Reflexos criminais das experiências traumáticas na infância
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/14759 |
Resumo: | Estudos demonstram que nascemos com uma predisposição para o desenvolvimento de certos traços psicológicos, pois a nossa personalidade assenta numa tríade de factores biológicos, socioculturais e psicológicos. Tal predisposição poderá ser alterada ou intensificada pela presença de abusos na infância. Investigadores apontam que as experiências traumáticas na infância, nomeadamente abusos físicos, sexuais, psicológicos/emocionais e negligência, contribuem para o desenvolvimento de certos traços e perturbações de personalidade, uma das causas de inúmeros comportamentos desviantes. Uma das perturbações de personalidade que pode ser desenvolvida como consequência dos abusos na infância é a perturbação anti-social, presente na Psicopatia. Neste estudo distinguem-se dois tipos de psicopatas, o “perigoso” e o “bem sucedido”, diferenciados pela gravidade do crime que cometem. O presente estudo tem como objectivo explorar a associação e influência da história de experiências traumáticas na infância sobre as características de personalidade e comportamento criminal, especificando se existem diferenças no tipo de crime cometido em função do tipo de abuso infantil vivenciado e traços de personalidade; e se os traços de personalidade e experiências traumáticas influenciam a relação entre psicopatia e gravidade do crime cometido. A amostra foi constituída por 102 sujeitos do sexo masculino com idades compreendidas entre os 17 e os 85 anos (M=37.62; DP=14.63), dos quais 50 apresentam um historial criminal e de abuso. Os resultados mostraram que não existem diferenças significativas entre o tipo de abuso experienciado na infância e a existência ou não de violência nos crimes perpetuados na idade adulta, e que pessoas que foram negligenciadas na infância, têm uma maior incidência de crimes de roubo e tráfico de estupefacientes na idade adulta, quando comparadas com pessoas que não foram negligenciadas. Indicaram também que não existe qualquer relação entre a presença de Psicopatia e a gravidade do crime cometido, bem como nenhum efeito preditivo dos traços de personalidade nem nenhum efeito moderador das experiências traumáticas nesta relação. Concluiu-se igualmente que as pessoas que praticam crimes com violência, pontuam mais alto nos traços Depressão, Psicastenia e Esquizofrenia do que as pessoas que praticam crimes sem violência, e quando isso acontece, aumenta a presença de Psicopatia. |
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Reflexos criminais das experiências traumáticas na infânciaPsicologia forensePsicologia do comportamentoAbuso de menoresProtecção à infânciaTrauma emocionalEstratégias de adaptação emocionalPsicopatiaEstudos demonstram que nascemos com uma predisposição para o desenvolvimento de certos traços psicológicos, pois a nossa personalidade assenta numa tríade de factores biológicos, socioculturais e psicológicos. Tal predisposição poderá ser alterada ou intensificada pela presença de abusos na infância. Investigadores apontam que as experiências traumáticas na infância, nomeadamente abusos físicos, sexuais, psicológicos/emocionais e negligência, contribuem para o desenvolvimento de certos traços e perturbações de personalidade, uma das causas de inúmeros comportamentos desviantes. Uma das perturbações de personalidade que pode ser desenvolvida como consequência dos abusos na infância é a perturbação anti-social, presente na Psicopatia. Neste estudo distinguem-se dois tipos de psicopatas, o “perigoso” e o “bem sucedido”, diferenciados pela gravidade do crime que cometem. O presente estudo tem como objectivo explorar a associação e influência da história de experiências traumáticas na infância sobre as características de personalidade e comportamento criminal, especificando se existem diferenças no tipo de crime cometido em função do tipo de abuso infantil vivenciado e traços de personalidade; e se os traços de personalidade e experiências traumáticas influenciam a relação entre psicopatia e gravidade do crime cometido. A amostra foi constituída por 102 sujeitos do sexo masculino com idades compreendidas entre os 17 e os 85 anos (M=37.62; DP=14.63), dos quais 50 apresentam um historial criminal e de abuso. Os resultados mostraram que não existem diferenças significativas entre o tipo de abuso experienciado na infância e a existência ou não de violência nos crimes perpetuados na idade adulta, e que pessoas que foram negligenciadas na infância, têm uma maior incidência de crimes de roubo e tráfico de estupefacientes na idade adulta, quando comparadas com pessoas que não foram negligenciadas. Indicaram também que não existe qualquer relação entre a presença de Psicopatia e a gravidade do crime cometido, bem como nenhum efeito preditivo dos traços de personalidade nem nenhum efeito moderador das experiências traumáticas nesta relação. Concluiu-se igualmente que as pessoas que praticam crimes com violência, pontuam mais alto nos traços Depressão, Psicastenia e Esquizofrenia do que as