-se a outras componentes de feições arcaizantes que não permitem reconhecer nestas unidades económicas a totalidade das características que permitiria apelidá-las de capitalistas. |
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