Perspetiva de doentes com insuficiência cardíaca no regresso à urgência nos 30 dias após alta: um estudo qualitativo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/159925 |
Resumo: | RESUMO - Introdução: Uma ida ao serviço de urgência nos 30 dias subsequentes à alta hospitalar é um problema frequente que tem um impacto direto na eficiência e na qualidade dos cuidados prestados. Perceber os motivos e dificuldades sentidas pelos doentes com insuficiência cardíaca e seus familiares é um fator preponderante para uma melhoria no processo de transição de cuidados e, consequentemente, na diminuição deste tipo de episódios de urgência. A insuficiência cardíaca é uma doença crónica que afeta cerca de 400 mil portugueses e estima-se que cerca de 45% destes doentes vão ao serviço de urgência após alta de internamento. Objetivo: Caraterizar os fatores que contribuíram para uma ida à urgência nos 30 dias após alta, de acordo com a perspetiva dos doentes com insuficiência cardíaca e seus familiares e as medidas que o poderiam ter evitado. Metodologia: Estudo qualitativo realizado com doentes com insuficiência cardíaca que deram entrada no serviço de urgência nos 30 dias seguintes a terem alta de internamento. Os dados foram recolhidos através de entrevistas telefónicas semiestruturadas. Os participantes (n=10) foram inquiridos com o intuito de se perceber e aprofundar conhecimentos sobre os motivos e dificuldades sentidas desde o momento que tiveram alta até ao momento em que foram ao serviço de urgência. Os dados foram analisados através da análise temática. Resultados: O motivo que mais peso teve na ida dos doentes ao serviço de urgência foi a progressão ou descompensação da doença e/ou sintomas. Destes episódios, a maioria estava relacionado com a hospitalização anterior. Dois dos participantes afirmam que foram por referenciação. As dificuldades sentidas pelos doentes prendem se, maioritariamente, com transições de cuidados de baixa qualidade - nomeadamente na ausência de informação sobre cuidados a ter e sinais e sintomas de alerta - e atrasos no acompanhamento por parte dos serviços de saúde. Desde o período em que os doentes chegaram ao domicílio até à visita ao serviço de urgência, foram referidas dificuldades na adesão à terapêutica prescrita, dificuldades na adesão a recomendações de estilo de vida, efeitos secundários da medicação, dificuldades na gestão de sintomas, dificuldades funcionais dos doentes, conjugadas com a perceção da inevitabilidade de agudização da doença, ausência de apoio social e dificuldade no acesso a cuidados de saúde. |
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Perspetiva de doentes com insuficiência cardíaca no regresso à urgência nos 30 dias após alta: um estudo qualitativoUrgênciaQualitativoCuidados centrados no doenteAlta hospitalarTransição de cuidadosEmergency RoomQualitativePatient-centerd careHospital DischargeTransition of careDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências SociaisRESUMO - Introdução: Uma ida ao serviço de urgência nos 30 dias subsequentes à alta hospitalar é um problema frequente que tem um impacto direto na eficiência e na qualidade dos cuidados prestados. Perceber os motivos e dificuldades sentidas pelos doentes com insuficiência cardíaca e seus familiares é um fator preponderante para uma melhoria no processo de transição de cuidados e, consequentemente, na diminuição deste tipo de episódios de urgência. A insuficiência cardíaca é uma doença crónica que afeta cerca de 400 mil portugueses e estima-se que cerca de 45% destes doentes vão ao serviço de urgência após alta de internamento. Objetivo: Caraterizar os fatores que contribuíram para uma ida à urgência nos 30 dias após alta, de acordo com a perspetiva dos doentes com insuficiência cardíaca e seus familiares e as medidas que o poderiam ter evitado. Metodologia: Estudo qualitativo realizado com doentes com insuficiência cardíaca que deram entrada no serviço de urgência nos 30 dias seguintes a terem alta de internamento. Os dados foram recolhidos através de entrevistas telefónicas semiestruturadas. Os participantes (n=10) foram inquiridos com o intuito de se perceber e aprofundar conhecimentos sobre os motivos e dificuldades sentidas desde o momento que tiveram alta até ao momento em que foram ao serviço de urgência. Os dados foram analisados através da análise temática. Resultados: O motivo que mais peso teve na ida dos doentes ao serviço de urgência foi a progressão ou descompensação da doença e/ou sintomas. Destes episódios, a maioria estava relacionado com a hospitalização anterior. Dois dos participantes afirmam que foram por referenciação. As dificuldades sentidas pelos doentes prendem se, maioritariamente, com transições de cuidados de baixa qualidade - nomeadamente na ausência de informação sobre cuidados a ter e sinais e sintomas de alerta - e atrasos no acompanhamento por parte dos serviços de saúde. Desde o período em que os doentes chegaram ao domicílio até à visita ao serviço de urgência, foram referidas dificuldades na adesão à terapêutica prescrita, dificuldades na adesão a recomendações de estilo de vida, efeitos secundários da medicação, dificuldades na gestão de sintomas, dificuldades funcionais dos doentes, conjugadas com a perceção da inevitabilidade de agudização da doença, ausência de apoio social e dificuldade no acesso a cuidados de saúde.ABSTRACT - Introduction: A visit to the emergency room within 30 days after hospital discharge is a frequent problem that has a direct impact on efficiency, quality of care and hospital costs. Understanding the reasons and difficulties experienced by patients with heart failure and their families is a key factor for improving the care transition process and, consequently, reducing this type of emergency episodes. Heart failure is a chronic disease that affects about 400 000 Portuguese, and it is estimated that about 45% of these patients go to the emergency room after being discharged from the hospital. Objective: To characterize the factors that contributed to an emergency room visit in the 30 days after discharge, according to the perspective of patients with heart failure and their families and the measures that could have prevented it. Methodology: This qualitative study was conducted with patients with heart failure who were admitted to the emergency department within 30 days of being discharged from the hospital. Data were collected through semi-structured telephone interviews. Participants (n=10) were questioned to understand and deepen their knowledge about the reasons and difficulties experienced from the moment they were discharged until the moment they went to the emergency room. Data were analyzed using thematic analysis. Results: The most important referred reason for patients to go to the emergency room was the progression or decompensation of the disease and/or symptoms. Most of these episodes were related to the previous hospitalization. Two of the participants stated that they were referred by another professional. The difficulties experienced by patients were mostly related to low quality care transitions - namely the lack of information on care and warning signs and symptoms - and delays in follow-up by the health services. From the period when patients arrived at home until their visit to the emergency room, the following difficulties were mentioned: adhering to the prescribed therapy, adhering to lifestyle recommendations, medication side effects, in symptom management, patients' functional difficulties, combined with the perception of the inevitability of disease aggravation, lack of social support and difficulties in accessing health care. Conclusion: This study provided insight into the perspectives of patients with heart failure and their families, which are fundamental to taking measures to center patients in health systems. It is important to develop interventions that improve the patients' experience, such as a higher level of care integration and creation of support networks for patients and their families in out-of-hospital settings. Increased levels of citizen empowerment and health literacy are critical in both disease management and in the choice of health services when seeking for health care.Goes, Ana RitaLopes, SílviaRUNRocha, Diana Isabel Mota da2023-11-14T11:06:42Z20232023-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/159925TID:203372735porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:42:25Zoai:run.unl.pt:10362/159925Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:57:46.192087Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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