pessoas que praticam crimes sem violência, e quando isso acontece, aumenta a presença de Psicopatia.Studies show that we are born with a predisposition to develop certain psychological traits, because our personality is based on a triad of biological, psychological and sociocultural factors. Such disposition may be altered or enhanced by the presence of childhood abuse. Researchers suggest that traumatic experiences in childhood, including physical abuse, sexual abuse, psychological/emotional abuse and neglect, contribue to the development of certain traits and personality disorders, a cause of numerous deviant behavior. One of the personality disorders that may develop as a consequence of childhood abuse is anti-social disorder, present in psychopathy. In this study we distinguish two types of psychopaths, the "dangerous ones" and the "successful ones", differentiated by the severity of the crimes they commit. This study aims to explore the influence and association of traumatic childhood experiences history on personality characteristics and criminal behavior, namely, whether there are differences in the type of crime committed based on the type of child abuse and personality traits; and if personality traits and traumatic experiences influence the relationship between psychopathy and severity of the crime committed. The sample consisted of 102 male subjects aged 17 to 85 years (M = 37.62, SD = 14.63), of which 50 have a criminal and abuse history. The results showed no significant differences between the type of abuse experienced in childhood and the presence of violence on the crimes perpetrated in adulthood; and that people who were neglected in childhood, have a higher incidence of theft crimes and drug trafficking in adulthood, compared with people who were not neglected. Also indicated that there is no relationship between the presence of psychopathy and the seriousness of the crime committed, and no predictive effect of personality traits in this regrard, as well no moderating effect of traumatic experiences. It was also concluded that people who commit crimes with violence, score higher on traits Depression, Schizophrenia and Psychasthenia than the people who commit crimes without violence, and when that happens, the presence of psychopathy increases.Universidade de Aveiro2015-10-22T10:41:53Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/14759TID:201585200porMartins, Maria Luís Costainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:27:03Zoai:ria.ua.pt:10773/14759Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:50:16.340805Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Estudos demonstram que nascemos com uma predisposição para o desenvolvimento de certos traços psicológicos, pois a nossa personalidade assenta numa tríade de factores biológicos, socioculturais e psicológicos. Tal predisposição poderá ser alterada ou intensificada pela presença de abusos na infância. Investigadores apontam que as experiências traumáticas na infância, nomeadamente abusos físicos, sexuais, psicológicos/emocionais e negligência, contribuem para o desenvolvimento de certos traços e perturbações de personalidade, uma das causas de inúmeros comportamentos desviantes. Uma das perturbações de personalidade que pode ser desenvolvida como consequência dos abusos na infância é a perturbação anti-social, presente na Psicopatia. Neste estudo distinguem-se dois tipos de psicopatas, o “perigoso” e o “bem sucedido”, diferenciados pela gravidade do crime que cometem. O presente estudo tem como objectivo explorar a associação e influência da história de experiências traumáticas na infância sobre as características de personalidade e comportamento criminal, especificando se existem diferenças no tipo de crime cometido em função do tipo de abuso infantil vivenciado e traços de personalidade; e se os traços de personalidade e experiências traumáticas influenciam a relação entre psicopatia e gravidade do crime cometido. A amostra foi constituída por 102 sujeitos do sexo masculino com idades compreendidas entre os 17 e os 85 anos (M=37.62; DP=14.63), dos quais 50 apresentam um historial criminal e de abuso. Os resultados mostraram que não existem diferenças significativas entre o tipo de abuso experienciado na infância e a existência ou não de violência nos crimes perpetuados na idade adulta, e que pessoas que foram negligenciadas na infância, têm uma maior incidência de crimes de roubo e tráfico de estupefacientes na idade adulta, quando comparadas com pessoas que não foram negligenciadas. Indicaram também que não existe qualquer relação entre a presença de Psicopatia e a gravidade do crime cometido, bem como nenhum efeito preditivo dos traços de personalidade nem nenhum efeito moderador das experiências traumáticas nesta relação. Concluiu-se igualmente que as pessoas que praticam crimes com violência, pontuam mais alto nos traços Depressão, Psicastenia e Esquizofrenia do que as pessoas que praticam crimes sem violência, e quando isso acontece, aumenta a presença de Psicopatia. |
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