Entorse lateral do tornozelo: capacidade diagnóstica do exame objectivo e exames imagiológicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinto,Francisco RL Guerra
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Côrte-Real,Nuno, Consciência,José A. Guimarães
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222016000100005
Resumo: Introdução: A instabilidade lateral aguda (entorse) do tornozelo é uma das patologias músculo-esqueléticas mais frequentes. Um traumatismo em supinação pode causar, entre outras lesões, uma rotura dos ligamentos laterais do tornozelo. O ligamento peroneo-astragalino anterior (LPAA) é o mais fraco e o primeiro a romper. O diagnóstico desta rotura tem interesse prognóstico na medida em que um terço destes doentes referem algum tipo de limitações no seguimento a longo prazo. Material e Métodos: Neste artigo de revisão narrativa indicamos qual a evidência mais relevante no exame objectivo e imagiológico de doentes com rotura do LPAA. Resultados: Na avaliação clínica tem interesse a identificação de edema, hematoma, dor sobre o LPAA e presença de gaveta anterior. O edema com um aumento de perímetro superior a 4 com tem um valor preditivo positivo e sensibilidade importantes. A presença de hematoma sobre o complexo ligamentar lateral sugere uma rotura ligamentar, enquanto que a ausência de dor à palpação da sua inserção praticamente a exclui. O teste da gaveta anterior, um teste de estabilidade, é controverso mas pode ser útil se realizado 4 a 7 dias após o entorse. Os exames de imagem com utilidade incluem a radiografia simples (se houver suspeita de fractura), a ecografia e a ressonância magnética. A ecografia tem uma boa relação custo-benefício e é um exame de primeira linha para confirmar o diagnóstico. Pode ainda detectar derrame articular, sinal indirecto de outras lesões intra-articulares. A ressonância magnética nuclear deve ser usada em doentes com um entorse grave com evidência clínica ou radiológica de outras lesões para além da rotura dos ligamentos laterais do tornozelo. Conclusão: A presença de edema, hematoma e gaveta anterior podem ajudar a reconhecer os doentes com entorse grave (em quem ocorre rotura ligamentar) e em quem se justifica realizar uma ecografia ou outros auxiliares de diagnóstico.
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