A linguagem em crianças com perturbações do espectro do autismo: análise morfossintáctica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Raquel Pereira Reis
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/2071
Resumo: Objectivos: O presente trabalho tem o objectivo de caracterizar a linguagem de crianças com Perturbações do Espectro do Autismo (PEA), em termos de morfologia e sintaxe, analisando a sua variação de acordo com a faixa etária, grau de autismo e nível cognitivo. Métodos: Na primeira parte do estudo, foi efectuada a gravação do discurso de quatro crianças com PEA. Os registos áudio foram anotados e processados com um sistema automático de análise gramatical e os dados resultantes foram alvo de tratamento estatístico. Na segunda parte do estudo, foram seleccionadas 45 crianças a partir da base de dados da Consulta de Autismo do Hospital Pediátrico de Coimbra. As amostras de discurso recolhidas foram anotadas e processadas com o mesmo sistema de análise gramatical. Ambos os resultados foram alvo de tratamento estatístico e relacionados com a faixa etária, grau de autismo e nível cognitivo. Resultados e Conclusões: Ausência de ecolália e idiossincrasias regulares na maioria das crianças. Identificaram-se como classes morfológicas mais frequentes os nomes e verbos, seguidos de determinantes, preposições e advérbios. Apesar do reduzido uso de pronomes pessoais, foi possível verificar que o mais usado é o “eu”. No que respeita aos verbos, o tempo verbal mais utilizado é o Presente, seguido da forma não conjugada (Infinitivo), com uso reduzido das formas verbais no tempo Passado. As estruturas sintácticas são maioritariamente curtas e simples. O efeito do grau de autismo, mais evidente do que o da faixa etária, traduz-se em alterações mais graves de linguagem nos graus mais severos de autismo. A capacidade cognitiva das crianças apresenta também alguma influência nos seus desempenhos linguísticos. ABSTRACT: Objectives: This study aims to characterize the language of children with Autism Spectrum Disorders (ASD), regarding its morphology and syntax and comparing the results with age, degree of autism and cognitive level. Methods: In the first part, the speech of four children with ASD was recorded, annotated and processed with an automatic system of grammatical analysis in which the resulting data was subject of statistical treatment. In the second part 45 children were selected from the database of Autism Consultation in Hospital Pediátrico de Coimbra. The speech samples collected were annotated and processed with the same system of grammatical analysis. Both results were subject of statistical treatment and related to age, degree of autism and cognitive level. Results and Conclusions: Absence of regular echolalia and idiosyncrasies in most children. The most frequent morphological classes are names and verbs, followed by determinants, prepositions and adverbs. Despite the reduced use of personal pronouns, it was possible to verify that the most used is “I”. The most used tense is the Present, followed by the Infinite, with reduced use of the Past. Syntactic structures are mostly short and simple. The effect of the degree of autism, more evident than age effect, results in more severe changes of language on the more severe degrees of autism. The cognitive ability of children also presents some influence on their language performance.
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