Corpo, música e invisualidade: interacção e sincronia na música de conjunto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carrolo, Ana José Pinto
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/1217
Resumo: A etnomusicologia e os estudos em performance têm abordado amplamente questões relacionadas com a comunicação não verbal, nomeadamente o que se refere ao papel da informação visual na percepção e compreensão de expressões faciais e dos gestos que enfatizam e ilustram intenções expressivas que regulam a interacção entre músicos. No contexto de um ensemble, a informação visual pode assumir ainda maior relevância, servindo aos músicos para, através do olhar, obter sincronização de movimentos. Neste caso, os músicos utilizam sinais visuais convencionados por um código visual, como condição para um bom entendimento e integração dentro do grupo. Nesta investigação procurou-se estudar situações que articulassem performers normovisuais e invisuais, procurando conhecer os factores que influenciam a interacção na música de conjunto, tendo sido formulada a seguinte questão: quais as estratégias concebidas para uma interacção e sincronia eficiente desenvolvidas pelos músicos quando confrontados com a incapacidade visual de um dos membros do grupo? Através da realização de entrevistas, foram investigados os comportamentos de quatro músicos invisuais na prática de música de conjunto ao longo da sua vida e de seis músicos normovisuais que participam com estes como membros, em três formações musicais distintas e que se enquadram respectivamente no género coral e instrumental, duo a quatro mãos e banda de jazz. Pela análise e comparação das respostas dos músicos invisuais e dos músicos normovisuais, verificou-se a existência de uma estratégia alternativa de interacção baseada na respiração. Uma estratégia adoptada de forma individual pelos músicos invisuais e cinco planificadas em grupo para a sincronização, umas alternativas, outras próprias da visualidade. Por último, tendo por base as estratégias adoptadas, sugeriu se uma relação entre comportamentos corporais do músico invisual com a prática de gestos na vida quotidiana. ABSTRACT: Non-verbal communication issues have been largely referred to ethnomusicology and performance studies, namely the one concerning with the role of visual information in the perception and understanding of facial expressions and gestures. These emphasize and illustrate expressive intentions that exist among musicians. In the ensemble context visual information is even more relevant. Musicians use their eyes to communicate with each other and get synchronized movements. In this case they have a visual code through which they send their signs. Therefore, they are able to understand each other and the integration within the group is achieved. This research aims at studying several situations capable of articulating both blind and sighted musicians. And, it establishes the factors that influence interaction through the sound of the group. Thereby, it raises the question: which strategies should be designed to facilitate efficient interaction and synchrony when one of the musicians has visual disability? Four blind musicians were interviewed and their behaviour studied while they were performing. The same happened to the sighted musicians who had worked together with the blind musicians in three different situations, such as choral and instrumental genre, duet four hands and jazz band. Answers were analysed and compared and a conclusion was reached afterwards: there was an alternative strategy of interaction based on their breathing process. The blind musicians worked their movements individually and the ones who can see create their own movements in order to achieve synchronization. Finally, based on these strategies, a correlation was achieved between the body behaviour of the blind musicians and their daily movements.
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