Unidade e diversidade na Lusofonia - ensino do português no estrangeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Areias, Laura
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/28928
Resumo: Com a (minha) metáfora sobre a abrangência da língua, pretendo levar o público estudantil a “aceitar” que todos os povos banhados por este “rio”, a língua portuguesa, [que corre nas veias de cada povo] têm o direito a beber da sua água, da nascente (o português no espaço e no tempo) até a foz. Consequentemente, cada povo “cozinhará” a sua cultura de diferentes maneiras consoante os “temperos”, os solos, o clima, a religião, etc. Procura-se assim contrariar o preconceito de que há um Português de primeira, segunda ou terceira classes, fundado na ignorância e no parco conhecimento das manifestações artísticas, por ex., desses povos que muito tempo levaram a penetrar em Portugal. A experiência da docência no estrangeiro, além de necessária, é um momento privilegiado para consolidar uma correta visão da extensão e variedade do mundo da lusofonia. Se, durante muitos anos, os manuais abrangiam apenas a língua e a cultura do português europeu, é mais que tempo de alargar fronteiras, e o Leitor preparado e experimentado, que não se poupe a esforços, pode proceder a uma seleção de textos-de-autor para as leituras da aula ou leituras aconselhadas. A primazia destes, lidos, vistos e ouvidos (crônicas, contos, fi lmes, peças de teatro, trechos de novelas televisivas) sobre os diálogos criados ad-hoc, obstam à artifi cialidade coagida pela abordagem de tópicos gramaticais a ensinar. Mas, dosado em dificuldade, essse material torna-se muito mais aliciante e proporciona ao aluno a apreensão da identidade muito própria de cada nação ou espalhada por “ilhas” de comunidades antigas e jovens, espraiadas pelos cinco continentes. A presença da cultura do outro na sala de aula mostra o diferente e promove o seu respeito. O humor, que pode ser um fator de seleção, mostra também uma faceta identitária muito própria. Ensinar é formar: o exemplo contém o propósito de, ao ser assimilado, ser também regorgitado e praticado.
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