Pedagogia imagem-voz : o espaço interior no ensino técnico do canto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Henriques, João Miguel Esgalhado
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/15066
Resumo: A Pedagogia Imagem-Voz apresenta-se, nesta dissertação, como proposta de um modelo de ensino e aprendizagem técnico-vocal, no canto, a partir da exploração criativa do espaço interior (Gil, 1993). Ela ancora-se no principio de que a voz é o resultado, sonoramente manifestado, da intenção ativa dos mecanismos da interioridade (cognitivos, perceptivos, volitivos, introspetivos, etc.), num jogo interior de contaminações com as representações, adquiridas e memorizadas, do mundo exterior. Propõe-se a fundação dum sistema de ensino técnico-vocal integrado com vista a estabelecer, no aluno, um estado de ânimo interior de criação (Stanislavsky, 2003), através da prática pedagógica de simulação de imagens mentais. Defende-se, com base na literatura, que este estado criador imagético interior, dá início a um circuito de contaminações sucessivas na emoção, corpo-face, respiração e trato vocal, cuja expressão se tornará audível na exploração técnica do gesto vocal – concretizado no tradicional vocalizo – de modo a criar um condicionamento imagético-emocional cognitivamente incorporado na voz, posteriormente aplicável à interpretação do repertório do Canto. Este circuito de contaminações ancora-se em cinco estados distintos dentro do objeto metodológico da proposta – o Quadro Imagem-Voz: o estado imagético, emocional, corporal-facial, respiratório e vocal, etapas marcadas, constituintes e autónomas do trabalho pedagógico, naquilo que se designa por circuito direto. Este circuito pode ser invertido – partindo do gesto vocal para a imagem mental, já estabelecida no circuito direto – de modo a permitir o trabalho aprofundado sobre a fisiologia e o controlo vocal, e ainda, efetuar-se em micro-circuitos, que possibilitarão uma abordagem pedagógica técnico-vocal mais detalhada e específica entre dois ou três dos estados constituintes do Quadro Imagem-Voz. Tentou demonstrar-se que a metodologia proposta pode trazer ao professor de canto, e ao aluno, novas possibilidades criativas de encarar o ensino, a aprendizagem e a relação pedagógica, com enfoque no papel autoral de estratégias pedagógicas diferenciadas do professor, de modo a que Imagem-Voz, para além de uma metodologia pedagógica em circuitos, se constitua como conceito central, definidor da capacidade criadora de sentido vocal, expressivo e original, no aluno.
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